Ajax x Marseille entreteve, mas também deixou claro por que ambos estão em crise

O Olympique de Marseille ficou sem técnico com a saída de Marcelino, em meio a uma disputa entre torcedores influentes que criticam a diretoria e o presidente Pablo Longoria e pressionaram por mudanças em uma reunião no começo da semana. Foi comandado por um interino nesta quinta-feira contra o Ajax, que não somava menos de seis pontos nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Holandês desde 1964/65 e já está a sete dos líderes.

Então, por mais divertido que tenha sido o empate por 3 a 3 entre ambos pela primeira rodada fase de grupos da Liga Europa em Amsterdã, o jogo também deixou claro por que estão em crise: ninguém conseguiu controlá-lo, foi um lá e cá danado, e houve uma quantidade excessiva de erros nos dois lados.

Primeiro tempo eletrizante

O Olympique de Marseille saiu por cima no primeiro tempo porque buscou o empate e o terminou melhor, mas estava perdendo por 2 a 0 aos 21 minutos. Cortesia de Chancel Mbemba, que errou o tempo de bola para afastar um lançamento e permitiu que Carlos Borges recolhesse no campo de ataque. O atacante do Ajax entrou livre na área e tocou na saída de Pau López para abrir o placar.

O mapa da mina para os franceses – erros do Ajax na saída de bola – começou a ficar claro quando Josip Sutalo não alcançou um passe no campo de defesa. Aubameyang saiu livre e tentou uma cavadinha, defendida pelo goleiro Jay Gorter. Borges puxou da direita para o meio e encontrou o passe preciso para Kenneth Taylor bater com força. Pau López espalmou para escanteio. Na cobrança, Steven Berghuis pegou de primeira com a canhota e ampliou.

O problema é que o Ajax parou por aí, quase literalmente. Não se contentou apenas em dar espaços, mas também concedeu a bola com muita facilidade. O Olympique de Marseille descontou aos 23 minutos, com uma boa jogada de Jonathan Clauss. O lateral recebeu dentro da área de Amine Harit, passou por dois marcadores e bateu firme.

Iliman Ndiaye teve a chance de de empatar quase imediatamente, após o Marseille recuperar a bola no meio-campo e acioná-lo pela esquerda. Cara a cara, acertou o travessão. Aubameyang apareceu na segunda trave, mas cabeceou para fora. Ao fim de um contra-ataque, guardou o seu com uma finalização rasteira, meio caindo, da entrada da área. Gorter poderia ter ido melhor no lance.

O goleiro do Ajax, pelo menos, se redimiu com um par de boas defesas para frustrar Ounahi, principalmente uma quase à queima-roupa, após outra boa jogada de Jonathan Clauss pela direita. Os franceses ficaram muito próximos de chegar ao intervalo vencendo.

O mesmo roteiro

O segundo tempo teve quase o mesmo roteiro. O Ajax novamente começou em cima e não demorou para voltar à frente. Carlos Borges recebeu na ponta direita e cruzou rasteiro para a batida de primeira de Kenneth Taylor – muito ativo no campo de ataque. Aubameyang quase respondeu imediatamente, mas foi López quem teve que fazer uma grande defesa. Brobbey roubou pela direita, avançou até à área e cruzou rasteiro. Bergwijn chegou batendo de primeira. O espanhol espalmou no puro reflexo.

E aí, como no primeiro tempo, o Marseille melhorou. Harit e Rongier combinaram em uma boa jogada, com um corta-luz do primeiro e um passe preciso do segundo, antes do ponta marroquino bater sem ângulo em cima de Gorter. Atuando mais pela ponta do que como centroavante depois do intervalo, Aubameyang empatou em uma jogada característica: recebeu no bico da grande área, levou para dentro e bateu forte. Gorter, novamente, poderia ter ido um pouco melhor. Chegou a tocar na bola sem fazer a defesa.

A partida continuou parecendo uma pelada nos minutos finais. Taylor quase arrancou a vitória para o Ajax com um golaço. Recebeu o cruzamento, nos últimos instantes, dominou levantando a bola e emendou a batida sem deixá-la cair. No outro lado, o frustrado Azzedine Ounahi deu a sétima das suas oito finalizações na partida de fora da área. Gorter fez uma boa defesa espalmando para escanteio.