Europa

Se você já se perguntou por que Guardiola não está na seleção espanhola, o biógrafo do técnico tem a resposta

Biógrafo de Guardiola, que acaba de lançar um livro sobre seu período no Manchester City, afirma que treinador nunca assumiu seleção por 'rejeição' dos torcedores

Todos os fãs de Pep Guardiola, treinador do Manchester City, já se fizeram a mesma pergunta, talvez mais de uma vez. Porque o treinador, vencedor e com um estilo que pode ser considerado único, nunca treinou a seleção espanhola?

O questionamento, que já foi abordado pelo próprio Guardiola de forma muito superficial em algumas oportunidades, foi respondido por Marti Perarnau, biógrafo do técnico, e traduz um pouco da rivalidade entre os gigantes espanhóis. Pep, ex-jogador, treinador e figura marcante do Barcelona, teria uma “rejeição óbvia” por parte significativa dos torcedores.

– Motivos políticos, no futebol, não fariam muito sentido – disse, ao ser questionado pelo jornal espanhol Marca se o motivo do treinador nunca ter sido chamado para o cargo era político ou esportivo.

– Não se dirige um time por motivos políticos, ou seja, porque se é a favor da política deste ou daquele time. Descartaria essa possibilidade, mas por razões sociais… Há uma rejeição óbvia. Há uma parte muito significativa do povo espanhol que pensa diferente de Pep, e, portanto, há uma rejeição. Mas é uma questão social – completou.

Perernau lançou recentemente o livro “Dios Salve a Pep” (“Deus salve Pep”, em tradução livre para o espanhol), uma obra que narra a trajetória dos sete anos do treinador à frente do Manchester City, afirmou também que a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) não demonstrou interesse pelo trabalho do treinador.

– Não acho que seja política. A Federação Espanhola também não gostaria de contar com ele, mas pelo mesmo motivo. Seria provocar um conflito desnecessário. Por que você vai se meter nesta confusão? É assim que vejo as coisas – finalizou o escritor.

Pep ‘transformou parâmetros' na Premier League

O escritor afirma que ao lado de grandes outras influências, Pep transformou a forma como a Premier League é disputada nos últimos anos.

– Ele modificou os parâmetros do jogo, mas não apenas Pep. Há outras influências poderosas, de [Jürgen] Klopp a [Marcelo] Bielsa – avaliou.

– As estatísticas de como, na última década, o jogo direto foi reduzido em favor a troca de passes são brutais. O número de cruzamentos das laterais para o centro da área diminuiu, o número de chutes de fora da área diminuiu; o número de chutes dentro da área aumentou; a saída de bola se multiplicou…. Isso é evidência de uma clara mudança na forma como jogamos. Mas eu qualificaria que isso não se deve apenas a Pep, embora sua porcentagem de influência seja alta – concluiu.

Futuro de Guardiola no Manchester City

Martí Perarnau se arriscou até mesmo palpitar sobre o futuro do treinador, que já deu indícios de que não deve renovar mais uma vez o seu contrato com o time inglês. Assinado em novembro do ano passado, o atual vínculo vai até junho de 2025.

– Como obra, está concluído [o trabalho no Manchester City]. E acho que é o seu trabalho mais difícil. O do Barcelona foi mais brilhante, mais espetacular em termos de jogo, etc. Mas eles tinham Messi e companhia lá – relembra.

– Em Manchester, eles têm ótimos jogadores, mas estão um degrau abaixo do Barça. Conseguir algo semelhante com menos talento me parece ser uma tarefa mais complicado em uma Premier League extremamente complicada. Acho que tudo que estamos vendo agora é uma tentativa de enfeitar o que já terminou bem com a Champions League do City – finaliza.

 

 

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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