O West Ham sublinhou sua força contra o AZ e vai à decisão da Conference, sua primeira final europeia em 47 anos
O West Ham se defendeu muito bem em Alkmaar para preservar a vantagem construída na ida e ainda marcou o gol da vitória nos minutos finais

O West Ham possui uma história de respeito nas competições continentais. Os Hammers conquistaram a antiga Recopa Europeia em 1964/65, enquanto chegaram a outra final do torneio em 1975/76. Tal tradição permaneceu adormecida por décadas, até que o time dirigido por David Moyes voltasse a fazer bons papéis além das fronteiras mais recentemente. E os londrinos voltarão a uma decisão continental depois de 47 anos, com a classificação à finalíssima da Conference League. O West Ham tinha buscado uma ótima virada contra o AZ na ida das semifinais, em Londres, e ampliou a vantagem no reencontro em Alkmaar. Os ingleses se defenderam com competência e foram até mais perigosos nesta quinta-feira, para construírem a vitória por 1 a 0 nos acréscimos do segundo tempo. Os Hammers estarão em Praga no dia 7 de junho, para disputar o troféu.
O AZ abriu a partida com uma postura mais ativa e pressionou durante os primeiros minutos, especialmente com o envolvimento de Jesper Karlsson – que por muito pouco não completou uma bola longa para o meio da área. No entanto, o West Ham não concedeu tantos espaços aos anfitriões e logo passou a equilibrar as ações. Os Hammers foram mais incisivos quando encaixaram seus lances. Um primeiro aviso aconteceu aos 17, quando Jarrod Bowen bateu para fora. Já aos 25, num contra-ataque, Lucas Paquetá ficou a um triz de marcar. O meia limpou a marcação e bateu colocado, tirando do alcance de Mat Ryan. A bola bateu na trave e saiu.
O AZ mantinha maior posse de bola, mas só começou a acelerar mais o seu jogo nos 15 minutos finais da primeira etapa. Os alvirrubros passaram a forçar mais as suas jogadas e a arriscar mais a gol. O problema é que o West Ham sempre chegava inteiro para fechar a porta. A equipe ia muito bem para realizar os bloqueios e desviar os arremates. Mesmo quando a construção dos anfitriões fluía bem, com boas tramas ofensivas, o tiro saía travado. Seria assim na melhor subida do AZ, de Yukinari Sugawara.
A volta para o segundo tempo ofereceu uma versão ainda mais aplicada do AZ. Os alvirrubros ocupavam o campo de ataque e exploravam as laterais da área. Faltava acertar um pouco mais a conclusão das jogadas. O West Ham sofria mais na defesa, até esfriar um pouco os adversários. E os londrinos foram até mais perigosos quando chegaram de novo, aos dez minutos. Declan Rice chutou de longe e Mat Ryan se esticou todo para salvar. Apesar do susto, o AZ era superior. Teria uma reclamação de pênalti, antes de Vangelis Pavlidis forçar ótima defesa de Alphonse Aréola, em lance depois anulado por impedimento do centroavante. Aréola também pegou um tiro de fora de Pantelis Hatzidiakos.
Com o passar dos minutos, a partida ficou mais aberta. O AZ buscava mais o ataque, mas o West Ham também encaixou alguns contragolpes que assustaram. Apesar de toda a iniciativa dos alvirrubros, faltava mais qualidade para conseguir o gol. Não à toa, o lance mais perigoso em um longo tempo foi cortesia de Thilo Kehrer, que quase fez contra. O defensor errou um domínio bisonhamente e Aréola desviou com a perna. Quando os Hammers tentaram o troco do outro lado, Nayef Aguerd também vacilou e chutou mascado.
Já os minutos finais ficaram mais frenéticos. O West Ham tentava gastar o tempo, mas tinha até mais espaço para os contra-ataques. O AZ havia ligado o modo desespero, mas produzia pouquíssimo no ataque. E a confirmação da vaga na final veio aos 49 minutos, com o gol da vitória dos Hammers. Pablo Fornals saiu do banco e se tornou herói, numa linda jogada individual. O camisa 8 deu uma caneta na intermediária, arrancou até a entrada da área e finalizou no cantinho de Mat Ryan. Pintura para carimbar o passaporte dos londrinos em definitivo.
O AZ deixa a Conference de cabeça erguida. Conquistou grandes classificações e deu trabalho ao West Ham, por mais que se esperasse uma atuação melhor nesta quinta-feira. De qualquer maneira, os Hammers eram mesmo favoritos e sublinharam isso. Os londrinos possuem um elenco mais qualificado, mais destaques individuais e também contam com um trabalho muito bom de David Moyes nos últimos anos. Uma década depois de ser anunciado como substituto de Sir Alex Ferguson no Manchester United, o treinador terá a chance de dar sua volta por cima, em busca do maior feito de sua carreira. A campanha do West Ham valoriza a própria Conference.