Conference League
Tendência

O AZ começou na frente, mas o West Ham teve ímpeto de buscar uma ótima virada em Londres

O West Ham conseguiu a virada por 2 a 1 na meia hora final e saiu em vantagem nas semifinais da Conference League

No papel, o West Ham é favorito entre os semifinalistas da Conference League. Os Hammers possuem um elenco cheio de bons jogadores, que até surpreende pela campanha ruim que faz na Premier League. No entanto, toda cautela era necessária no primeiro duelo contra o AZ. Os alvirrubros atravessam um momento bem mais consistente e eliminaram adversários de peso na caminhada continental, sobretudo a Lazio. De fato, os visitantes causaram problemas no Estádio Olímpico de Londres. Abriram o placar e atuaram de maneira equilibrada até o início da segunda etapa. Contudo, o mérito do West Ham foi crescer na hora certa. O time de David Moyes virou com dois gols já na meia hora final e o placar de 2 a 1 é um grande passo rumo à final. Saïd Benrahma foi o destaque individual, embora quase todo o setor ofensivo dos ingleses tenha se saído bem.

A partida começou com suas doses de equilíbrio em Londres. O AZ tinha mais iniciativa e adiantava a marcação. Entretanto, o West Ham encaixava melhor as transições e era mais direto quando chegava ao ataque. Jarrod Bowen teve a primeira tentativa de cabeça, por cima. Já aos 13, num contra-ataque, Saïd Benrahma bateu colocado e Mat Ryan precisou se esticar todo para desviar a bola com a ponta dos dedos. Seriam algumas boas arrancadas dos Hammers, mas faltou acertar nos detalhes para conseguir criar mais oportunidades.

Mesmo com padrões tão diferentes entre os times, certa igualdade se mantinha. O AZ conseguia manter mais a posse de bola e rondava mais o ataque, com paciência. Acabava limitado a chutes de longe. Ao menos, os alvirrubros também não concediam tantas facilidades nas finalizações do West Ham. Os londrinos teriam mais capacidade nas bolas paradas, mas nada que significasse um perigo constante ao goleiro Mat Ryan. As duas equipes ficavam à espreita.

Na reta final do primeiro tempo, o AZ começou a acelerar mais as transições, o que gerou lances melhores. E o gol viria numa jogada que uniu boa velocidade e também uma batida de longa distância. Aos 41, Tijjani Reijnders experimentou do meio da rua e Alphonse Aréola aceitou, numa bola que quicou e passou diante das mãos do goleiro. Durante os minutos finais da primeira etapa, o West Ham tentou espetar a bola na área. Lucas Paquetá conectou uma cabeçada, mas ficou fácil para a defesa de Mat Ryan.

O West Ham necessitava de uma postura mais impositiva no segundo tempo e isso aconteceu. Os Hammers primeiro tentaram forçar o jogo aéreo, mas levaram um tempo até que chances mais claras surgissem. O AZ esfriava os anfitriões na posse de bola e não deixava de marcar de forma mais adiantada no campo. Somente depois dos 15 minutos é que as finalizações dos londrinos passaram a ameaçar mais a meta adversária. Bowen deu um chute que passou muito perto da trave, enquanto Michail Antonio teve uma batida sem direção.

Nessa melhora, o West Ham ganhou um pênalti aos 22 minutos, numa saída desastrada de Mat Ryan. O goleiro acertou o rosto de Bowen com a mão num cruzamento na área. Benrahma cobrou com categoria, tirando do alcance do australiano, e deixou tudo igual no placar. E o gol não acomodou os Hammers. A equipe aproveitou o momento e seguiu mais ligada, em busca da virada. Paquetá aparecia bem neste momento, comandando as ações ofensivas. As jogadas dos ingleses eram mais agressivas e deixavam a defesa do AZ no limite.

A virada se desenhava, até que o segundo gol do West Ham viesse em mais uma bola parada, aos 31. Depois da cobrança de escanteio, a sobra voltou para o meio da área. Nayef Aguerd cabeceou e Yukinari Sugawara salvou em cima da linha. Entretanto, Michail Antonio estava à espreita na pequena área e só cutucou para as redes. Com o placar nas mãos, foi o momento em que os Hammers baixaram o ritmo e passaram a distribuir as cartas. A equipe tinha calma na hora de rodar a bola e via um AZ mais desgastado, sem que as substituições causassem impacto. Os alvirrubros não teriam mais que algumas batidas bloqueadas já depois dos 40. Se fosse para sair mais um tento, seria o terceiro dos londrinos, mas que também não precisavam da mesma urgência.

A vitória em Londres é um ótimo começo para o West Ham, mas o AZ deixou bem claro como os 90 minutos em Alkmaar não serão fáceis. É uma equipe bem encaixada e de bons valores, mais jovens. Os Hammers levam a melhor pela rodagem de seus protagonistas e também pelo ímpeto demonstrado. Será a promessa de outro bom jogo, mas o favoritismo dos londrinos se reforça. Falta pouco para o time reaparecer numa final continental depois de 47 anos de espera.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo