A Fiorentina arrancou a dramática classificação no estouro da prorrogação na Suíça e estará na decisão da Conference
A Fiorentina disputará uma final europeia depois de 33 anos, tornando-se o primeiro clube presente nas decisões dos quatro diferentes torneios já criados pela Uefa

Desde a década de 1950, a Fiorentina registrou campanhas memoráveis em diferentes competições europeias. A Viola possui em seu currículo finais de Champions League, de Copa da Uefa e de Recopa – embora tenha conquistado apenas o troféu da última, no longínquo ano de 1961, na edição inaugural do torneio. Agora, a Viola se torna o primeiro clube a completar a cartela nas quatro copas continentais, ao se garantir também na decisão da recém-criada Conference League. A classificação nas semifinais veio de maneira dramática. Após a derrota por 2 a 1 em Florença, o time de Vincenzo Italiano precisou dar o troco contra o Basel na Suíça. A superioridade dos violetas foi clara no tempo normal, mas o placar devolvido de 2 a 1 levava o duelo à prorrogação. E foi com um gol no 129° minuto da partida, já no segundo tempo extra, que a Fiorentina decretou a vitória por 3 a 1 no St. Jakob Park e a passagem à final. Pegará o West Ham no dia 7 de junho, em Praga, naquela que será a primeira decisão europeia da Viola em 33 anos.
Diante da situação favorável, o Basel não tinha problemas em dar a bola para a Fiorentina e esperar em seu campo de defesa. Os Rot-Blau trancavam os arredores de sua área e não permitiam muitos perigos dos italianos. Não à toa, os suíços foram mais perigosos quando encaixaram seus contra-ataques, por volta dos 20 minutos. Taulant Xhaka e Dan Ndoye arriscaram de fora da área, sem direção. Mais uma vez, Ndoye era uma perigosa válvula de escape para seu time na ala direita.
A Fiorentina precisou esperar mais de 25 minutos para conseguir suas primeiras finalizações. O caminho seria pelo alto. Gaetano Castrovilli teve uma cabeçada para fora, antes de Nico González testar sem direção numa boa oportunidade aos 31. A Viola aproveitou o momento para impor uma blitz. Marwin Hitz até salvou a batida de longe de Giacomo Bonaventura. Já na cobrança de escanteio, aos 35, Cristiano Biraghi cruzou para o meio da área e Nico González saltou sozinho para abrir o placar. O segundo gol ainda poderia ter vindo numa cabeçada de Bonaventura aos 42, mas Hitz realizou uma defesaça no contrapé. O Basel não se achou até o intervalo.
O segundo tempo recomeçou com doses de equilíbrio. Arthur Cabral quase conseguiu aproveitar um bom lançamento dentro da área. Contudo, o Basel anotou antes o gol de empate, aos dez minutos. Andy Pelmard lançou Zeki Amdouni numa cobrança de falta e o atacante foi brilhante: aplicou um drible da vaca em Igor, antes de chutar cruzado na saída do goleiro Pietro Terracciano. Igor seria substituído logo depois. Enquanto isso, os Rot-Blau mostravam enorme confiança graças ao empate. A Fiorentina teria que aumentar a intensidade novamente e por pouco não anotou o segundo aos 18, em tiro de Bonaventura que saiu raspando o travessão.
A Fiorentina voltou a ser melhor e sitiava novamente os arredores da área do Basel. A insistência rendeu o segundo gol aos 27 minutos. Dodô cruzou e a defesa do Basel não afastou. A sobra ficou viva para um chute rasteiro de Nico González, mais uma vez decisivo. De novo, os suíços sentiram o baque do gol e a Viola espreitava o terceiro. Nikola Milenkovic conectou uma cabeçada de cima para baixo aos 35 e quase definiu a situação, em outra bola que saiu por pouquíssimo. A reta final ficaria mais pegada, com cartões para os dois lados. A pressa era dos violetas, mas sem evitar a prorrogação.
Luka Jovic virou uma cartada da Fiorentina para o tempo extra, no lugar de Arthur Cabral. E o centroavante teria uma chance de ouro logo de cara. Sua cabeçada exigiu uma defesa monumental de Hitz aos quatro minutos. O goleiro foi o personagem do primeiro tempo da prorrogação. Depois faria outras grandes intervenções numa cabeçada de Nico González e numa batida de Bonaventura. Do outro lado, Terracciano realizou defesas mais protocolares em batidas de fora da área. Os dois times indicavam seu desgaste, mas o interesse de evitar os pênaltis era da Viola, mais time para resolver a situação com bola rolando.
O segundo tempo da prorrogação ficou paralisado por cerca de dez minutos em seu início, por conta de um atendimento médico nas arquibancadas. Um torcedor da Fiorentina passou mal no setor visitante e dependeu do socorro dos paramédicos. Quando o duelo foi retomado, seguiu na mesma toada, com o bombardeio da Fiorentina. As tentativas se sucediam. A cabeçada de Nico González foi agarrada por Hitz, Jonathan Ikoné mandou de trivela para fora e Jovic desperdiçou outra, ao pegar de primeira dentro da área. O Basel estava extenuado e não reagia.
Os acréscimos seriam naturalmente longos, pelas circunstâncias. E o gol da classificação da Fiorentina surgiu aos 24 minutos do segundo tempo da prorrogação, com Antonín Barak, que tinha saído do banco de reservas pouco antes. Hitz fez mais uma defesa num chute de fora, mas a sobra ficou viva nos arredores da área. Depois do cruzamento, Jovic ajeitou de cabeça e, sem que a zaga cortasse, Barak apareceu sozinho na área. Diante do goleiro, não perdoou. Foi o herói da passagem à final. Ainda houve tempo para Jovic beirar o quarto gol, mas carimbou a trave. Não fez falta, com a comemoração violeta na Suíça.
O Basel desperdiça a chance de se tornar o primeiro clube suíço numa final europeia, mas fez muito com sua campanha até as semifinais. É um time cheio de jovens promissores, que podem desabrochar em outros cantos. A Fiorentina, todavia, era mais forte e provou isso em campo. A campanha do time de Vincenzo Italiano na Conference tem sido marcada por grandes atuações como visitante. Mais uma aconteceu nesta quinta-feira, para confirmar a viagem rumo a Praga. Será uma ótima final contra o West Ham.