Champions League

Sean Longstaff: “Minha família ficará orgulhosa de mim e bêbada também”

Torcedor do Newcastle e cria da base do clube, Sean Longstaff falou sobre a alegria de ser um dos heróis na goleada por 4 a 1 sobre o PSG, na volta da Champions ao St. James' Park

O Newcastle viveu uma das grandes noites de sua história recente nesta quarta-feira. Reestreou em casa pela Champions League após duas décadas de ausência e meteu o pé na porta, com a goleada por 4 a 1 sobre o Paris Saint-Germain. A partida seria ainda mais singular a alguns jogadores, especialmente aqueles que são torcedores do clube. Sean Longstaff é nascido e criado na região, além de atuar desde as categorias de base pelos Magpies. Cravou um dos gols e não escondeu o êxtase por tudo aquilo que conseguia enfim vivenciar, aos 25 anos.

Longstaff foi um dos melhores em campo, e não apenas pelo terceiro gol do time, que facilitou bastante o trabalho no segundo tempo. O camisa 36 teve uma excelente atuação para fechar o lado direito, onde Kylian Mbappé não conseguiu se criar. Também contribuiu bastante na construção, numa faixa central de qualidade ao lado de Bruno Guimarães e Sandro Tonali. Além do mais, o time fluiu por seu flanco, com as tabelinhas feitas com Kieran Trippier e Miguel Almirón – dois que se envolveram na construção de seu tento.

Festa em casa

Na saída de campo, Longstaff ressaltou o significado da vitória para a torcida – sendo ele mesmo mais um no meio da multidão. O meio-campista falou sobre a sensação especial que teve, compartilhada também por Dan Burn, outro declarado alvinegro que balançou as redes do PSG.

“É uma baita noite. Acho que sabíamos, como grupo, que poderia ser especial pela atmosfera. Mas, para mim e para Dan Burn, marcar um gol hoje é surreal. Estou sem palavras. Alguns preferiam estar fora do clube há três anos, pensavam que não era um bom lugar para ficar. Desde a venda, o que acontece aqui é fantástico. Foi uma noite inacreditável e estou nas nuvens”, comentou Longstaff, em entrevista na saída de campo.

Longstaff e Burn comemoram (Icon Sport)

Com a família também da cidade, Longstaff sabe que a noite será longa na comemoração em casa. “Minha família ficará orgulhosa. Ficará bêbada, também! Eles não costumam sair para beber durante as noites de quarta-feira, mas devem ter mudado os planos agora”, comentou. “Espero que ninguém na cidade vá trabalhar amanhã. Se eles precisam de uma desculpa para não ir, definitivamente eles têm”.

Emoções sob controle

Longstaff analisou a importância do Newcastle manter a concentração durante os 90 minutos. O meio-campista ainda fez ressalvas à atuação do time, especialmente por alguma dificuldade em preservar a posse de bola durante o primeiro tempo. Porém, a entrega até os instantes finais acaba sendo cabal à goleada – ainda mais pela sinergia que houve com a torcida.

“No primeiro tempo, senti que poderíamos ter mantido a posse de bola um pouco melhor, mas marcamos os gols e conseguimos uma das melhores vitórias da nossa história. Era necessário manter nossas emoções sob controle e acho que conseguimos fazer isso. É muito emocionante para os torcedores, eles foram brilhantes para nós”, assinalou o meio-campista.

Perguntado se era seu melhor momento pelo Newcastle, Longstaff ainda mencionou a semifinal da Copa da Liga Inglesa de 2022/23, quando anotou os dois gols da classificação contra o Southampton. Ainda assim, a Champions League está num lugar maior: “A semifinal da Copa da Liga foi um grande momento, mas isso aqui é a elite da elite. O PSG tem alguns dos melhores jogadores do mundo e enfrentá-los foi incrível. Há coisas a se melhorar, mas nesta noite vamos celebrar”.

Por fim, Longstaff ainda levou para casa um excelente souvenir: a camisa de Mbappé. Segundo o meio-campista, será um presente para seu irmão mais novo, Matty Longstaff – também cria do Newcastle e atualmente sem clube. “Eu estava marcando Mbappé no final e pedi. Vou dar a camisa para meu irmão”, falou.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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