Champions League

Pênalti no fim mudou tudo, e agora PSG depende apenas de si para avançar

O PSG voltou a controlar o próprio destino, depois de Mbappé converter uma penalidade aos 51 minutos do segundo tempo

De tanto tentar aliviar a pressão pelo título da Champions League, o Paris Saint-Germain chegou aos minutos finais da quinta rodada da fase de grupos correndo um sério risco de nem chegar às oitavas de final. No entanto, um pênalti marcado pelo árbitro Szymon Marciniak, aos 51 minutos do segundo tempo, mudou tudo. Os franceses arrancaram um empate por 1 a 1 contra o Newcastle e agora dependem apenas das próprias forças para se classificarem.

O grupo da morte está entregando tudo que se esperava. Em nível das partidas e em emoção. A vitória parcial do Newcastle, com gol de Isak no primeiro tempo, significava que o PSG chegaria à última rodada precisando ganhar do Borussia Dortmund fora de casa e ainda torcendo por um tropeço dos ingleses no St. Jame’s Park contra o Milan.

No entanto, após converter um pênalti controverso por um toque no cotovelo de Tino Livramento, após a bola desviar em sua barriga, o PSG precisa apenas da vitória contra o já classificado Dortmund para chegar às oitavas de final. O empate ainda pode servir, desde que haja igualdade no outro jogo ou vitória do Milan – o PSG leva vantagem no confronto direto contra os italianos, mas não contra os ingleses.

As escalações

O PSG descobriu durante a Data Fifa que não contará com Warren Zaïre-Emery até o ano que vem. Sem a promessa, que se machucou durante sua estreia pela seleção francesa, Luis Enrique optou por Lee Kang-in para completar o meio-campo com Manuel Ugarte e Fabián Ruíz, fazendo a ligação para o trio de ataque francês com Kylian Mbappé, Ousmane Dembélé e Kolo Muani.

O Newcastle tinha os seus próprios desfalques. O garoto Lewis Miley, de 17 anos, ganhou o terceiro jogo seguido como titular ao lado de Bruno Guimarães e Joelinton. A defesa foi à moda antiga, com Jamal Lascelles e Fabian Schär, relíquias da era Mike Ashley. Harvey Barnes, Joe Willok, Callum Wilson, Sean Longstaff, Sven Botman, Dan Burn e Sandro Tonali são apenas alguns dos jogadores dos ingleses que estavam fora de ação.

Newcastle sai na frente

Pelas características das duas equipes, e pela geografia da partida, era esperado que o Paris Saint-Germain ficasse em cima do Newcastle. E foi o que aconteceu durante quase todo o jogo. Nos primeiros minutos, os donos da casa foram perigosos. Hakimi aproveitou a movimentação de Kolo Muani, combinou com o centroavante e disparou pela direita aos nove minutos. Cruzou rasteiro à pequena trave, onde Mbappé apareceu tocando de letra. Nick Pope fez grande defesa.

O primeiro sinal de perigo ao PSG foi o vacilo de Hakimi na saída de bola que permitiu que Almirón acionasse Isak na primeira trave. O atacante sueco pegou de primeira, à queima-roupa, e mandou por cima. Mas, aproximadamente nesse momento, o Newcastle conseguiu manter um pouco de posse de bola e não demorou para abrir o placar. Almirón recebeu pela direita da entrada da área e bateu rasteiro. Donnarumma bateu roupa. Isak mandou para dentro.

O gol deixou o PSG um pouco desnorteado. Os seus 20 minutos finais de primeiro tempo não foram bons. Eleito o jogador mais “desequilibrante” do mundo por Luis Enrique essa semana, Dembélé criou a melhor oportunidade com uma arrancada pela meia direita. Na hora de chutar, ele… se desequilibrou um pouco e não coloco tanta força na bola. Pope defendeu com a ponta dos dedos.

PSG empate de pênalti

A dinâmica de ataque contra a defesa do primeiro tempo se acentuou no segundo. O PSG pulou de aproximadamente 60% de posse de bola para 80%. A pressão foi constante, ainda que por vezes infrutífera. Um tapa de Kolo Muani tentou deixar Dembélé na cara do goleiro. Pope saiu bem do gol para abafar e, na sobra, Mbappé tentou um voleio, mas não pegou bem e a defesa afastou.

O panorama começou a mudar com duas substituições de Luis Enrique aos 17 minutos. Vitinha entrou no lugar de Ugarte, e Bradley Barcola substituiu Muani. E também porque Mbappé lembrou que estava jogando futebol e começou a participar mais. Fez grande jogada pela ponta direita antes de rolar para a pequena área. Barcola chegou batendo de primeira, Pope fez um quase milagre. Imediatamente depois, Mbappé emendou de calcanhar um passe à entrada da área para Barcola, que desperdiçou outra grande oportunidade.

O PSG parecia ganhar ritmo. E manteve a pressão. A defesa do Newcastle estava muito bem concentrada e soube lidar com os cruzamentos, rasteiros ou altos. Protegeu bem a sua área. Tanto que Mbappé precisou conceber uma oportunidade quase do vazio. Dominou girando na entrada da área, ganhou no corpo e bateu, meio sem ângulo, em cima de Pope. O rebote voltou ao craque francês, que mandou a centímetros da trave.

O PSG não pode ser acusado de não ter tentado até o fim. Barcola mandou outra por cima, após nova chegada de Hakimi pela direita. E acabou sendo premiado pelos seus esforços com um pênalti que abre espaço para discussão. A impressão a olho nu é que a bola havia batido claramente no braço aberto de Tino Livramento no cruzamento de Dembélé. O árbitro parou o jogo para checar no monitor. O replay mostrou que houve um desvio na barriga do lateral antes de um toque no cotovelo. Foi o bastante para Marciniak.

Mbappé teve a responsabilidade de mudar completamente o panorama para a última rodada do Paris Saint-Germain. E não decepcionou, com uma batida, alta, firme e confiante. E Barcola ainda perdeu outra chance criada por Hakimi antes do árbitro encerrar os trabalhos.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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