Champions League

PSG e Donnarumma fazem Arsenal pagar caro por erro crasso de estratégia na Champions

Time francês leva sustos no início, mas bate Gunners por 2 a 1 e decide título contra Internazionale

É bem verdade que Gianluigi Donnarumma fez o possível e o impossível para classificar o PSG à final da Champions League. O italiano foi o grande nome da semifinal contra o Arsenal e merece todos os créditos, mas isso não anula a incompetência dos Gunners no terço final de campo. A vitória parisiense por 2 a 1 nesta quarta-feira (7), no Parque dos Príncipes, expôs um erro crasso do time de Mikel Arteta, que acabou custando a temporada.

Subestimar o acúmulo de lesões no setor ofensivo e não contratar um atacante: eis o grande pecado do técnico espanhol no 2024/25 do Arsenal. Diante das graves contusões de Gabriel Jesus (ligamento cruzado anterior do joelho) e Kai Havertz (ruptura do tendão da coxa) — fora o tempo que Martinelli e Saka também passaram no departamento médico — era preciso olhar para o mercado e investir. Arteta não fez e pagou um alto preço por isso.

Sem nenhum centroavante disponível no plantel, o comandante colocou o ponta-esquerda Leandro Trossard centralizado. Não deu certo. Ele, então, apelou para o “desespero”. Meio-campista de origem, Mikel Merino foi escalado no comando de ataque. Em vários jogos, a gambiarra surtiu efeito, mas ela claramente tinha prazo de validade. O quebra-galho, titular nesta quarta-feira (7), ajudou o máximo que pôde.

A pontaria desafinada e o caminhão de gols perdidos — na ida e na volta — selaram o destino do Arsenal na Champions. E o que mais dói no torcedor dos Gunners — além, claro, da desclassificação — é que Arteta e a diretoria sabiam que isso poderia ter sido evitado. Com dinheiro em caixa, o clube londrino optou por não se mexer na janela de inverno. O resultado está aí: desespero, improvisações e mais uma temporada sem títulos.

Arteta em 2 de fevereiro, um dia antes do fechamento da janela

— Falamos de forma muito aberta sobre a intenção de melhorar o elenco se fosse possível. Com jogadores lesionados, isso teve um impacto e não remediamos… Estamos decepcionados nesse sentido, mas também estamos muito conscientes de que só queremos trazer um determinado tipo de jogador.

Pressão inglesa, milagres de Donnarumma e PSG cirúrgico

Em menos de dez minutos, o Arsenal já havia assustado o PSG três vezes: cabeçada de Rice rente à trave e milagres de Donnarumma em finalizações de Gabriel Martinelli e Odegaard. Blitz forte e consciente, de quem sabia que era preciso correr atrás do resultado. Visivelmente incomodado, o time da casa sucumbia ao perde pressiona inglês e não conseguia responder à altura. Até Kvaratskhelia acertar a trave.

A rara escapada em contra-ataque e o arremate venenoso do georgiano “acordaram” o Paris e soaram como um “aqui é minha casa e também quero uma vaga na final”. Aos 26 minutos, Fabián Ruiz puniu os Gunners. Após levantamento na área de Vitinha e corte de Partey, o camisa 8 pegou a sobra, limpou a marcação e emendou lindo chute de esquerda. Um míssil de fora da área, sem chances para Raya.

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Raya tenta reacender esperança do Arsenal, mas Hakimi mata eliminatória

Se a postura do Arsenal surpreendeu positivamente no início do primeiro tempo, o mesmo não se pode dizer do começo da equipe na etapa complementar. Nervoso e afobado, o time de Mikel Arteta já não conseguia mais dominar o meio-campo e encurralar o PSG. Pelo contrário. Os parisienses controlavam a partida no Parque dos Príncipes e administravam a boa vantagem construída.

Quando os Gunners ameaçavam uma nova pressão e partiam para o tudo ou nada, Donnarumma salvava o PSG e Lewis-Skelly virava vilão. Em arremate de Hakimi dentro da área, a bola resvalou na mão do lateral-esquerdo. Com auxílio do VAR, o árbitro apontou para marca da cal. Pênalti. Vitinha, um dos melhores em campo, cobrou fraquinho e parou em Raya.

Era a injeção de ânimo que o Arsenal precisava para buscar a virada e forçar a prorrogação. No entanto, não foi isso que aconteceu. Poucos minutos depois do pênalti desperdiçado, o Paris aumentou a contagem. Kvaratskhelia recuperou bola no campo de defesa, carregou até a área e cruzou mal. Atento ao lance, Hakimi ganhou no pé de ferro, recebeu de Dembélé e chapou no canto. Saka até chegou a diminuir, mas o 2 a 1 não servia. Franceses na final.

Hakimi celebra gol pelo PSG
Hakimi celebra gol pelo PSG (Foto: Imago)

Quem o PSG enfrentará na final da Champions?

O adversário do PSG na grande final da Champions League será a Internazionale. Na última terça-feira (7), em uma semifinal histórica, o clube de Milão derrotou o Barcelona por 4 a 3 no Giuseppe Meazza e garantiu a primeira vaga da decisão continental (7 a 6 no placar agregado).

A finalíssima da Champions League 2024/25 está marcada para o dia 31 de maio, um sábado, às 16h (horário de Brasília), na Allianz Arena, em Munique. Enquanto os Nerazzurri vão em busca de seu quarto título do torneio, a equipe parisiense sonha com a primeira conquista de sua história.

Final da Champions League 2024/25

  • Jogo: PSG x Internazionale
  • Data: sábado, 31 de maio de 2025
  • Horário: 16h (de Brasília)
  • Local: Allianz Arena, Munique, Alemanha
Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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