Porto não dá chance ao Shakhtar e confirma ida às oitavas da Champions com Galeno inspirado
Placar elástico de 5 x 3 mostrou que Porto não deixou Shakhtar reagir em confronto direto que valia vaga no mata-mata da Champions League

Quando a última rodada do grupo H da Champions League começou, as duas equipes que jogavam no Estádio do Dragão nesta quarta-feira (13) dependiam apenas de si para avançar às oitavas de final. Convicto de que sairia classificado, o Porto não deu chances para o Shakhtar Donetsk e bateu os ucranianos por 5 x 3 em outra grande atuação do brasileiro Wenderson Galeno, autor dos dois primeiros gols e a assistência para o terceiro, de Mehdi Taremi.
O time da Ucrânia até competiu, mostrou qualidade na saída de bola e empatou (com polêmica) na etapa inicial e esteve próximo de virar. Mas os comandados de Sérgio Conceição souberam se estabelecer psicologicamente e, quando o adversário ameçava uma reação, tratava de matá-la logo na sequência. Além de Galeno, Pepe (este, abrindo mais vantagem no recorde de mais velho a marcar pela Champions) e Francisco Conceição marcaram, enquanto Danylo Sikan, Stephen Eustaquio e Eguinaldo (aquele, ex-Vasco) diminuíram o que poderia ser uma goleada.
No fim, o Porto terminou em segundo com 12 pontos, mesmo número do líder Barcelona, que leva a melhor nos confrontos diretos. O Shakthar tem de se contentar com a Liga Europa.
Com polêmica da arbitragem, Galeno dá vantagem ao Porto
As equipes se postaram no campo sem novidades. O Porto tinha um 4-4-2 bem alinhado, independente do momento do jogo, seja com ou sem a bola. Os dois pontas brasileiros, Pepê e Wenderson Galeno, ficavam bem abertos no campo e partiam para dentro quando os laterais subiam. A dupla de ataque tinha muita liberdade para recuar, fazer o pivô ou atacar as costas da defesa adversária.
A equipe ucraniana apostou em monopolizar a bola nos instantes iniciais em um 4-1-4-1 que tinha muita participação do goleiro Dmytro Riznyk dando apoio na saída a dupla de zaga e ao lateral-direito Giorgi Gocholeishvili, além de contar com o auxílio dos meio-campistas Taras Stepanenko e Artem Bondarenko.
Essa saída do jovem time de Donetsk era sempre pelo chão, tentando sair limpo, mesmo com a pressão do Porto – e isso quase teve um preço. Mais incisivo e direto desde o começo, os portugueses começaram a empilhar chances. Na primeira, Evanilson segurou a bola na lateral direita e, em cima da linha, conseguiu arranjar um cruzamento para Mehdi Taremi dar uma testada de cabeça, quase um chute de tão forte, no qual o goleiro ucraniano brilhou com boa defesa.
Bom no lance anterior, Riznyk, instigado a sempre sair jogando pelo chão, errou um passe que quase deu ruim, pela pressão incessante do time do Dragão. Galeno recuperou na área e tocou para trás. Quase na meia-lua, Stephen Eustaquio chutou de primeira e a bola explodiu na marcação. A intensidade portuguesa foi recompensada com apenas oito minutos. Em jogada 100{62c8655f4c639e3fda489f5d8fe68d7c075824c49f0ccb35bdb79e0b9bb418db} brasileira, o zagueiro Pepe lançou seu chará, Pepê, na direita, que deixou passar e Evanilson foi quem apareceu para aproveitar, cruzar rasteiro, e Galeno só teve trabalho de empurrar às redes.
Após o gol, o Porto diminuiu um pouco o ímpeto anterior e deu mais espaço para o Shakhtar, enfim, começar a jogar e conseguir avançar no campo. A primeira finalização veio com o centroavante Danylo Sikan, que cabeceou por cima do gol após cruzamento de Georgiy Sudakov. Havia motivo para o Shakhtar tentar sair jogando todo o tempo pelo chão. A equipe de Marino Pusic é bem treinada e instigada a jogar dessa forma. Saindo da defesa ao ataque de forma perfeita, quase empatou antes dos 30 minutos. Cruzamento da direita na pequena área, o goleiro Diogo Costa afastou mal e deu nos pés de Gocholeishvili, que mandou uma bomba e o goleiro se recuperou com ótima defesa.
A melhora ucraniana foi recompensada – e com muita polêmica. Lançamento ainda do grande círculo de Stepanenko para o ponta Oleksandr Zubkov, que partiu para cima da marcação, levou a linha de fundo e cruzou rasteiro para Sikan cravar sozinho na pequena área. O lance causou muita polêmica porque o bandeirinha levantou o instrumento no meio do lance, quando Zubkov recebeu. A zaga do Porto parou, pois achou que o lance estava anulado. No campo, foi dado o impedimento só após a bola entrar e o VAR checou a posição, confirmando o gol. Os jogadores do Dragão ficaram revoltados com a arbitragem e o técnico Sérgio Conceição e o goleiro reserva Claudio Ramos foram amarelados por reclamação.
Com 1 x 1 no placar, o jogo ficou maluco, muito veloz e com os dois times querendo o gol. Inicialmente, os visitantes, se aproveitando de um baque emocional dos portugueses pela polêmica anterior, quase viraram, mas Diogo Costa salvou encaixando uma cabeçada perigosa.
Após alguns outros sustos, o Porto soube recuperar o controle da partida e voltou a liderar o placar antes do fim. Novamente ele, Galeno recebeu de Pepê após jogada ensaiada e, na entrada da área, fuzilou, a bola desviou em Bondarenko e seguiu com força direto às redes. O Dragão seguiu melhor até o fim dos acréscimos, mas não conseguiu ampliar.
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Quando Shakthar ameaçou, Dragão não deu chance para sonhar
Sem mudanças, o segundo tempo começou com o time ucraniano saindo jogando como sempre e o Porto pressionando a saída – quase roubando a bola logo no começo. Nesse cenário, a equipe da casa quase marcou em tentativa de cabeça, só não contava com outra grande defesa de Riznyk.
Absoluto na partida, o Dragão dominou todas as ações nos 15 minutos iniciais e conseguiu transformar a superioridade no terceiro gol. O clube forçou o erro na saída, Stepanenko tentou tocar e Galeno antecipou, carregou e gingou para cima da marcação, antes de servir Taremi, que mandou uma bomba que quase furou a rede de Riznyk.
O centroavante teve nova chance em outro vacilo da equipe de Donetsk na saída do campo de defesa. Taremi recebeu de Evanilson e chegou na área batendo forte, vendo a bola subir demais. Nesse momento bom do Porto, o Shatkhtar soube ser efetivo para diminuir a vantagem adversária. Lançamento do goleiro ucraniano ao ataque, o lateral Jorge Sánchez dormiu no ponto, caiu e Sikan se aproveitou. O atacante deu um lindo drible, carregou para linha de fundo e bateu para o meio, para um desvio contra de Eustaquio que tomou o rumo das redes.
A resposta portuguesa foi quase imediata. Eustaquio levantou na pequena área e Taremi testou forte. De novo, Riznyk brilhou e afastou para escanteio. No entanto, o goleiro não teria a mesma sorte no corner, que veio cobrado na primeira trave, um desvio deixou a bola baixa e Pepe mandou com o pé. O goleiro até tirou a bola, mas já estava dentro do gol.
O Porto nem deu chance para o Shathkar projetar uma reação e o quinto viria após quatro substituições. Francisco Conceição, que veio do banco, não tremeu quando ficou na cara de Riznyk e cravou. Ainda teve tempo de Eguinaldo marcar em bonita batida cruzado, fechando o agitado 5 x 3.