“Gameiro nunca fez um jogo tão bom desde que chegou ao clube”. As palavras de Diego Simeone dimensionam bem o tamanho da atuação de Kevin Gameiro nesta terça-feira, pela Liga dos Campeões. E isso porque a tripleta em menos de cinco minutos contra o Sporting de Gijón, no sábado, certamente seguia fresca na memória do comandante. De fato, o francês foi a alma do Atlético de Madrid na vitória por 4 a 2 sobre o Bayer Leverkusen. Marcou apenas um dos gols, de pênalti. Mas a qualidade de sua exibição vai muito além do placar, ao longo dos 71 minutos que permaneceu em campo.
Depois da excelente participação pelo Campeonato Espanhol no final de semana, Gameiro ganhou a confiança de Diego Simeone no time titular, ocupando a vaga de Fernando Torres. Aposta que fazia sentido, diante do jogo de contra-ataques que se desenhava. E que acabou se provando totalmente certa, mesmo que o francês não fosse participativo durante parte do tempo. Quando ele apareceu, ajudou a decidir. Dos 14 passes que deu, sete foram no terço ofensivo. Suas combinações com Antoine Griezmann atordoavam a defesa alemã. E renderam gol.
No lance do segundo tento do Atleti, a inteligência de Gameiro se sobressaiu. O camisa 21 aproveitou o erro de Aleksandar Dragovic para arrancar por mais de 30 metros. Invadiu a área e puxou a marcação de dois adversários. De cabeça abaixada, poderia tentar rifar a bola para o gol. Mas o entrosamento com o compatriota é tamanho que o atacante aguardou a chegada de Griezmann, girou e passou para o camisa 7 arrematar. Depois, o artilheiro poderia ter feito mais um em contra-ataque habilitado por Gameiro, mas parou em Leno.
Já no segundo tempo, o próprio Gameiro chamou a responsabilidade para decidir. Acertou a trave, azucrinou a defesa do Leverkusen e arranjou um pênalti, depois de linda caneta sobre Dragovic. Boa fase que serve até para afastar a draga dos colchoneros nos pênaltis. Talvez, até merecesse ficar mais tempo em campo, mas Simeone preferiu tirar seu homem de referência para reforçar o meio de campo. Seus próprios comandados não concordaram. Griezmann fez um gesto de “não” ao banco de reservas. Já Gameiro expressou seu descontentamento, bufando. “Quando está bem, quer jogar”, declarou, depois da partida. No fim das contas, não atrapalhou tanto.
Gameiro viveu um bom momento logo em sua chegada ao Vicente Calderón, mas caiu de rendimento a partir de novembro. Desde o início deste mês, contudo, seu aproveitamento é espantoso. São cinco gols e duas assistências nas últimas quatro partidas, três delas começando na reserva. Neste período, em média, ele só tem precisado de 20 minutos para contribuir com um tento de sua equipe. Números impressionantes.
Pelos predicados que mostrou em seus outros clubes, especialmente no Sevilla, Gameiro se indicava uma contratação bastante útil ao Atleti. Agora, mais do que isso, desponta como um dos protagonistas. E tem ajudado Griezmann, cada vez mais afinados. Não será surpreendente se Simeone firmá-lo no 11 inicial. Pelas últimas partidas, é mais do que justo, por todo o seu empenho.
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— El Chiringuito TV (@elchiringuitotv) 21 de fevereiro de 2017
