Modric + Kroos + Isco: A trinca que beirou a perfeição para colocar o Atleti na roda

O Real Madrid esmagou o Atlético de Madrid. Em uma noite na qual o domínio merengue ficou tão evidente no Estádio Santiago Bernabéu, com o triunfo por 3 a 0, três peças foram importantíssimas para o resultado contundente. A trinca que organizou o jogo dos anfitriões e o tornou tão fluido: Luka Modric, Toni Kroos e Isco. A maior parte das ações do time girou ao redor dos meio-campistas. Mandaram nos rivais, controlaram o ritmo da partida, protagonizaram várias jogadas de perigo. Não se prendiam necessariamente às suas posições, com uma movimentação incessante. O trunfo de Zinedine Zidane sobre Diego Simeone e sua equipe inoperante.
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Quando o Real Madrid apareceu em campo alinhado no 4-3-1-2, esperava-se um jogo centrado nos meio-campistas, que mantivessem a precisão para encontrar as brechas nas geralmente sólidas linhas de marcação do Atleti. Todavia, o posicionamento inicial era mero detalhe diante da imposição merengue. Não seria exagero dizer que os comandados de Zizou atuaram praticamente em um 2-3-3-2. Kroos e Modric transitavam com extrema liberdade pelos dois lados, iniciando a saída de bola e alimentando o ataque. Abriam o corredor para Dani Carvajal e Marcelo serem perigos constantes aos colchoneros. Enquanto isso, Isco trabalhava incessantemente, surgindo em todos os cantos, sem se limitar a sua posição central.
Assim, o Real Madrid fez o sistema defensivo do Atlético desabar. Kroos e Modric funcionavam como engrenagens do sistema. Com a perfeição de um mecanismo, mas livres para criar. A qualidade técnica da dupla preponderava para os madridistas, distribuindo o jogo e errando raríssimos passes. Embora o alemão fosse mais participativo para orquestrar o time, o talento do croata conseguia se sobressair ainda mais, pela elegância de seus movimentos. Vinha até a defesa facilitar a construção dos ataques e também aparecia nos arredores da área para abrir os adversários. O primeiro tempo, especialmente, foi jogado por um só time. Foi ditado por dois maestros. Que, nem por isso, deixavam de se empenhar sem a bola, trancando os espaços na marcação adiantada.
Isco, por sua vez, pode não ter sido tão espetacular individualmente quanto em suas exibições por La Liga. Entretanto, sem precisar de jogadas de efeito, o meia atuou de maneira brilhante – fundamental para o encaixe coletivo. Flutuava em campo, seja por seu posicionamento ou por sua classe. Correu o quanto pôde, preparou jogadas, driblou, incomodou, dificultou a saída de bola dos adversários. Fazia um pouco de tudo. Buscava o jogo com os volantes, tabelava com os atacantes e, sobretudo, assessorava os laterais.
Muito do sucesso do Real Madrid nesta temporada se explica pelo apoio de Carvajal e Marcelo nas alas. Ambos podem facilmente ser colocados como os melhores de suas posições na atualidade. E tiveram grande auxílio de Isco para pressionar a defesa colchonera nesta terça. Uma pena que Carvajal não durou o segundo tempo, saindo lesionado no intervalo, substituído por Nacho. Então, a parceria entre o camisa 12 e o 22 pela esquerda se intensificou. Depois, seria Isco quem deixaria o campo, para Asensio potencializar os contra-ataques nos 20 minutos finais. Terminou de matar o confronto.
Se o Real Madrid venceu sem dar margem ao erro, o trio na faixa central do campo beirou a perfeição. Basta olhar aos números: quase quatro em cada dez passes merengues se concentraram entre Kroos, Modric e Isco. E com um aproveitamento impressionante. A trinca acertou 250 de 260 trocas de bola tentadas na noite. Dá para explicar, em partes, a exibição desencontrada do Atlético de Madrid. Principalmente, a maneira como os madridistas colocaram os seus rivais no meio da roda.