Manchester United escapou do pior contra o Villarreal e, como tem Ronaldo, ainda conseguiu vencer
Aos 50 minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo marcou o gol da vitória de virada do Manchester United sobre o Villarreal em Old Trafford

Cristiano Ronaldo bateu um novo recorde assim que entrou em campo contra o Villarreal. Superou Iker Casillas e se tornou o jogador com mais partidas de Champions League. Em seguida, pouco fez. Não estava em sua melhor noite. Mas não foi substituído por Ole Gunnar Solskjaer, como na derrota para o Young Boys, na primeira rodada, e ficou em campo, à espreita, esperando de uma oportunidade. Ela apareceu no último lance de um jogo muito difícil e valeu a vitória por 2 a 1 em Old Trafford que passa tranquilidade aos ingleses pensando em classificação.
Chegar ao fim da segunda rodada sem nenhum ponto, ou com apenas um, seria trágico ao Manchester United. E isso passou perto de acontecer. Apesar de uma melhora no segundo tempo, o Villarreal foi coletivamente superior na reedição da final da última Liga Europa. Poderia ter chegado ao intervalo ganhando por até mais do que um gol de diferença. Mas o futebol é assim também: não o fez, até abriu o placar, mas o United empatou com um chutaço de Alex Telles e virou nos segundos finais porque tem um dos goleadores mais implacáveis de todos os tempos.
? RECORD! Cristiano Ronaldo = all-time record appearance holder in the Champions League ?#UCL pic.twitter.com/3mrsDYgihp
— UEFA Champions League (@ChampionsLeague) September 29, 2021
O Villarreal foi melhor no primeiro tempo – por muito. O Manchester United foi escalado em um 4-3-3, com Mason Greenwood e Jadon Sancho pelas pontas, Bruno Fernandes, um pouco mais à frente, junto com Pogba, Scott McTominay de volante, e Cristiano Ronaldo como centroavante. E simplesmente não conseguiu criar nada de relevante contra um Villarreal que se defendia com duas linhas de quatro bem compactas, com o ponta Yéremi Pino fechando pela direita e Manu Trigueros pela esquerda. Dani Parejo e Étienne Capoué pelo meio.
O Villarreal correu certos riscos na saída de bola. Abria bastante a sua linha de defesa, com Juan Foyth e Alberto Moreno bem colados nas linhas laterais. Capoué encostava nos zagueiros para trabalhar os passes e rapidamente recebia o apoio de Parejo. O United manteve uma pressão alta, mas sem tanta intensidade. Quando os espanhóis conseguiam superá-la, tinham facilidade para buscar os jogos pelas pontas, e principalmente Arnaut Danjuma deu um show na etapa inicial.
O ex-jogador do Bournemouth causou pesadelos a Diogo Dalot. Aos sete minutos, recebeu o lançamento pela esquerda, dominou bem, entrou na área e bateu em cima de De Gea. Logo em seguida, o Villarreal trabalhou bem a posse de bola e, de Capoué a Trigueros, de Trigueros a Danjuma, o holandês ficou no mano a mano com Dalot. Driblou e bateu colocado no outro canto para uma grande defesa de De Gea.
Grandes defesas de De Gea seriam a tônica da primeira etapa. Varane conseguiu um ótimo corte para evitar que o passe de Danjuma por trás da defesa encontrasse Alcácer na cara do gol. No minuto seguinte, fez jogada de linha de fundo pela esquerda, novamente deixando Dalot comendo poeira, e cruzou para Alcácer desviar na primeira trave. De Gea espalmou plasticamente para fora.
A noite do United estava tão ruim que até Varane cometeu um vacilo muito pouco comum e permitiu que Alcácer ficasse com a sobra na entrada da área. Ele chutou um pouco antes do que deveria, mas ainda levou perigo. Pino, agora pela direita, também exigiu boa defesa de De Gea, após driblar Alex Telles, e a melhor chance de gol dos ingleses foi um corte de Alberto Moreno que quase gerou um gol contra.
Com muitos minutos de atraso, o Villarreal abriu o placar no começo da etapa final. E foi exatamente da maneira como vinha criando seus lances de perigo. Saiu desde o goleiro tocando a bola com calma, trocou passes rápidos no meio-campo e deixou Manu Trigueros de frente para uma linha de defesa do United adiantada, aberta e desesperada. Foi uma questão de acertar o passe para Danjuma pela esquerda. O cruzamento na primeira trave foi desviado por Alcácer.
Mas o Manchester United tem tanta qualidade em seu time que sempre pode tirar um lance espetacular da cartola. Foi uma cobrança de falta ensaiada. Da ponta direita, Bruno Fernandes colocou a bola exatamente onde queria, como é de seu costume, no bico esquerdo da grande área, onde Alex Telles pegou de primeira e anotou um golaço para empatar o jogo, ainda aos 15 minutos do segundo tempo.
Os donos da casa melhoraram depois do gol. A 15 minutos do fim, Solskjaer reconstruiu o seu 4-2-3-1 com a entrada de Nemanja Matic no meio-campo para fazer dupla de volantes com McTominay e Cavani, como centroavante, deslocando Ronaldo à esquerda. O uruguaio teve uma chance claríssima na segunda trave, mas cabeceou um pouco no susto e não direcionou a bola ao gol. O Villarreal também teve a sua, com Boulaye Dia pegando o rebote de outra boa defesa de De Gea. A primeira finalização foi com o peito, sem força. A bola ficou presa, Dia levantou e bateu em cima da marcação em vez de tentar passar a um companheiro.
Aos 44 minutos, Solskjaer colocou Lingard e Fred – como lateral esquerdo. E brilhou sua estrela. Lingard quase marcou o segundo gol em um desvio na primeira trave, que Rulli defendeu muito bem. E aos 50, Fred cruzou da esquerda, Ronaldo ajeitou de cabeça, Lingard deu um toquinho e, quase sem ângulo, o português bateu forte para dar a vitória ao Manchester United. Uma vitória suada, nem tão merecida, mas concreta e importante.
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