Grupo D: Bayern de Munique, Atlético de Madrid, PSV e Rostov

Por Leandro Stein
Um grupo de forças claras, mas que não dá para se dizer tão óbvio assim. Bayern de Munique e Atlético de Madrid despontam como principais favoritos às primeiras colocações – com leve vantagem aos bávaros, que podem se complicar no confronto direto, mas costumam se impor sem maiores problemas contra rivais mais fracos, ao contrário dos colchoneros.
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Apesar disso, é bom não botar o PSV como carta fora do baralho. Os holandeses vêm de bons momentos e, ao lado de Tottenham e Borussia Mönchengladbach, apareciam como os rivais mais indesejados do pote 3 do sorteio. Possuem potencial para engrossar o caldo, como fizeram contra o próprio Atleti na última temporada. Já o Rostov surge como um franco-atirador perigoso, especialmente diante da maneira como amassou o Ajax nos play-offs qualificatórios. A visita à Rússia não deverá ser missão simples.
Jogador-chave
Jan Oblak (Atlético de Madrid)
Pode-se discutir em qual patamar o esloveno aparece hoje entre os melhores goleiros do mundo. Para alguns (e eu me incluo nesta conta), ainda falta um pouco mais de regularidade para entrar no primeiro escalão. De qualquer maneira, não dá para negar o desempenho fantástico que Oblak teve na última Liga dos Campeões, apontado por muitos como o melhor goleiro da competição. Também pudera, por tudo o que pegou diante do Bayern de Munique nas semifinais. Por isso mesmo, sua importância será imensa já na fase de grupos. Se o Atleti quiser sair com a primeira posição e escapar de um adversário mais forte nas oitavas de final, terá que confiar outra vez nos milagres de seu arqueiro.
Fique de olho
O Rostov em casa
O Ajax não encontrou piedade em sua visita à Rússia. Dentro do Estádio Olimp-2, acabou engolido por 4 a 1, na partida que selou a classificação inédita do Rostov à fase de grupos da Champions. Mas a grande atuação em casa não foi um ponto fora da curva para os russos, ainda que não se esperasse uma goleada daquele tamanho sobre os tetracampeões europeus. Desde a última Premier League Russa, o Rostov tem uma certeza em suas partidas como mandante, somando 82,2% de aproveitamento em seus domínios na campanha. A última derrota como local aconteceu em maio de 2015. Já na atual temporada, são quatro vitórias e dois empates em seis partidas.
O brasileiro
Douglas Costa (Bayern de Munique)
O ponta está retornando de lesão. Mas, em um jogo, já deu pra perceber a diferença que ele continua fazendo ao Bayern de Munique. Os bávaros sofriam diante do Schalke 04, até que Carlo Ancelotti mandou o brasileiro a campo. Pois Douglas Costa ajudou a mudar o panorama da partida. Não participou diretamente dos gols, embora a sua entrada tenha contribuído para abrir a defesa dos Azuis Reais, que antes pouco permitiam as finalizações dos visitantes em Gelsenkirchen. Em uma equipe que tende a depender bastante dos serviços dos pontas, o camisa 11 é o mais importante neste momento, diante das quedas de Robben e Ribéry. É o cara que pode potencializar a velocidade do time e tem qualidade para decidir em um lance, principalmente pela qualidade de seu chute.
A contratação
Siem de Jong (PSV)
Azar. Não há outra definição para o sorteio do PSV. Os atuais campeões holandeses possuem um bom time, mas pagaram as consequências por não aparecerem entre os cabeças-de-chave. Caíram em um dos grupos mais delicados, e justamente contra o algoz da última temporada. Porém, se existe uma esperança, é relembrar a maneira como quase eliminaram o Atlético de Madrid nas oitavas de final. E de como continuam fortes. A única perda significativa ao time titular no último mercado foi a venda do zagueiro Jeffrey Bruma. Já o meio-campo ganha o talento de Siem de Jong. Ídolo do Ajax na campanha do tetracampeonato nacional, o meio-campista chega por empréstimo do Newcastle. E, voltando de lesão, já chegou mostrando a que veio, com um golaço de falta em sua estreia, pelo time B dos Boeren.
Na história
Bayern de Munique x PSV, semifinal de 1990
O óbvio seria falar da histórica final de 1974 entre Bayern e Atleti. Mas vamos fugir um pouco disso, porque os bávaros também contam com bons episódios contra o PSV – e menos conhecidos. Em tempos de fortes equipes para alemães e holandeses, o cruzamento valeu uma vaga na semifinal em 1990. O PSV era o campeão de dois anos antes, mas havia perdido alguns de seus destaques. E, por mais que bons jogadores como Eric Gerets e Soren Lerby permanecessem, os holandeses estavam desfalcados de seu craque: artilheiro daquela Champions, Romário fraturara a tíbia semanas antes. Fez falta. O Bayern venceu os duelos tanto em Munique quanto em Eindhoven, mas acabou caindo para o poderoso Milan na etapa seguinte. Daquele elenco sairiam seis campeões do mundo com a Alemanha Ocidental em 1990, incluindo os titulares Kohler e Augenthaler.
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