Champions League

Empate do Olympiacos com Barcelona foi símbolo da fase de grupos: entediante

Uma das grandes críticas à Champions League é sobre a falta de graça de muitos jogos na sua primeira fase. O jogo entre Olympiacos e Barcelona em Atenas foi um bom símbolo disso. Nem tanto pelo empate por 0 a 0, mas pela falta de entusiasmo dos catalães diante de um adversário mais fraco, que também não conseguia ameaçar. Foi, portanto, uma boa síntese de boa parte da fase de grupo: entediante.

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O ambiente do jogo foi o mais interessante. O estádio Georgios Karaiskakis estava repleto e, mais do que isso, barulhento. O torcedor do Olympiacos primeiro agradeceu ao trabalho de Ernesto Valverde, que teve duas passagens pelo clube e fez um bom trabalho. Uma bonita faixa de “Gracias, Ernesto” foi estendida. E logo que a bola rolou, foi retirada. A torcida se tornou um marcador do time grego: se fez presente durante o jogo todo, com muito barulho.

O jogo foi típico de um time que é um dos grandes favoritos ao título, o Barcelona, contra um time que sabe que qualquer coisa além da fase de grupos é lucro – o que é um triste retrato da diferença abissal que se criou entre as duas equipes. Isso talvez tenha uma influência na forma como o jogo se desenvolve. A partida foi bastante morna em Atenas. Nem o Barcelona se esforçava para vencer o jogo de qualquer jeito, nem o Olympiacos parecia ter armas para causar problemas aos catalães.

No primeiro tempo, o Olymapicos conseguiu fazer o que queria: criar chances no pouco tempo que teve a bola. Aos 14 minutos, conseguiu a melhor delas. Elabdellaoui foi lançado nas costas da zaga, mas o zagueiro Umtiti mostrou velocidade e conseguiu tocar na bola antes do jogador do clube grego tocar na bola. Até conseguiu um ou outro chute, mas nada que causasse grande comoção nas arquibancadas.

Depois de um primeiro tempo terrivelmente chato, o segundo melhorou um pouco, ao menos para o Barcelona. O domínio territorial passou a ser maior e o time catalão passou a criar chances mais claras de gol. Não que tenham sido assim, chances maravilhosas, mas em um jogo que parecia mais burocrático que pegar fila em cartório, já era alguma coisa.

Luis Suárez não vive a sua melhor fase, ainda mais no primeiro tempo, quando ficou mais pelo lado esquerdo do ataque. No segundo, mais perto de Lionel Messi, passou a ter mais chances. O Barça voltou em um 4-4-2, com Deulofeu e Denis Suárez pelos lados, Suárez e Messi à frente. A melhor das chances veio justamente em um passo bonito de Messi, por cima da zaga. O atacante uruguaio tocou por cima do goleiro, mas a bola bateu no travessão e saiu.

Tal qual um tubarão, o Barcelona rondou a área do Olympiacos, tentando o bote que lhe daria o gol e a vitória. Só que o tubarão pareceu sem dentes. Nem Messi, nem Suárez, nem Deulofeu ou qualquer dos seus jogadores. Paulinho deixou o campo no segundo tempo para a entrada de Rakitic, em uma partida que também não conseguiu brilhar, ainda que não tenha ido mal.

Certamente quem montou os melhores momentos do jogo para a televisão teve que diminuir o seu critério para inserir lances. Porque não tivemos tantas chances daquelas que os torcedores gritariam “uuuh”, assistindo à transmissão.

No fim, o placar de 0 a 0 foi a nota de uma partida pouco atraente e que representa o que é esta fase de grupos em muitos momentos: monótona. Até porque o empate, mesmo sendo, teoricamente, um ótimo resultado para o Olympiacos, não muda nada em termos de classificação. Se o Barcelona vencesse, seria uma vitória protocolar, tal qual reconhecer firma no cartório. O empate não foi diferente disso.

O Barcelona segue líder, com 10 pontos. Como a Juventus empatou em Lisboa com o Sporting, manteve a segunda posição com sete. Sporting, com quatro, é terceiro, seguido pelo Olympiacos, com um ponto. Na próxima rodada, no dia 22 de novembro, a Juventus recebe o Barcelona em Turim e o Olympiacos visita o Sporting em Lisboa. Esperamos que com jogos um pouco melhores.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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