Devidamente questionado, Benzema justificou a confiança de Zidane em míseros centímetros

Karim Benzema se transformou em uma das peças mais questionadas do Real Madrid nos últimos meses. Alguns pedem a entrada de Morata. Outros, defendem até mesmo um esquema tático que deixe Cristiano Ronaldo como único homem de referência. Fato é que o francês não vem rendendo tão bem. Basta olhar para os números: são apenas 17 gols em 44 partidas, a pior média nas últimas sete temporadas pelo clube. Desde janeiro, então, o seu rendimento despencou. Foram cinco tentos nas últimas 23 aparições. Mas por que Zinedine Zidane insiste tanto no compatriota? Bem, um grande sinal veio nesta quarta, contra o Atlético de Madrid. O camisa 9 chamou a responsabilidade e teve papel primordial ao Real Madrid. Oferecendo um diferencial técnico, aliviou a pressão dos colchoneros, para colocar sua equipe em mais uma decisão de Liga dos Campeões.
VEJA TAMBÉM: O Atlético até esboçou o milagre, mas não deu: o Real Madrid está na final pela 15ª vez
Benzema pode não ter sido participativo como Isco ou Kroos. Mas dá para dizer que nenhum outro jogador em campo foi mais decisivo aos classificados. Em um lampejo de pura habilidade (e também desleixo dos adversários), criou do nada o gol de seu time, quando os rojiblancos botavam os rivais contra a parede no Vicente Calderón. Descobriu um latifúndio em poucos centímetros, para passar por três defensores na linha de fundo, antes de rolar para Kroos, no lance que terminou com Isco balançando as redes. Ali, a mera presença do centroavante já valeria por todos os 90 minutos. Mas ainda tinha mais.
Movimentando-se bastante ao lado de Cristiano Ronaldo, Benzema criou duas oportunidades de marcar, levando muito perigo em uma cabeçada que acertou a parte externa da rede. Construiu ocasiões também para os seus companheiros. E partiu para cima da defesa do Atleti. O lance na linha de fundo foi apenas um exemplo, o melhor, do que se repetiu várias vezes no duelo. O camisa 9 infernizou os marcadores com suas jogadas individuais. Algo que, aliás, não vinha sendo muito o seu costume nos últimos tempos. Por mais que Morata demonstre enorme sede de gols e já tenha eliminado o próprio Real Madrid em uma semifinal de Champions, não possui a mesma qualidade técnica para desequilibrar jogos.
Não é a atuação de luxo que invalida o debate sobre a permanência de Benzema no 11 inicial. Pensando nas próximas temporadas, com o francês se aproximando dos 30 anos, não seria surpreendente se o Real Madrid trouxesse uma nova peça para substituí-lo ou abrisse alas a Morata. Contudo, também não é a queda de ritmo que inutiliza o camisa 9, de tantos serviços prestados aos madridistas. O francês ainda pode ser um trunfo. Já tinha sido em partidas difíceis nesta temporada. E cumpre sua missão em um dos momentos mais importantes. Resposta ao voto de confiança de Zidane, que deve se repetir mais uma vez em Cardiff.