O Atlético até esboçou o milagre, mas não deu: o Real Madrid está na final pela 15ª vez

Ninguém chegou tantas vezes à final da Champions League quanto o Real Madrid. E essa marca do maior campeão do torneio acaba de ficar maior. O Atlético até esboçou o milagre em um Vicente Calderón borbulhante, mas não conseguiu reverter a derrota por 3 a 0 no Bernabéu. Um gol de Isco, após linda jogada de Benzema, decretou a classificação dos merengues à 15ª decisão de sua história, em busca do 12º título, apesar da derrota por 2 a 1.
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Oito das 15 finais do Real Madrid saíram nos primeiros anos da competição, entre 1956 e 1966, com seis troféus conquistados. Voltaria à partida decisiva apenas em 1981, quando foi derrotado pelo Liverpool. Disputou três decisões entre 1998 e 2002, ganhando todas, e depois de mais um jejum, está na terceira final em quatro temporadas. Derrotou o Atlético de Madrid nas outras duas. Desta vez, passou pelos rivais na semifinal.
Empurrado pela torcida, na véspera e no dia do jogo, o que mais o Atlético de Madrid poderia fazer, senão ir para cima do Real Madrid? Acreditar e sofrer são características inerentes a este time de Simeone. Aos 5 minutos, Koke exigiu boa defesa de Navas. Casemiro, de cabeça, respondeu para os visitantes, e foi a vez de Oblak trabalhar muito bem. O resquício de esperança para os colchoneros apareceu em cobrança de escanteio, que Saúl cabeceou para o gol. Logo na sequência, Varane comete pênalti em Fernando Torres.
Permitir que Griezmann, depois do que aconteceu na final de Milão, cobrasse esse pênalti foi uma decisão muito arriscada de Simeone. E o francês cobrou mal, com dois toques inclusive: seu pé direito escorregou e tocou a bola antes de o esquerdo mandá-la para o gol de Navas. Cobrança irregular, mas o árbitro não viu. A finalização subiu em rosca e passou por Navas, colocando dois gols no placar a favor do Atlético de Madrid.
O cume da montanha, que parecia tão longe no começo da partida, de repente ficou bem perto, com mais 75 minutos de jogo pela frente. Os colchoneros precisavam de apenas um gol para levar a partida à prorrogação, mas, naturalmente, diminuíram um pouco o ritmo intenso do começo do jogo, e o Real Madrid foi se sentindo mais confortável. Assumiu a bola e o controle do jogo, que ficou quente: Godín, Sergio Ramos e Gabi levaram cartões amarelos em sequência.
O problema para o Atlético de Madrid não seria fazer mais um gol: seria não sofrer nenhum. Missão difícil contra tantos jogadores talentosos. Como Benzema. O francês fez uma jogada espetacular pela ponta esquerda, passou por três marcadores, em cima da linha de fundo, e tocou para trás. Kroos bateu de primeira, e Oblak fez uma linda defesa. Isco pegou o rebote e marcou para o Real Madrid. Agora, os colchoneros precisavam novamente de três gols, e o jogo, efetivamente, terminou.
O ritmo diminuiu bastante no segundo tempo. O Atlético de Madrid continuou tentando, mas sem muita convicção. Quase marcou em um erro de Danilo, recolhido por Carrasco, que exigiu linda defesa de Navas. No rebote, Gameiro cabeceou à queima-roupa, e o goleiro costarriquenho operou um milagre. Cristiano Ronaldo colocou a bola nas redes, mas o gol foi anulado por impedimento. Benzema acertou a rede pelo lado de fora, e o Real Madrid criou oportunidades até mesmo para sair do Vicente Calderón com o empate.
O Real Madrid levou um susto, mas teve cabeça fria e espírito para colocar a bola no chão e fazer o gol que, de fato, decidiu a eliminatória e levou Zidane a sua segunda final de Champions League em duas participações. Nada mal. Os merengues podem se tornar o primeiro time bicampeão da era moderna da competição europeia. No entanto, a adversária será a poderosa Juventus, em ótima fase, em uma partida que promete.