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City foi implacável contra um Leipzig que ficou zonzo e goleou com show de Haaland

O Leipzig levou dois gols em cerca de um minuto no primeiro tempo e nunca conseguiu reagir para barrar o norueguês

O Manchester City foi melhor do que o RB Leipzig antes de um pênalti que condicionou a partida e muito melhor depois dele para avançar às quartas de final com uma enfática goleada por 7 a 0, durante a qual Erling Haaland marcou cinco vezes e igualou o número de gols feitos por um jogador em uma mesma partida de Champions League, ao lado de Luiz Adriano e Lionel Messi. Até poderia ter batido o recorde se Pep Guardiola não o tivesse substituído aos 18 minutos do segundo tempo.

O pênalti contestável, por um toque de leve na mão de Benjamin Henrichs, e o gol que Haaland marcou de cabeça logo depois foram o divisor de águas. O Leipzig havia começado a partida em apuros, como era de se esperar em um jogo tão difícil fora de casa, mas se segurava. Depois, nunca conseguiu se reagrupar e foi atropelado pelo bicampeão inglês. Além dos gols, Haaland esteve mais envolvido e teve outras finalizações perigosas que pararam nas mãos do goleiro Janis Blaswich.

O City, que nada tem a ver com o que o árbitro decide ou deixa de decidir, identificou a fragilidade do adversário e foi implacável para resolver a sua classificação em uma hora, o que permitiu a Guardiola usar as cinco substituições, rodar o seu elenco e se preparar para os próximos desafios. Enquanto o Leipzig se dirigiu ao aeroporto de cabeça inchada.

Escalações

Guardiola praticamente repetiu a escalação do fim de semana. A única mudança foi a entrada de Kevin de Bruyne no lugar de Phil Foden. Manteve quatro zagueiros em campo, com John Stones, Manuel Akanji, Rúben Dias e Nathan Aké. O RB Leipzig chegava de vitória por 3 a 0 sobre o Borussia Mönchengladbach. O técnico Marco Rose preferiu reforçar o meio-campo, com Amadou Haidara, Kevin Kampl e Konrad Laimer dando suporte ao trio com Emil Forsberg, Dominik Szoboszlai e Timo Werner. André Silva ficou no banco de reservas. Nas laterais, entraram Benjamin Henrichs e David Raum, em vez dos jogadores mais defensivos usados na partida de ida das oitavas de final.

Primeiro tempo

Duas coisas importantes aconteceram no primeiro tempo: a pressão do Manchester City venceu com folgas a saída de bola do RB Leipzig e o árbitro marcou um pênalti muito contestável para os donos da casa. São as melhores explicações para a vantagem que o City construiu nos 45 minutos iniciais. A primeira hora foi um passeio inglês, desde o começo. Logo aos três minutos, Bernardo Silva matou a inversão na direita e rolou na ponta para De Bruyne. O cruzamento achou Gündogan na região da marca do pênalti. A finalização de primeira saiu bem torta.

Haaland, mais envolvido na partida, recebeu o lançamento de Aké, aos 11, ganhou na velocidade da defesa e tentou tocar com a ponta da chuteira para vencer Janis Blaswich, que estava adiantado. O goleiro do Leipzig defendeu com as pernas. A primeira chegada alema foi com David Raum, subindo pela esquerda e cruzando nas mãos de Ederson. O City estava em cima e pressionava de uma maneira que, de fato, colocava o Leipzig em risco de alguma coisa estranha acontecer.

E alguma coisa estranha aconteceu. Henrichs subiu com Rodri, que cabeceou para a frente. A bola, no máximo, resvalou na mão do lateral alemão. A jogada seguiu, com um bate e rebate danado. Quando parou, o árbitro Slavko Vincic checou o assistente de vídeo e apontou à marca do cal. O rigorosíssimo pênalti foi convertido por Haaland sem problemas. Um minuto depois, o norueguês fez tudo que podia: pressionou Blaswich, ajeitou o lançamento de Akanji para De Bruyne e depois pegou o rebote do chute do belga no travessão para fazer 2 a 0.

Os dois gols em sequência deixaram o Leipzig atordoado. Apenas na marca da meia hora conseguiu se assentar um pouco na partida e encontrou Haidara entre os zagueiros em uma cobrança de falta. Chute meio ruim, talvez tenha sido até uma tentativa de domínio, e Ederson agarrou sem problema. No outro lado, Haaland recebeu de Grealish em profundidade e girou batendo forte, para boa defesa de Blaswich.

O Leipzig também reclamará que Ederson saiu destrambelhado do gol e deu uma voadora em Timo Werner, que recebeu o cartão amarelo por indisciplina. Vincic nem deu falta em um lance que poderia ter terminado até com expulsão. Em uma rápida cobrança de falta, De Bruyne acionou Gündogan para outra boa defesa de Blaswich, e a pressão do City seguia incessante. O Leipzig tinha sérias dificuldades para sair do campo de defesa e tentar alguma coisa.

E no apagar das luzes da etapa inicial, Rúben Dias acertou um cabeceio na trave. A bola correu em cima da linha. Quando Haidara, desesperado tentou cortar, Haaland já estava em cima dele. A bola pegou nas pernas do norueguês e se transformou em um hat-trick que encaminhou a classificação do Manchester City.

Segundo tempo

O segundo tempo serviu exclusivamente para Haaland igualar o recorde de Messi e Luiz Adriano. Gündogan ampliou com um chute cruzado, aos três minutos, após tabela com Grealish, e, logo em seguida, Bernardo Silva encontrou uma cobrança de escanteio fatiada na segunda trave e ajeitou na direção da outra. Haaland cabeceou forte, Blaswich fez a defesa, Akanji tentou dominar e quase marcou, Blaswich deu mais um tapa, e Haaland fez o quinto no rebote.

Àquela altura, o recorde era palpável. O Leipzig estava vendido. E Haaland parecia ter isso em mente ou simplesmente percebeu que poderia ter um jogo histórico de qualquer maneira. Aos 11 minutos, Akanji dividiu na primeira trave, Blaswich defendeu meio no susto, e Haaland mandou de primeira para o fundo das redes. A narrativa passou a ser óbvia: mais um gol para quebrar a marca e se tornar o maior artilheiro em uma partida de Champions League.

Faltou combinar com Pep Guardiola. Ele havia usado duas substituições depois do quinto gol e fez as outras três logo após o sexto. Entre elas, Julián Álvarez entrou na vaga de Haaland e acabou com a possibilidade do recorde isolado. Acabou com qualquer interesse na partida também. O City seguiu tocando a bola até De Bruyn dar números finais ao placar com uma batida colocada de fora da área, após arrancada de Mahrez pela direita.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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