‘De volta à terra’ e ‘velho Barcelona’: imprensa reage à nova derrota na Champions
Animado por um bom começo em La Liga, Barcelona decepcionou ao cair diante do Monaco em sua estreia continental
Após um início perfeito de temporada, com cinco vitórias em cinco rodadas de La Liga, o Barcelona tomou um choque de realidade nesta quinta-feira (19).
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Pela 1ª rodada da fase de liga da Champions League, o time de Hansi Flick perdeu para o Monaco por 2 a 1 após passar mais de 80 minutos com um a menos pela expulsão de Eric García.
Um resultado que despertou antigos traumas em um clube que se vê desconfortável ao jogar competições europeias nos últimos anos, diferente da equipe avassaladora vista entre 2009 e 2015.
A imprensa catalã resgatou essas dores recentes e repercutiu a nova derrota na Europa do Barça em um tom extremamente crítico.
Velhos traumas mostram um Barcelona inseguro, apontam jornais
“Nova Champions League, velho Barça“. Esta é a manchete de capa do jornal Mundo Deportivo, o principal esportivo na Catalunha.
— O novo Barça não apareceu na estreia da nova Liga dos Campeões. Chegou o velho, com rostos mais jovens e um entusiasmado treinador alemão no banco, mas com os mesmos medos e inseguranças dos últimos anos. […] ‘Se você não estiver 100% focado, esta competição te expulsa', disse Flick na prévia. Bem, é isso. — começou o MD.
A velocidade em que as coisas deram errado ao Barcelona lembram mesmo os velhos erros que nos acostumamos a ver na última temporada.
O periódico Sport relembrou que nas quartas de final da temporada passada, quando os Culés foram eliminados para o PSG, a expulsão de Ronald Araújo condicionou a partida, então 1 a 0 a favor em 29 minutos, até a virada dos franceses por 4 a 1.
— Apenas dez minutos se passaram quando a memória de Araújo contra o PSG passou pelo estádio Luis II em Mônaco. Esse foi o último jogo do Blaugrana na última edição da Liga dos Campeões e o desta quinta-feira foi o primeiro, mas o Barça parece obcecado em dificultar a sua vida na Europa sempre que tem a opção de fazer. Desta vez foi Ter Stegen quem falhou miseravelmente num passe horrível para Eric García. […] Apenas dez minutos se passaram quando a Europa trouxe a equipe de Flick de volta à terra. — Sport.
O MD reforçou que, em 15 minutos, o placar já estava contra o Barça, tirando todo o “positivismo” do bom início no Campeonato Espanhol.
— Todo o positivismo que o Barça de Hansi Flick gerou nas primeiras cinco rodadas da Liga, com aquele total de 15 pontos e mais de três gols em média por jogo, foi diluído num piscar de olhos.
Relembrar a eliminação para o Paris também fez o Sport cutucar o técnico anterior, Xavi Hernández, que tirou Lamine Yamal após ficar com um a menos. Diferente do antecessor, Flick manteve o jovem, que empataria contra o Monaco ainda no primeiro tempo.
— As lições têm de ser aprendidas rapidamente porque o futebol não espera: Yamal disse basta, fez o passe para o seu colega e, atacando o espaço, colocou onde Akliouche tinha colocado para empatar.
Falando no técnico alemão, os dois jornais entenderam que as causas do revés não estão na sua conta, mas houve críticas sutis.
O Sport reclamou que o time “confiou tudo no pragmatismo do contra-ataque”, enquanto o Mundo Deportivo deu a entender que a demora em alterar foi um dos motivos para o segundo gol dos monegascos — Flick só fez as primeiras trocas aos 34 da etapa final, quase 10 minutos após o segundo gol rival.
— Aos 70 minutos, com a entrada de Caio Henrique e Balogun, o Mônaco já havia feito quatro alterações e o Barça acumulava 60 minutos com os mesmos 10. Futebol não é matemática, mas aos 72 minutos estava 2 a 1.
Ter Stegen é principal alvo das críticas após derrota para Monaco
Entre os jogadores alvo de críticas, o único assinalado de forma mais contundente foi o goleiro titular.
Além de ter papel na expulsão de García, Ter Stegen cometeu outros erros estranhos de saída de bola e ao tentar socar cruzamentos, quase colocando a bola para o próprio gol em um deles.
O MD apontou que os vexames da última década ainda atormentam o arqueiro, mesmo tão experiente aos 32 anos e capitão do time.
— Ter Stegen, o único do elenco que esteve em todas as derrocadas desde o último título em Berlim, em 2015, confirmou que a experiência e a capitania não libertam um dos fantasmas de quase uma década. […] Mas o que está claro é que quem toma a decisão final é o goleiro, que não é mais criança. — Mundo Deportivo.
Ao abordar o primeiro gol do Monaco, o Sport falou da passividade defensiva e descreveu uma desatenção do alemão.
— Akliouche recebeu diagonal na ala direita e aproveitou a passividade da defesa para chegar ao fundo da defesa blaugrana e marcar em Ter Stegen com um chute na trave esquerda. O alemão começou a Liga dos Campeões com certo ar despreocupado, sem tensão. Isso tem um custo. — Sport
As próximas semanas serão essenciais para ver se o Barcelona aprendeu com os erros de hoje.
A Champions já volta em duas semanas, e o clube catalão tem um duelo tranquilo com o Young Boys, em casa (01/10), antes de receber o carrasco Bayern de Munique (23/10).