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Estádio em Nova York vale a pena?

O jornal New York Post anunciou nesta terça-feira (14) que a Major League Soccer construirá um estádio de US$ 300 milhões em Nova York para que a liga acomode uma segunda equipe da cidade, muito provavelmente o Cosmos, que planeja entrada na MLS nos próximos anos. Mas vale a pena todo esse esforço para ter uma segunda franquia na Big Apple?

Comecemos pelo ponto de vista financeiro da liga e da franquia. Com um custo de US$ 300 milhões, o estádio poderia fazer parte de um pacote com o dinheiro necessário para se ter uma equipe. Para o Impact, um preço de US$ 60 milhões foi cobrado. No caso de um novo clube em Nova York, dizem que a MLS cobraria cerca de US$ 100 milhões.

Não sei se há alguém disposto a pagar US$ 400 milhões ou mais de uma vez para ter uma franquia em Nova York. Até porque a equipe existente, o New York Red Bulls, não consegue encher seu estádio e não chega a ser um sucesso de marketing, vendas e outros setores que possam fazer esse dinheiro retornar. Uma solução seria um crediário de vários anos para a venda.

A construção do estádio deve terminar em 2014 ou 2015. Então quer dizer que a liga deixará de olhar para outros bons mercados enquanto não termina seu plano em Nova York? E se ninguém aparecer para comprar o local e a franquia? Ele ficará como um elefante branco da MLS?

Existem vários outros mercados muito bons para serem explorados nos Estados Unidos. Orlando tem uma franquia muito bem estabelecida na NASL (espécie de segunda divisão), Las Vegas tem interesse em montar um complexo esportivo e levar a MLS para lá, Minneapolis, Detroit e Cary (Carolina do Norte) também mostram grande vontade de ter uma franquia da liga.

Outra questão é a felicidade das outras equipes vendo a MLS investir US$ 300 milhões diretamente em um estádio para uma franquia que ainda nem existe. A maioria dos times que integram a liga investiu pesado para ter locais novos para jogar. Alguns exemplos são o Real Salt Lake com o Rio Tinto Stadium, o New York Red Bulls com a Red Bull Arena e o Montréal Impact com o Saputo Stadium.

Além disso, ainda há dois fatos sobre o relacionamento da liga com os clubes do lado financeiro da questão. No ano passado, o comissário Don Gerber disse que a liga estava economizando dinheiro e quando o D.C. United passou por dificuldades, a equipe teve que se reerguer sem nenhuma ajuda da MLS.

Em minha opinião, a liga poderia pensar em outras coisas antes de fazer o estádio para a possível nova franquia. Uma das primeiras medidas que poderiam ser tomadas é o aumento do teto salarial, já que o atual é fixado em US$ 2,810 milhões anuais e faz com que vários jogadores mais novos tenham que aceitar entrar nas equipes por US$ 40 mil

Mesmo não concordando com a opção da MLS, espero que a decisão se torne a melhor para o desenvolvimento do esporte nos Estados Unidos, até porque esse é o maior intuito que a liga deveria buscar.

Confira os resultados da 24ª semana da MLS:

New York Red Bulls 2×0 Houston Dynamo
NY: Marcus Holgersson (61’), Jan Solli (92’)

Vancouver Whitecaps 2×1 Real Salt Lake
VAN: Camilo (54’), Dane Richards (64’) / RSL: Nat Borchers (92’)

Sporting Kansas City 2×1 D.C.United
SKC: Teal Bunbury (13’), Graham Zusi (63’) / DCU: Nick DeLeon (23’)

San Jose Earthquakes 2×1 Seattle Sounders
SJ: Simon Dawkins (71’), Steven Lenhart (93’) / SEA: Fredy Montero (92’)

FC Dallas 3×2 Colorado Rapids
FCD: Fabián Castillo (41’), Jair Benítez (44’), David Ferreira (49’) / COL: Jaime Castrillón (12’), Jeff Larentowicz (55’)

New England Revolution 0x1 Montréal Impact
MON: Sanna Nyassi (61’)

Philadelphia Union 1×3 Chicago Fire
PHI: Jail Anibaba (contra, 34’) / CHI: Chris Rolfe (43’, 56’), Arne Friedrich (45’)

Chivas USA 0x4 Los Angeles Galaxy
LA: Robbie Keane (27’), Juninho (64’, 74’), Omar Gonzalez

Foto de Anderson Santos

Anderson Santos

Membro do Na Bancada, professor da Unidade Educacional Santana do Ipanema da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), doutorando em Comunicação na Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro “Os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol” (Appris, 2019).
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