Copa do MundoEstados Unidos

Empate no final foi frustrante, mas jogo mostrou lado diferente de norte-americanos

Foi por pouco. A classificação estava na mão dos norte-americanos, mas um gol aos 49 minutos do segundo tempo fez com que os portugueses adiassem o sonho dos ianques. Só que apesar       do resultado frustrante por causa da situação, o empate mostrou boas coisas.

Desta vez, a equipe iniciou o jogo em desvantagem logo cedo por causa de um erro de Geoff Cameron ao tentar cortar um cruzamento e a desatenção de DaMarcus Beasley, que deixou Nani completamente livre para marcar o primeiro gol dos portugueses.

O JOGO: Apesar do balde de água fria, empate ainda é bom para os americanos

Mas o que se viu após a desvantagem logo cedo foi algo bem melhor do que os americanos mostraram contra Gana. A equipe foi para frente e tentava criar jogadas, principalmente no lado direito, em que o lateral Fabian Johnson subia com muita facilidade, já que o baleado Cristiano Ronaldo não voltava para marcar.

O grande problema é que com a lesão de Jozy Altidore na primeira partida, Jurgen Klinsmann escalou Clint Dempsey como referência no ataque e colocou Graham Zusi pelo lado direito. Isso fez com que a equipe não tivesse uma presença constante na área para incomodar os zagueiros Bruno Alves e Ricardo Costa, já que o capitão americano é melhor vindo de trás e ele mesmo não se posicionava tanto dentro da área.

De tanto chegar e martelar veio o primeiro gol. Jermaine Jones – um dos melhores jogadores dos Estados Unidos nas duas partidas – aproveitou sobra de bola parada, um dos pontos fortes do time, e desferiu um lindo chute para empatar o jogo.

Pouco tempo depois, o planejamento futuro de Klinsmann começou a dar certo. O jovem DeAndre Yedlin entrou e ofereceu uma boa opção para a equipe do lado direito, com muita velocidade. E foi por ali que saiu o gol da virada, com cruzamento do jogador dos Sounders abrindo espaço para o gol de “Renato Gaúcho” Dempsey.

Estava tudo tranquilo até o final da partida. Com a substituição demorada de Zusi, os acréscimos subiram de quatro para cinco minutos. E nos fatídicos últimos 60 segundos da partida, Michael Bradley teve a chance de matar a partida quando estava totalmente sozinho. Mas faltou a “malandragem” e ele perdeu a bola, que acabou resultando no gol de Varela.

Aproveitando a deixa: Michael Bradley precisa aparecer mais. Ele fez bons passes e chegou a deixar Dempsey na cara do gol, mas ainda está devendo quando se trata de alguém que teve um esquema feito para potencializar sua efetividade. Além de perder a bola que resultou no gol de empate português, ele deixou de anotar um tento com a meta escancarada.

Não foi o melhor dos resultados para os americanos, até por causa das circunstâncias. Mas se antes da Copa você dissesse a Klinsmann e aos jogadores que eles teriam quatro pontos após duas rodadas, eles ficariam muito felizes.

A postura americana também parece ter silenciado alguns críticos, como o ex-zagueiro e comentarista da ESPN americana Alexi Lalas, que criticou a forma com que a equipe conseguiu a vitória contra Gana, já que foi totalmente diferente da proposta de Klinsmann com a seleção, que era de atacar países de mesmo escalão ou até mais fortes. Isto não foi visto contra os africanos, mas apareceu no duelo com os portugueses.

Resta agora o confronto com a Alemanha, que alguns projetam como um jogo de compadres por causa de amizade de Klinsmann e Joachim Low. Mas não acredito que acontecerá isso e acredito que os dois times tentarão vencer.

Considerando toda a conjuntura, o empate realmente é frustrante. Mas a classificação ainda está bem próxima.

Foto de Anderson Santos

Anderson Santos

Membro do Na Bancada, professor da Unidade Educacional Santana do Ipanema da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), doutorando em Comunicação na Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro “Os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol” (Appris, 2019).
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