Espanha

Presidente da LaLiga ataca (de novo) a Superliga e seu principal responsável: Florentino Pérez

Javier Tebas criticou a criação da nova competição europeia em evento organizado pelo jornal Financial Times

Javier Tebas, presidente da La Liga, soltou o verbo, mais uma vez, em relação à criação da Superliga Europeia, em especial a um de seus maiores promotores, o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez. O mandatário da liga espanhola abordou estes e outros assuntos durante o “Business of Football Summit”, evento organizado pelo jornal britânico Financial Times, em Londres. Segundo Tebas, a empresa A22, responsável pela organização da mais nova competição europeia, “mais se parece uma ONG”, que tentou vender ao mundo a ideia de que faria o melhor para o futebol, o que em sua opinião não é verdade.

O fato de Florentino Pérez ser o principal porta-voz dos clubes para a criação da Superliga Europeia, só aumentaria ainda mais a disparidade técnica existente entre os clubes de médio e pequeno porte em relação aos gigantes europeus, no seu entendimento. O presidente da La Liga foi além, se posicionando contra o desenvolvimento do novo campeonato e afirmando que alguns times da Europa, inclusive o Real Madrid, só estão interessados em poder.

Tebas ainda relata que a criação da Superliga Europeia quebraria por completo o “ecossistema esportivo” já que neste modelo, as ligas nacionais dariam vagas a última divisão da nova competição proposta, o que traria menos interesse comercial aos campeonatos locais.

– Alguns clubes pretendem dominar o futebol europeu. Em 2021 e 2019 [o projeto] fracassou. Se os clubes europeus disseram não em 2019, é lógico que dizemos não em 2021, e agora também. Isso [a Superliga] quebra o ecossistema esportivo e ataca as ligas nacionais. Nesse modelo de três divisores na Europa, em que as ligas nacionais só dão acesso à última divisão, perde-se o interesse dos campeonatos locais.

Tebas vai apresentar relatório com os impactos financeiros da Superliga Europeia

O presidente da La Liga ainda afirmou que vai apresentar na próxima semana um relatório explicativo com os impactos financeiros da criação da Supercopa Europeia para os times menores da Europa. Em 2019, o mandatário de uma das principais ligas de futebol do mundo mostrou que a mais nova competição de clubes do Velho Continente causaria um prejuízo de 65% nas receitas para os times menores da Espanha. Segundo Tebas, o modelo adotado pela A22 vai contra o conceito de solidariedade e beneficia uma parcela ínfima de times do futebol europeu.

Segundo o mandatário da La Liga, a ideia fomentada por Florentino Pérez beira à loucura, já que o continente dispõe de 19.590 clubes cadastrados pela Uefa e um número entre 15 e 20 clubes seriam os maiores beneficiários caso tal projeto seja implementado. Tebas vai além e diz que caso a Superliga seja criada, muitas famílias serão prejudicadas, pois vai limitar o espaço dos clubes e do próprio futebol como negócio, encerrando vagas de emprego e impactando diretamente na vida das pessoas que dependem do esporte para viverem.

 “Estamos arriscando uma indústria com muitos empregos e muitas famílias vivendo disso. Quem estudou o acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), a UEFA tem de autorizar a competição e também que o seu sistema audiovisual é melhor do que o que propõe. Não pode ser gratuito. Aí ele disse que vai ser híbrido e, no final, vai acabar sendo pago”, afirmou Tebas.

 

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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