Na prorrogação, Real se impõe contra o Atletico e vai à final da Supercopa em um espetacular Dérbi de Madrid
Oito gols, recorde batido por Griezmann e um jogaço na Arábia Saudita: Real Madrid vence Atletico em 120 minutos
Foram mais de 120 minutos malucos no Estádio Al-Awwal Park, em Riade, na Arábia Saudita, que terminaram em um especular Real Madrid 5 x 3 Atletico de Madrid pela semifinal da Supercopa da Espanha. A equipe de Carlo Ancelotti começou perdendo, virou, sofreu uma virada, igualou, até que, enfim, conseguiu marcar aos 10 do segundo tempo da prorrogação e ampliou pouco depois. Na final, os Merengues enfrentam Barcelona ou Osasuna, que jogam nesta quinta-feira (11).
Mesmo com a derrota, o Atleti viu Antoine Griezmann se isolar como maior artilheiro da história do clube, com 174 gols, um a mais que o histórico Luis Aragonés.
A estrutura tática dos times
Carlo Ancelotti surpreendeu na escalação que era falada na prévia. Kepa Arrizabalaga foi o dono do gol ao invés de Andriy Lunin, enquanto Toni Kroos foi preterido a Luka Modric. Com os vários desfalques, os zagueiros eram Antonio Rudiger e Nacho Fernández, tendo Ferland Mendy como lateral-esquerdo e Daniel Carvajal o direito. O primeiro volante Aurélien Tchouaméni tinha o croata e Federico Valverde ao lado no meio, enquanto Jude Bellingham atuava atrás da dupla brasileira Vinicius Júnior e Rodrygo no ataque.
Para partida de hoje, Diego Simeone não tinha Axel Witsel 100% e precisou escalar Stefan Savic como terceiro homem da zaga ao lado de Mario Hermoso e José Giménez. No restante, a escalação não teve muita novidade. O brasileiro Samuel Lino ganhou a disputa com Rodrigo Riquelme e foi o titular pela ala esquerda, com a direita ocupada por Marcos Llorente. No meio-campo, Koke é o mais recuado, atrás de Rodrigo de Paul e Saúl Ñíguez. Como de praxe na temporada, Antoine Griezmann e Álvaro Morata faziam a dupla de ataque.
Espetacular 1º tempo termina com um justo empate
O jogo começou bom, com a posse bem dividida entre os rivais. O Atleti trouxe a primeira chance de perigo logo aos cinco minutos. Jogada rápida chegou em Lino na esquerda, que cortou para direita e mandou no ângulo, defesa linda de Kepa. No escanteio dessa jogada, Griezmann cobrou perfeito, na segunda trave, para Hermoso, completamente sozinho, cabecear ao fundo das redes. Como aconteceu na única derrota do Real Madrid na temporada, os Colchoneros abriram rapidamente o placar.
Os Merengues não finalizaram em 15 minutos, mas levaram perigo em algumas chegadas à área e reclamaram de três possíveis pênaltis em Vini (duas vezes) e Rodrygo – em todos, o VAR mandou seguir. Com um gol de vantagem, o cenário era ideal para o Atleti, dá para dizer perfeito. Fechando em linha de cinco, a equipe poderia apostar em ataques rápidos para incomodar o rival. Quase ampliou em tentativa de Morata, que recebeu cruzamento rasteiro na segunda trave, mas não tinha ângulo para mandar às redes.
O Real, sem poder criar pelo chão, encontrou na bola parada um caminho. Quase igual ao gol do rival, um escanteio cobrado por Modric encontrou Rudiger, sozinho na área, dando um cabeceio mortal para superar Jan Oblak aos 19 minutos. Menos de 10 depois, a virada, em momento que já era bem melhor que o Atletico. Rodando a bola no campo de ataque, Bellingham acionou, na direita, Carvajal, que viu Mendy disparando em diagonal na área. O lateral, que mal sobre ao ataque, aparece como centroavante no meio da área para um sutil e bonito toque de canhota antes de encontrar o caminho das redes.
Ainda melhor, a equipe de Ancelotti vacilou para defender a vantagem e tomou o empate aos 36 minutos – e um verdadeiro golaço. Griezmann veio quase no grande círculo participar, tocou, se projetou e recebeu de volta de Rodrigo De Paul antes de fazer mágica. Com a marcação de Modric e Rudiger, o francês cortou de letra e limpou os dois. Abriu-se um mundo para o atacante carregar e finalizar, de frente para o gol, de direita – a perna “ruim” – para igualar o dérbi.
HISTÓRICO.
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Ainda antes do fim da etapa inicial, Oblak, pouco acionado, mostrou o motivo de ser considerado um dos melhores goleiros do mundo. No grande círculo, Rudiger deu um lançamento perfeito para Rodrygo, que dominou no peito, cortou duas vezes a marcação e finalizou. Para evitar um gol quase certo, o goleiro esloveno se jogou na bola e tirou com o pé antes de encaixar.
Kepa falha de forma bizarra, mas Carvajal garante empate antes da prorrogação
Nenhum dos técnicos mudou no intervalo do jogo. Como no primeiro, o segundo tempo começou de bom equilíbro, com os dois lados tentando colocar a bola no chão para buscar os espaços. Quem quase se deu bem antes dos 10 minutos foi o Atleti, se aproveitando de erro de Carvajal. Morata pegou a bola no meio e serviu Lino, que chegou batendo de canhota, já dentro da área, e a bola passou perto do gol de Kepa.
Vendo o Real Madrid ganhar campo, Simeone efetuou as duas primeiras trocas do jogo, tirando Lino e Saúl para as entradas de Riquelme e Nahuel Molina – este, como ala direito e movendo Llorente para o meio. No Real, Kroos substituiu Modric.
Cada vez com mais domínio, o Real quase fez o terceiro com 25. Uma cobrança de falta rápida de Vini Júnior pegou a defesa rival com as calças na mão. Carvajal ficou cara a cara e chutou em cima do Oblak, que defendeu de novo.
O Atleti pouco chegava ao ataque, não finalizava desde a tentativa de Lino, e conseguiu marcar o terceiro em um lance bizarro. Cruzamento de Riquelme na área na direção de Kepa, que saiu desajeitado do gol, dividiu com Morata e não conseguiu segurar a bola, involuntariamente batendo em Rudiger e tomando o caminho das redes. Logo após o gol, Eduardo Camavinga (por Mendy) e Brahim Díaz (Tchouaméni) entraram.
E os Merengues não demoraram muito para empatar, fazendo jus ao jogo sensacional na Arábia Saudita, aos 39 do segundo tempo. Vinicius Júnior, apagado no jogo, finalmente apareceu, disparou pela ponta esquerda e finalizou para Oblak defender. Na sobra, Bellingham tentou duas vezes e não conseguiu, antes de sobrar outra vez, agora para Carvajal mandar uma bomba e quase furar as redes.
Nos minutos finais, o Real Madrid dominou completamente, enquanto o rival se defendia para segurar o empate. Witsel substituiu De Paul, entrando mesmo no meio-campo ao invés da zaga, trazendo força ao jogo aéreo dos Colchoneros. Já nos acréscimos, Brahim Díaz mostrou habilidade e foi costurando a defesa do Atletico, finalizando cruzado e vendo a bola passar de frente ao gol de Oblak. Essa foi a melhor chance antes da prorrogação.
Na prorrogação, Real Madrid mostra fôlego para vencer
Para a meia hora final, Ángel Correa entrou no lugar de Morata. O início da prorrogação manteve aquele roteiro de posse mais do lado branco de Madrid, ainda com muita dificuldade em infiltrar as compactas linhas vermelhas e brancas. A partir dos oito minutos da primeira etapa complementar, o Atleti retomou um pouco o controle e rodou a bola, mas pouco tempo depois voltou ao cenário anterior. Simeone trocou de novo aos 13, com Javi Galán substituindo Koke. No intervalo para o segundo tempo, quem ganhou uma chance foi o experiente César Azpilicueta. No Real Madrid, Joselu e Dani Ceballos.
Na etapa final, o cansaço tomou ainda mais conta e nada de muito relevante aconteceu até 10 minutos. Eis que Carvajal recebeu lançamento na direita, dominou bonito no peito e cruzou no meio da área. Joselu apareceu, desviou e a bola toca em Savic para encobrir Oblak. Logo na saída, Griezmann quase igualou em bonita chapada, mas não teve mais tempo para tentar mais pelo lado colchonero. Ainda teve minutos para Díaz se aproveitar de um Oblak adiantado para fazer o quinto.