Espanha

Pepe Reina e o segredo que deu motivação para a Espanha ganhar a Eurocopa de 2008

Pepe Reina contou que foi surpreendido com notícia de que sua esposa estava em trabalho de parto às vésperas de decisão da Eurocopa

Pepe Reina, reserva de Casillas na Eurocopa de 2008, disputada em conjunto na Áustria e na Suíça, viveu momentos de muita emoção e ansiedade momentos antes da final da competição diante da Alemanha. Em entrevista ao jornal Marca, o ex-goleiro do Liverpool, atualmente no Villarreal, afirmou que David Villa, seu companheiro de seleção, guardou até os últimos minutos antes dos times entrarem em campo, que a esposa do goleiro estava em trabalho de parto de seu 2º filho, Alma.

Segundo o relato de Pepe Reina, o goleiro percebeu que David Villa estava um tanto quanto estranho, parecendo que lhe queria dizer algo importante. Foi quando o atacante, contra a recomendação de seus companheiros de seleção da Espanha, avisou que Yolanda Ruiz, esposa do arqueiro, estava em trabalho de parto naquele momento. Imediatamente, Reina pegou o telefone e ligou para sua amada. O jogador relembra que recebeu muito o apoio de todos os atletas da seleção e que o clima no vestiário foi um dos principais pilares para a conquista da Europa e depois do mundo em 2010.

“Villa estava na minha frente antes da final da Eurocopa de 2008 e ele não podia me dizer que minha esposa estava dando à luz. São momentos que você compartilha depois. Achei ele estranho e perguntei “o que há de errado com você?”. Foi quando se aproximou de mim e disse que Yolanda estava em trabalho de parto. Imediatamente peguei o telefone e liguei para ela. São momentos que você vive e compartilha, e vão além. Para mim, um vestiário com boas amizades, como em 2008, traz muitos benefícios”, relembrou o goleiro.

Pepe Reina lembra com carinho do elenco campeão pela Espanha em 2008

Além da qualidade técnica da equipe, que venceu por duas vezes seguidas a Eurocopa, em 2008 e 2012 e a Copa do Mundo em 2010 e encantou o planeta inteiro com um futebol pautado na posse de bola e intenso jogo coletivo, esta geração vencedora da Espanha tinha outro fator importante em seu favor e fez com que esse tive se transformasse em um grupo quase imbatível quando se reunia. A união e amizade entre todos ali convocados era outro diferencial da Fúria, que mesmo nos momentos mais tensos daquela trajetória, conseguiam manter-se unidos por um bem maior.

Pepe Reina relembra que durante as concentrações, os jogadores se reuniam para jogar cartas, jogar conversa fora, estreitar laços, o que tinha seu resultado em campo, já que o futebol apresentado entre 2008 e 2012 tinha como principal base a sincronia dos movimentos dos jogadores e um entendimento em campo que era trabalhado em treino, mas se complementava com a boa relação dos atletas fora de campo.

Naquela Eurocopa de 2008, a Espanha caiu no Grupo D ao lado da Rússia, da Suécia e da Grécia. Em três jogos na primeira fase foram três vitórias, com oito gols marcados e três sofridos. Nas quartas, a Fúria encarou a Itália e eliminou a Azzurra nos pênaltis após 0 x 0 no tempo normal. Na semifinal, novo encontro diante dos russos e vitória tranquila por 3 x 0. Na decisão, Fernando “El Niño” Torres marcou o gol que deu o 2º título europeu aos espanhóis e consolidava ali uma nova mudança na forma de jogar.

“Me lembro com especial carinho de 2008, onde formamos um grupo espetacular. Nos reuníamos-nos no meu quarto para jogar cartas ou conversar. É isso que procuramos, energizar um pouco tantos dias longe dos nossos familiares. Sempre tentei ser positivo e encorajá-los, embora também há momentos de crise em que é hora de estender a mão. Quem não sente falta da família há 40 dias? É para isso que servem os companheiros de equipe, desabafar e conversar sobre tudo”, afirma Pepe Reina.

Aragonez e Del Bosque potencializaram a Fúria, que ainda tinha um toque de Guardiola em geração vitoriosa

Após os fracassos das Copas de 2002 e 2006, muitos imaginariam que a Espanha se manteria como segunda prateleira do futebol mundial, revelando grandes jogadores para o cenário internacional, mas que na hora da decisão não tinha forças, ou camisa o suficiente para levantar um caneco de expressão. Até a conquista da Euro de 2008, a Fúria só tinha sido campeã europeia uma vez, em 1964. Foram 44 anos de espera até o triunfo diante da Alemanha.

Com a saída de Aragonez, coube a Vicente Del Bosque manter o padrão vencedor da Espanha, que com uma geração talentosíssima e base do Barcelona multicampeão de Guardiola, dominaram o cenário internacional até 2012, quando venceram a Copa do Mundo da África do Sul, batendo a Holanda por 1 x 0 na final, gol marcado por Iniesta, e depois deu um show diante da Itália, na final da Eurocopa de 2012, disputada na Polônia e Ucrânia. O placar de 4 x 0 frente a Azzurra era um recado claro que a Fúria estava no primeiro escalão do futebol mundial.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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