Números e tática: A precisão do Dortmund fez a diferença
O Borussia Dortmund já tinha dado duas provas de sua força contra o Real Madrid nesta Liga dos Campeões. Uma vitória em casa e um empate fora, cedido apenas nos minutos finais. E a terceira mostra do poderio aurinegro não poderia ter sido mais contundente. O placar de 4 a 1 sobre os merengues retrata a eficiência gigantesca dos alemães ao aplicarem seu estilo.
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A verticalidade é marca da equipe de Jürgen Klopp. Uma ferocidade que já tinha causado estragos em duas temporadas seguidas na Bundesliga e que já vinha deixando várias vítimas pelo caminho na LC. Desempenho que retrata o bom trabalho realizado não apenas nos treinamentos, mas também na montagem de um time que custou € 40,6 milhões – menos da metade que os € 94 milhões pagos por Cristiano Ronaldo, por exemplo.
Lewandowski, o matador
O maior retrato da perfeição atingida no Signal Iduna Park não poderia ser outro: Robert Lewandowski. O nome do jogo deitou e rolou na marcação de Pepe, anotando quatro gols em seis finalizações. E as outras duas só não foram para as redes por muito pouco – uma bloqueada na pequena área e outra salva em ótima defesa de Diego López. O atacante recebeu 48 bolas o jogo todo, emendando um chute a cada oito delas.
Pela primeira vez na Liga dos Campeões, um jogador marcou quatro gols contra o Real Madrid em uma mesma partida. Lewandowski demonstrou ter aptidão para encarar os merengues. Dos oito gols marcados pelo Dortmund sobre os espanhóis, seis tiveram participação direta do polonês – em cinco ele estufou as redes, em outro ele deu o passe final.
E o centroavante é a parte de toda a precisão do Dortmund na hora de finalizar. Nenhum outro time desta Liga dos Campeões é tão eficaz no fundamento. Dos 165 chutes dados pelo time na competição, 46% deles vão em direção ao gol. E, dos 76 que acertam o alvo, 30% acabam nas redes. Nesta quarta feira, o desempenho foi ainda melhor. De 13 arremates, 54% acertaram a meta de Diego López e, destes, 57% foram comemorados pelos aurinegros.
Os outros destaques do Dortmund
Lewandowski, obviamente, destoou no Signal Iduna Park. Porém, o centroavante não foi o único jogador do Dortmund a fazer uma partida acima da média contra o Real Madrid. Em seu apoio, Marco Reus e Mario Götze repetiram as ótimas atuações ao longo da temporada e tornaram o lado esquerdo do ataque um inferno para os merengues.
Reus foi símbolo da incisividade do Dortmund. Finalizou duas vezes, deu uma assistência e sofreu um pênalti. Foi o líder da equipe em dribles e em faltas sofridas. Transitou com facilidade em diagonal, abrindo espaços na marcação e possibilitando as subidas de Marcel Schmelzer à linha de fundo.
Já Mario Götze espantou os temores de que não pudesse jogar no mesmo nível depois que acertou sua transferência ao Bayern Munique. Pelo contrário, o camisa 10 cresceu demais em relação aos confrontos com o Málaga, quando abusou dos erros. Autor da assistência para o primeiro gol, o meia acertou 43 passes em 50 tentados na partida, 18 deles no terço ofensivo do campo.
Mais atrás, a defesa foi muito bem protegida por Ilkay Gündogan e Sven Bender. A dupla de volantes somou oito desarmes e cinco interceptações. O primeiro, em especial, foi excelente na saída de bola, sendo o principal passado dos aurinegros na partida, com 56 passes. Enquanto isso, a pressão na marcação funcionou bem, sobretudo em cima de Xabi Alonso. O volante efetuou 60 passes, sua pior marca pelo clube em Champions.
A intensidade do time, sobretudo no segundo tempo, foi chave para que o Real Madrid mal chegasse ao campo de ataque. Os merengues finalizaram nove vezes o jogo todo, menos da metade das 20 de média do time nesta Liga dos Campeões. Ao contrário do que previam aqueles que sonhavam com La Decima, a máquina de gols no primeiro jogo das semifinais não foi Cristiano Ronaldo e Cia. Prevaleceu o Dortmund, funcionando precisamente ao passo de suas engrenagens.