Valencia e Barcelona fizeram um jogaço, apesar do erro de arbitragem que prejudicou catalães

O Barcelona conseguiu um empate sofrido atuando no estádio Mestalla. O Valencia, um dos melhores times do campeonato, acabou beneficiado por um gol legítimo não dado pela arbitragem em um primeiro tempo que foi dominado. No segundo, melhorou, abriu o placar e fazia bom jogo, mas acabou sofrendo o empate. Em parte, graças a Lionel Messi, com um passe incrível para Jordi Alba. O 1 a 1 no placar acabou sendo pouco diante do que se viu em um jogo movimentado, interessante e de dois times fortes no ataque.
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Os dois times entraram no 4-4-2 em campo, mas com disposições em campo diferentes. O Valencia montou duas linhas de quatro e dois atacantes mais à frente. O Barcelona, por sua vez, tinha uma formação mais móvel. Uma linha de quatro na defesa, mas no meio-campo Busquets ficou à frente da zaga, com uma linha de três à frente: Rakitic, Paulinho e Iniesta. À frente deles, Messi com liberdade para se movimentar e Luis Suárez mais à frente.
O técnico Ernesto Valverde elogiou muito a rapidez e precisão que o Valencia tem no seu jogo e disse que os Ches têm “o melhor contra-ataque do mundo”. E para ter o contra-ataque, é preciso que o time adversário ataque mais, o que, quando se trata do Barcelona, é algo que irá de fato acontecer.
O Barcelona tinha cerca de 70% de posse de bola durante o jogo, com muitas trocas pelo meio e liberdade para os meio-campistas se aproximarem. Por característica, Paulinho era um dos que mais chegava, com Rakitic e Iniesta cadenciando mais os passes.
Mais presente no ataque, o Barcelona foi mais perigoso e chegou com perigo inclusive em um chute de fora da área de Paulinho. O time tinha dificuldade de criar chances reais de gol, mas também conseguia impedir a maioria dos ataques do Valencia. Chegou duas vezes com Messi, que não conseguiu uma finalização limpa.
Aos 29 minutos, Messi recebeu pelo meio e chutou em cima do goleiro Neto, que falhou e viu a bola quicar dentro do gol. O brasileiro deu um tapa na bola para afastá-la, mas a bola claramente já tinha entrado. O árbitro, porém, mandou o jogo seguir e não deu um gol que foi muito claro.
No segundo tempo, o Valencia melhorou ofensivamente, conseguindo causar mais problemas à defesa catalã. Mais incisivo no ataque, rápido pelos lados, fechados sem a bola, o Valencia equilibrou as ações do jogo e passou a atacar muito melhor. Inclusive chegava mais ao ataque que os catalães, que sofriam para quebrar as linhas valencianas.
E com a velocidade que lhe é característica, o Valencia conseguiu abrir o placar. Aos 14 minutos, Parejo abriu para a esquerda, onde estava Gonçalo Guedes. O meia abriu na passagem em velocidade de Gayá. O lateral cruzou rasteiro para Rodrigo Moreno se antecipar e marcar 1 a 0.

Como esperado, depois do gol o Barcelona tentou ocupar mais o campo ofensivo. Já tinha mais posse, mas passou a rondar mais, com mais jogadores e tentar entrar na área do Valencia, sempre muito protegida. Para tentar melhorar a criatividade do time, o técnico Ernesto Valverde mexeu no meio-campo: tirou Rakitic e Iniesta, entraram Denis Suárez e o atacante Deulofeu.
Assim, o Barcelona passou a jogar com Busquets mais atrás, Paulinho chegando um pouco mais como segundo volante, Denis Suárez e Deulofeu pelos lados, Messi e Suárez mais à frente. O Valencia mantinha a formação defensiva. Como uma última tentativa, Valverde tirou Semedo e colocou Aleix Vidal para ser o lateral direito.
Aos 35 minutos, o Valencia teve um grande contra-ataque, com Moreno aproveitando o espaço no meio-campo, avançando e tocando para Gonçalo Guedes, mas o português se enrolou, atrasou a jogada e o zagueiro Umtiti fez um desarme limpo para sair jogando.
O técnico Marcelino García Toral fez sua primeira alteração aos 36 minutos, quando tirou o autor do gol, Rodrigo Moreno, para colocar o meia brasileiro Andreas Pereira. Zaza passou a ser o único atacante, com outros três jogadores chegando ao ataque.
O que salvou o Barcelona foi justamente o seu melhor jogador, de contrato renovado. Não, Messi não marcou o gol, mas ele fez um passe sensacional para o lateral Jordi Alba. Um passe pelo alto, em profundidade, que o camisa 18, de primeira, se jogou para tocar e marcar. A lei do ex valeu: Alba empatou o jogo em 1 a 1, aos 37 minutos.
Depois do empate, o Barcelona não se contentou com a igualdade e queria tentar o gol da virada. O Valencia tentou igualar o jogo com mais batalha no meio-campo. Marcelino ainda aumentou o poder de finalização do time ao tirar Carlos Soler e colocar Santi Mina, um atacante que atua pelos lados, mas que finaliza bem como centroavante.
O jogo ganhou uma correria enorme no final. Primeiro, o Barcelona atacou com trocas de passe pelo meio, com Messi tentando encontrar Paulinho, aparecendo como elemento surpresa. A zaga do Valencia conseguiu conter e, no contra-ataque, Santi Mina abriu para Andreas Pereira, que cruzou alto na segunda trave. Zaza estava por lá, tentou o chute de bate pronto e mandou por cima, perdendo a última chance do jogo.
Embora tenha se beneficiado mais do resultado, o Barcelona também terá mais motivos para reclamar. Claro que o gol no primeiro tempo, não dado pela arbitragem, mudaria o jogo. Com o 1 a 1, o Barcelona se mantém invicto, com 35 pontos em 13 jogos. O Valencia vai a 31 e é o segundo, quatro pontos à frente de Atlético de Madrid e Real Madrid, ambos com 27.