La Liga

Titular depois de mais de três meses, Ganso brilhou com dois gols e grande atuação no Sevilla

Qual foi a última vez que você viu Paulo Henrique Ganso marcar dois gols? Bom, faz bastante tempo. Foi no dia 18 de maio de 2014, pelo São Paulo, em uma vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo no Maracanã. Quase três anos depois, voltou a ser titular do Sevilla depois de três meses. Passou um longo inverno no banco, voltou ao time em um momento que o Sevilla passa por instabilidade e brilhou intensamente: marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 sobre o Granada. Isso além de uma ótima atuação, que encerrou a série negativa de seis jogos sem vencer do time da Andaluzia.

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A última vez que Ganso entrou em campo pelo Sevilla foi no dia 4 de janeiro, pela Copa do Rei. Era o jogo de ida das oitavas de final, contra o Real Madrid, e o meia brasileiro fez um jogo ruim. Acabou substituído no intervalo e nunca mais foi escalado, em jogo nenhum. Sua última partida pela liga tinha sido bem antes disso: contra o Deportivo La Coruña, no dia 19 de novembro. Teve atuação apagada jogando aberto pelo lado esquerdo e foi substituído.

A última vez que Ganso tinha marcado um gol foi no dia 21 de dezembro, pela Copa do Rei, contra o fraco Formentera. Marcou um dos gols, aliás, nos 9 a 1 que o Sevilla aplicou no adversário. Tinha sido o seu único gol pelo clube espanhol desde que se transferiu vindo do São Paulo, em 21 de julho, por € 9,5 milhões. Muitas vezes levado para o banco de reservas, mas sem jogar, Ganso já tinha seu nome envolvido em especulações sobre a sua saída. O sonho europeu já ameaçava acabar, em uma temporada. Este 21 de abril de 2017 pode ter marcado uma reviravolta nesse sentido.

Jorge Sampaoli vive dias turbulentos no Sevilla e resolveu trazer uma inovação na partida desta sexta contra o Granada, pelo Campeonato Espanhol. Ganso foi o titular do time jogando próximo a Jovetic, referência no ataque. E entregou o que se esperava: marcou um gol logo a três minutos, foi constantemente perigoso, dando bons passes e ainda marcou o segundo gol, na etapa final. Foi o grande destaque do jogo.

Um dado chama a atenção: foram seis finalizações a gol de Ganso, atuando sempre perto da área adversária. Os dois gols foram marcados de dentro da área. Outros quatro chutes foram de fora, algo que não é comum de ver no meia brasileiro, sempre cobrado para chegar mais ao ataque e finalizar. Desta vez, finalizou. Foi, aliás, o jogador que mais finalizou na partida, à frente inclusive de Stevan Jovetic, o atacante mais avançado, que o fez quatro vezes. Mais do que isso, participou bem do jogo, se movimentando entre o meio-campo e o ataque e criando oportunidades.

Uma estatística na qual Ganso sempre se destacou enquanto esteve no São Paulo era de desarmes. Atuando como o meia atrás do centroavante, ele costuma ser um dos jogadores que mais rouba bolas no campo de ataque. Neste jogo contra o Granada, ele fez cinco desarmes. Mesmo número do volante mais recuado do time, N’Zonzi. Marcando no campo de ataque, ele pode ser um jogador útil também nesse sentido.

Se na última vez que entrou em campo Ganso deixou uma má impressão que o fez perder espaço no time, desta vez certamente deu uma boa demonstração que pode render. Resta saber se terá oportunidade. E mais: se terá energia em campo para mostrar o futebol que se viu em campo nesta sexta-feira. Porque esse Ganso seria útil não só ao Sevilla, como a tantos outros times desse patamar.

O Sevilla, aliás, comemora a vitória. Leva o time a 65 pontos, em quarto lugar na tabela, com 11 pontos à frente do Villarreal, quinto. Empata em pontos com o Atlético de Madrid, terceiro colocado, mas que jogará no fim de semana contra o Espanyol, fora de casa. O objetivo do time de Sampaoli é chegar à próxima Champions League, mesmo que na fase preliminar, como é mais provável neste momento.

A distância grande para o Villarreal implica que ao menos esse objetivo o time alcançará. Resta buscar o Atlético de Madrid para ficar com uma vaga direta à fase de grupos da Champions. Além disso, planejar o futuro. Sampaoli é o nome mais cotado para assumir a seleção argentina. Já admitiu o interesse e quer definir a questão só ao final da temporada europeia. Como a Argentina só volta a campo nas Eliminatórias em agosto, a AFA pode esperar. Já o Sevilla, que já perdeu o diretor esportivo Monchi, precisa saber se terá ou não terá Sampaoli para planejar a temporada seguinte. E Ganso terá esse tempo para provar que pode ficar no Sevilla, ou ao menos, na Europa.

Sev por goalsarena2017

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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