La Liga

Suárez sai em defesa de Griezmann: “É um jogador que precisamos manter”

Depois de tanto esperar pela transferência ao Barcelona, a primeira temporada de Antoine Griezmann com a camisa dos culés não tem sido das mais fáceis. A dificuldade de adaptação é clara, e foram poucas as oportunidades em que o francês mostrou o melhor do seu futebol para justificar seu alto custo (€ 120 milhões). Independentemente disso, Luis Suárez, camisa 9 do Barça, pede paciência com o companheiro e destaca que o início de quase todo jogador no clube costuma ser duro.

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Em entrevista ao Mundo Deportivo, Suárez garantiu que Griezmann é querido pelo vestiário e que todos têm feito seu melhor para ajudar o francês a se ambientar no novo clube. “É um jogador que temos que manter. Ele tem um jeito de ser que é muito bem-vindo no elenco e é muito querido. O Antoine teve dificuldades porque as coisas não funcionaram como ele queria, mas ele teve nosso apoio. Às vezes, quando você é substituído, sua autoestima cai um pouco, não só para ele, mas para todos, e é por isso que seus companheiros de equipe estão lá para aconselhá-lo”, contou o uruguaio.

Apesar de viver temporada melhor que a do francês, Frenkie de Jong, que também chegou há menos de um ano ao clube catalão, também ainda não mostrou tudo aquilo de que é capaz ou futebol constante comparável ao que conseguia fazer pelo Ajax. Ambos são apenas dois dos exemplos mais recentes de como pode ser difícil a adaptação em uma equipe de cobrança altíssima, em que exige-se excelência desde o primeiro dia. Suárez é empático diante dessa situação.

“Alguém que está há muitos anos no clube sabe o quão difícil é chegar a um clube como o Barcelona, em que a exigência é máxima, a cada três dias, e não permite que você possa curtir uma grande partida no fim de semana, porque, se terça ou quarta-feira você empata e faz um jogo ruim, as críticas vêm novamente, e é necessário aprender a conviver com a exigência que é o Barça – e Antoine está entendendo isso. Ele fala com muitos de seus companheiros, ele sabe como é difícil chegar a este clube, sendo um atacante. Todos nós que jogamos avançados tentamos ajudá-lo a ganhar confiança, marcar gols e dar assistências. Ele foi espetacular contra o Villarreal.”

De fato, a partida recente contra o Submarino Amarelo é um exemplo do melhor que Grizou pode oferecer, e que isso tenha vindo em um jogo em que o francês atuou em posição diferente ao restante da temporada não é coincidência alguma. Normalmente isolado na ponta esquerda, o francês atuou em uma dupla de ataque com Suárez, ambos apoiados por Messi, logo atrás. A lição óbvia que ficou é de que o campeão do mundo tem sido mal aproveitado.

O triunfo sobre o Villarreal por 4 a 1, dez dias atrás, foi também uma das melhores atuações coletivas do Barcelona na temporada, sobretudo desde a chegada de Quique Setién ao comando técnico no início deste ano. Basicamente sem chances de conquistar o título do Campeonato Espanhol, com o Real Madrid a uma vitória de confirmá-lo, o Barça precisava ter tido mais atuações como esta ao longo da temporada, segundo Suárez.

“Acho que temos que estar conscientes de que a dinâmica que mostramos contra o Villarreal é o caminho certo, que quando queremos lutar por coisas importantes, como a Champions, que é o que nos resta, todos nós do elenco, se estamos em 150%, podemos alcançar o objetivo. O jogo contra o Villarreal foi uma mensagem: se quisermos fazer isso, podemos fazê-lo. É verdade que contra o Espanyol abaixamos o nível e temos que ser muito autocríticos, em Valladolid jogamos um grande primeiro tempo, mas no segundo, em virtude também do rival, que se adiantou, e como perdemos bolas e não tivemos chances, isso nos faz ter que ser autocríticos e nos preparar para o que vem.”

O uruguaio tomou caminho bastante diferente de outras figuras do clube, como Gerard Piqué e o presidente Josep Maria Bartomeu, que em suas recentes declarações públicas reforçaram uma narrativa de que o VAR seria o responsável pela iminente conquista dos rivais.

“Na Liga, temos que ser autocríticos: nós mesmos a deixamos escapar. Temos consciência de que dependíamos de nós mesmos e não devemos procurar nenhuma desculpa. Agora, por nosso orgulho e pelo prestígio do Barça, é necessário ganhar as duas partidas que nos restam e depois estar concentrado plenamente no único título por que podemos lutar, ou seja, a Champions. Se nós, do elenco, rendermos à altura do motivo de estarmos neste clube, podemos lutar contra qualquer um. Um fracasso em uma partida pode custar caro, por isso temos que estar muito atentos e precisamos de todos para conseguir conquistar a Champions”, comentou.

Fora da final da Copa do Rei, que será disputada entre Real Sociedad e Athletic Bilbao, e com La Liga quase nas mãos do Real Madrid, de fato restou apenas a Liga dos Campeões. No jogo de ida das oitavas de final, o Barça empatou em 1 a 1 com o Napoli na Itália. A partida de volta está marcada para 8 de agosto, e o caminho até a final passaria por Bayern de Munique ou Chelsea nas quartas de final e City, Real Madrid, Juve ou Lyon na semifinal.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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