Real Madrid vence dérbi contra o Atlético e segue na liderança em fase incrível
Atuação segura dos madridistas foi consolidada com defesas importantes de Courtois
São dez vitórias consecutivas para o Real Madrid de Carlo Ancelotti na temporada. Quando a contratação do técnico foi anunciada, logo após a saída de Zinedine Zidane, ninguém esperaria tamanha folga na liderança de La Liga. Ou mais: atuações tão convincentes em clássicos. Neste domingo, a vítima foi o Atlético de Diego Simeone, pelo placar de 2 a 0 no Santiago Bernabéu.
Enquanto o Real voa e mostra evolução, além de contar com fase inspirada de Vinícius Jr; o Atlético tem problemas, muitos problemas. A defesa, antes intransponível, agora é o ponto fraco de um time que não soube se reinventar mesmo com tantas contratações para a temporada como defensor do título da Liga. Simeone apresenta a mesma inconsistência de alguns momentos da campanha anterior, mas desta vez tem nos merengues um rival muito mais inteiro e regular na briga pela taça.
Solidez de quem ser campeão de novo
A partida no Bernabéu teve um dono durante quase 90 minutos. No primeiro quarto do jogo, essa superioridade deu frutos. Aos 16, Vini deu a Karim Benzema a oportunidade de ouro para abrir o placar e golpear o psicológico do Atleti. Tudo começou com uma roubada de bola ainda no campo de defesa. Casemiro deu sequência ao contragolpe e, sem dar mais de dois toques, o Real progrediu até a área adversária. Vini carregou e acionou Benzema à meia-altura para um belo gol de primeira do francês. Estava exposta a defesa colchonera.
Ao longo do confronto, Vini mostrou maturidade e ousadia para desequilibrar um confronto que já começou pendendo para o seu lado. Os dribles enervaram o Atlético, que já estava consideravelmente frustrado por perder muitas chances, mérito de Thibaut Courtois, que barrou as tentativas mais agudas. A cada descida do Atlético que não dava em gol, o Real utilizava de saídas diretas para tentar pegar a zaga rival desprevenida.
Na volta do intervalo, Ancelotti preferiu ser cauteloso e tirou Benzema, que sofria com dores. Colocou Luka Jovic e torceu para que Vini e Marco Asensio dessem conta do recado para neutralizar a ameaça de vez nos 45 minutos finais. E para quem esteve no Bernabéu na noite de hoje, não houve motivos para temer que o desfecho não fosse positivo.
As estrelas de um elenco que voltou a ser temido
O brasileiro, endiabrado, atraiu a marcação para si e encontrou uma ilha na diagonal para fazer um passe a Asensio, que mostrou foco para finalizar no canto de Jan Oblak, pouco antes da marca de 10 minutos da segunda etapa. Vini recebeu todo o carinho da torcida nas arquibancadas quando saiu para dar lugar a Rodrygo.
O Atlético, que já parecia abatido e moralmente derrotado no gol de Asensio, foi coadjuvante de um dérbi peculiar. Até o apito final, o que se viu foi a ostentação de talento de Vini; a classe de Luka Modric, que combateu intensamente enquanto esteve em campo; e o paredão Courtois, que evitou gols de falta, de cabeça e de qualquer outro modo que o Atleti tentasse. Hoje não era dia de balançar as redes atrás do gigante belga.
O mapa para o restante da temporada é bastante distinto para os rivais de Madri: enquanto o Real saboreia a vitória de hoje e a distância segura para o vice-líder Sevilla, o Atlético vê o bicampeonato ficar cada vez mais longe. E na sua frente, as surpresas Sevilla e Betis vão ganhando fôlego e ocupando o lugar que em condições normais seria do Barcelona.
Fato é que os comandados de Ancelotti estão fazendo tudo conforme planejado para alcançar a taça. A excelência demonstrada hoje, não só na técnica, mas também no preparo mental, indica que algo grande virá em breve. Simeone, artífice do maior Atlético de todos, tem muito o que refletir e também o que contratar para apagar mais esse incêndio no seu quintal.