O Atleti não deu vida fácil ao Barça no Camp Nou e, com o empate, a briga pelo título segue aberta
Num jogo abaixo das expectativas, cada time foi melhor em um tempo, mas o empate por 0 a 0 ajuda o Real Madrid

O Campeonato Espanhol vive uma rodada decisiva neste final de semana, com dois confrontos entre os quatro primeiros colocados. O primeiro duelo aconteceu neste sábado, com a esperada visita do Atlético de Madrid ao Barcelona. E, mesmo que o empate por 0 a 0 não tenha sido ideal, parece mais favorável aos colchoneros. O time de Diego Simeone foi muito competitivo fora de casa e poderia ter saído com o triunfo no primeiro tempo, mas parou em Ter Stegen. O Barça até melhorou na volta do intervalo, mas ficou devendo, quase sempre dependente de Messi. Até pela forma como reduziu as distâncias nas rodadas recentes, o time de Ronald Koeman lamenta mais a oportunidade perdida. E quem pode se aproveitar é o Real Madrid, que recebe o Sevilla neste domingo.
O primeiro tempo trouxe o Atlético de Madrid em uma de suas melhores versões da temporada. Os colchoneros jogaram com intensidade no Camp Nou. A bola podia ficar mais tempo com o Barcelona, mas a agressividade e as principais chances eram do Atleti. Marc-André ter Stegen seria muito testado, desde os primeiros minutos, quando faria boa defesa contra Thomas Lemar. Os rojiblancos iniciaram a partida impondo uma grande pressão na marcação e isso incomodou os blaugranas. Os catalães não conseguiam progredir em campo e se viam acuados diante da intensidade dos madrilenos.
O Atlético precisou queimar sua primeira alteração com 15 minutos, quando Lemar se lesionou e deu lugar a Saúl Ñíguez. Nada que tenha alterado o plano coletivo dos colchoneros. Pouco depois, Ángel Correa seria travado na hora exata por Clément Lenglet. E não que o Barcelona respondesse. A primeira finalização saiu apenas aos 30, sem que Antoine Griezmann dificultasse tanto a Jan Oblak. Pouco depois, os blaugranas também realizaram sua primeira troca. Sergio Busquets tomou uma pancada no nariz e deu lugar a Ilaix Moriba.
O melhor momento do Atlético viria na sequência. Forçando a bola na área, os colchoneros rondaram o gol. Ter Stegen salvaria sua equipe, primeiro ao desviar um chute de Marcos Llorente, antes de barrar Suárez num tiro fechado. O goleiro sustentava o Barcelona e faria ainda outras intervenções decisivas, espalmando a batida de Yannick Ferreira Carrasco e tirando o rebote da cabeça de Suárez. O uruguaio levou uma bronca de Stegen por fazer cena, no primeiro reencontro com os antigos companheiros. O Barça só responderia numa jogadaça individual de Lionel Messi, que fez fila e viu Oblak desviar seu chute com a ponta dos dedos aos 41. Mesmo assim, as oportunidades pendiam ao Atleti. Felipe ainda mandaria uma bola por cima pouco antes do intervalo.
O segundo tempo inverteu os papéis. O Barcelona voltou com Ronald Araújo na defesa. Teve menos posse de bola, mas se adiantou em campo para pressionar e finalizou mais. Os primeiros minutos guardaram oportunidades aos dois lados, mas nada tão claro. Os blaugranas tentavam empurrar os colchoneros contra a parede, mesmo que existissem problemas na criação, com o time melhorando um pouco com o passar dos minutos. Ilaix Moriba chegou rasgando uma bola na área aos 17, mas pegou mal e mandou para fora. Os principais momentos do time dependeram de cobranças de falta, com Messi forçando uma defesa de Oblak e um gol anulado de Araújo. Até pelo peso do resultado, seguia um jogo tenso.
Ronald Koeman (nas tribunas, por estar suspenso) mandou a campo Sergi Roberto e Ousmane Dembélé com 30 minutos. Se de um lado Ter Stegen virou espectador, não era que do outro Oblak passasse tantos apuros. Dembélé teve a principal oportunidade na reta final, ao chegar sozinho para cabecear um cruzamento de Jordi Alba, mas mandou para fora. O francês até ajudou a imprimir um ritmo maior, mas seus companheiros indicavam certo desgaste e nem conseguiram um abafa no fim. Aos 45, Messi ainda teria outra falta frontal, que mandou ao lado da trave de Oblak. Ficou a frustração pelo resultado que não veio.
O Atlético de Madrid soma 77 pontos, mantendo a distância de dois pontos que se estabeleceu em relação ao Barcelona há duas semanas. O Real Madrid vem com 74 e pode igualar a pontuação dos colchoneros, com a vantagem no confronto direto para assumir a liderança. Já o Sevilla, atualmente com 70 pontos, joga suas últimas esperanças de voltar à briga no Estádio Alfredo Di Stéfano contra os merengues. A disputa pega fogo e o resultado no Camp Nou mantém a indefinição.