La Liga

O Atleti deu uma aula de eficiência contra o Getafe, com três assistências de João Félix e dois gols de Morata

O Atlético de Madrid não precisou de grande esforço, num jogo que resolveu ao converter as boas chances que criou - o que não fez o Getafe

Os melhores momentos do Atlético de Madrid nos últimos anos se valeram mais da eficiência do que de um futebol exuberante. E foi exatamente assim, extremamente eficientes, que os colchoneros iniciaram sua nova campanha no Campeonato Espanhol. A equipe de Diego Simeone fez uma atuação no geral morna nesta segunda-feira, com a visita ao Getafe no Coliseu Alfonso Pérez. Todavia, a pressão sem a bola funcionou e o time guardou as três primeiras grandes chances que teve, encaminhando a vitória por 3 a 0. João Félix arranjou três ótimas assistências, em duas finalizações cirúrgicas de Morata e outra de Griezmann. Do outro lado, os Azulones lamentaram os tentos perdidos.

Diego Simeone escalou o Atlético de Madrid com João Félix e Álvaro Morata no ataque. Entre as opções da equipe estava Saúl Ñíguez aberto na ala esquerda, com Axel Witsel no miolo da zaga. Durante os primeiros minutos, os colchoneros adotavam uma postura agressiva sem a bola. Marcavam alto e sufocavam o Getafe. O gol saiu rapidamente, graças a essa agressividade. Aos 15 minutos, a partir de uma roubada de bola, o Atleti armou o avanço pelo meio. João Félix deu um grande passe e Morata foi ótimo na finalização, com uma chapada de primeira que saiu do alcance do goleiro David Soria.

Depois disso, o Atlético se retraiu. Preferiu recuar a sua marcação e deu campo para o Getafe. Com isso, os Azulones começaram a construir mais seu jogo, mas ainda sem qualidade. Faltava mais capricho na criação. Os colchoneros, por outro lado, sequer conectavam seus contragolpes. A partida era mais perigosa ao Atleti, que quase tomou o empate aos 41. Borja Mayoral estava livre na área para concluir o cruzamento, mas a bola subiu demais e triscou o travessão. Os rojiblancos respiravam aliviados.

O segundo tempo recomeçou com outro susto para o Atlético de Madrid. Aos seis minutos, Enes Ünal estava de frente para o crime e também isolou. Num momento em que o Getafe ganhava mais qualidade ofensiva, com a entrada de Portu, os colchoneros acharam o segundo gol aos 14 minutos. De novo, a roubada de bola no campo ofensivo encurtou os caminhos. João Félix ofereceu mais uma ótima assistência e Morata invadiu a área para bater com força. O Atleti realizou uma troca tripla na sequência. Entravam Rodrigo de Paul, Yannick Ferreira Carrasco e Antoine Griezmann, com as mudanças concentradas no meio-campo.

O Getafe até conseguia encontrar os espaços no jogo aéreo, mas finalizava mal. Prova disso veio numa cabeçada torta de Borja Mayoral. A resposta do Atlético surgiu logo no minuto seguinte, com o terceiro gol, aos 30 minutos. João Félix outra vez apareceu como garçom. O português acelerou o contra-ataque com uma enfiada de bola para Griezmann. O francês, que veio bem do banco, encarou a marcação dupla e encontrou a brecha para um tiro rasteiro, certeiro, na caixa. Com o embate resolvido, a reta final seria protocolar. João Félix, Ángel Correa e Griezmann tiveram chances para o quarto, sem aproveitar.

O Atlético de Madrid atravessa um momento em que tenta se restabelecer, depois de uma temporada que oscilou bastante. A estreia não enche o olhos, mas é excelente pelo resultado. Os colchoneros conseguem um placar mais elástico que seus principais concorrentes, e fora de casa. Precisam corresponder com regularidade, o que não foi possível em 2021/22.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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