Mistão do Real Madrid sofre derrota para o Mallorca e segue em baixa para o Mundial
Jogo faltoso beneficiou os mandantes no Son Moix, que venceram com gol contra de Nacho

Poucas coisas deram efetivamente certo para o Real Madrid na última partida antes do Mundial de Clubes da Fifa. A viagem a Mallorca, por La Liga, terminou em derrota por 1 a 0 e algumas más notícias para o time de Carlo Ancelotti, que agora terá no torneio intercontinental uma obrigação para restaurar a moral na temporada.
Escalando um time bastante alternativo por conta da iminência do Mundial, Ancelotti teve em Antonio Rüdiger, Aurelien Tchouameni e Vinícius Jr. como principais pilares. Só que o Mallorca tinha outros planos para a tarde ensolarada no Son Moix: defender tudo pelo alto e trabalhar o aspecto mental de Vini, provocado a todo momento pelos atletas rivais.
Antes da bola rolar, o Real teve seu primeiro mau agouro: Thibaut Courtois se lesionou no aquecimento e deu lugar a Andriy Lunin. Ainda não se sabe a gravidade da contusão e se isso representará uma ausência do belga em Marrocos. Lunin não decepcionou. Quem deixou a desejar foi a retaguarda madridista. Aos 13 minutos, uma bola longa alçada para a área, mirando Vedat Muriqi, achou a cabeça de Nacho Fernández, que no afã de afastar o perigo, testou contra a própria meta, encobrindo Lunin.
Disperso e anulado pelo sistema complexo de marcação proposto por Javier Aguirre, o Real insistiu demais em Vini, que tentou todo tipo de drible para criar espaço, sem sucesso. O duelo com o lateral Pablo Maffeo chegou a sair faísca, mas não de uma boa forma. Foi possível ver um assédio direcionado por parte do capitão Antonio Raillo e de Maffeo ao brasileiro. É importante não ser leviano acerca das motivações dos jogadores bermellones, portanto, vamos nos limitar ao campo de desestabilização psicológica.
Tirar Vini, Rodrygo e Marco Asensio do jogo era a principal missão de Aguirre. Na segunda etapa, um pênalti em Vini cometido pelo goleiro Predrag Rajkovic deu a esperança do empate aos visitantes. Mas na cobrança, Asensio desperdiçou, batendo baixo e no canto, sem força. Rajkovic pegou e patrocinou o pesadelo dos merengues. Até o fim da partida, a tônica do Real foi apostar em bolas altas e jogadas no mano a mano. Nem mesmo a entrada de Toni Kroos, Luka Modric e Mariano Díaz serviram para alterar a dinâmica.
O Mallorca estava firme e forte dentro da própria área, tirando o espaço e sem dar a cara a tapa (ou a drible). Faltou criatividade e melhores decisões no terço final. E uma arbitragem que fosse mais rigorosa para brecar o ímpeto agressivo dos mandantes. Foram, ao todo, 29 faltas do Mallorca e apenas cinco cartões, nenhum vermelho. Nos minutos finais, Vini chegou a se desentender com Maffeo e Ruiz de Galarreta, reagindo a provocações com certo destempero. E nesse ponto, não se pode culpar o atacante, que passou uma tarde sendo cutucado, empurrado e hostilizado.
Péssimo para o Real, que viaja para o Marrocos em baixa, pressionado e desfalcado de Courtois. Além disso, fica complicado não dividir o foco da disputa no Mundial com o distanciamento do Barcelona na tabela de La Liga. Um dia de cada vez: na quarta, os madridistas pegam o Al Ahly para decidir a vaga na final. E se tudo correr como planejado, no sábado, o encontro vale taça, diante de Flamengo ou Al Hilal. Um resultado negativo na excursão marroquina pode prejudicar demais a vida do atual campeão europeu, que tem sido praticamente irreconhecível dentro de campo.