La Liga

Nova promessa precisa de apenas 23 segundos para dar vitória ao Barcelona em sua estreia

Marc Guiu, estreando pelo clube catalão aos 17 anos, saiu do banco e garantiu vitória do Barcelona contra o Athletic Bilbao

Em um jogo difícil contra o Athletic Bilbao neste domingo (22), no estádio Olímpico, o Barcelona precisou contar (novamente) com La Masia para vencer. A cria da base Marc Guiu, estreando pelo clube catalão aos 17 anos, marcou o gol da vitória pela 10ª rodada de La Liga com apenas 23 segundos em campo.

A vitória manteve o tabu do Athletic contra o Barça sob o comando de Xavi: até hoje, a equipe do País Basco nunca venceu ou marcou gols contra os catalães comandados pelo ex-jogador. Além da manutenção do tabu, os três pontos são essenciais na luta pela liderança, visto que agora o Barcelona soma 24 de pontuação, um a menos que Girona e Real Madrid, os dois primeiros.

O El Clássico com o rival Real, marcado para o próximo sábado (28), valerá a liderança de La Liga.

Bom começo, fim nem tanto: Barcelona e Athletic ficam no zero nos primeiros 45 minutos

Convivendo com os desfalques de Pedri, Robert Lewandowski, Frenkie de Jong, Raphinha e o mais recente Jules Koundé, Xavi Hernández contou com banco de reservas limitados e teve que administrar os minutos dos jogadores, tendo em vista o cansativo retorno da Data Fifa e o duelo pela Champions League no meio de semana. Por isso, Iñigo Martínez ganhou a vaga na defesa ao lado de Andreas Christensen. O jovem Fermín López, que pode ser meia ou atacante, entrou como ponta esquerda (e do meio pro fim falso nove), deixando Lamine Yamal no banco de reservas.

A estrutura tática do Barcelona teve novidades em comparação aos últimos times. Ferran Torres, antes falso nove, foi para ponta direita, enquanto João Félix era o centroavante, tendo o polivante Fermín López flutuando pela esquerda do ataque. Alejandro Baldé era quem abria o lado de Fermín. A saída de bola era feita de forma bem apoiada com os zagueiros e os laterais, tendo Oriol Romeu e Ilkay Gundogan mais a frente no meio-campo. Gavi, antes atuando na posição de Gundogan, agora tinha mais liberdade para subir.

O Athletic de Ernesto Valverde, ex-técnico do Barça, apostava no 4-4-2 com e sem bola, buscando inversões e jogo pelos lados do campo (com os irmãos Iñaki e Nico Williams) no momento ofensivo e, sem a posse, pressão encaixada individualmente no campo de defesa adversário.

A forte pressão do time de Bilbao resultou na primeira finalização do jogo. Ao roubar a bola no ataque, Iñaki recebeu de Oihan Sancet na meia-lua e mandou chute colocado, encaixado pelo alemão Ter Stegen. O Athletic seguia melhor e apostando na intensidade, mas quando o Barcelona viu o espaço, quase abriu o placar aos 10 minutos. Lançamento de Iñigo chegou na ponta direita para Ferran, bem aberto, e Yuri Berchiche falhou ao tentar cortar. Com campo para avançar, o ponta espanhol cruzou rasteiro para João Félix, que, na marca do pênalti, mandou uma bomba no travessão.

Os lados do campo eram o caminho para o time catalão nesses primeiros minutos. Baldé levou em velocidade agora pela esquerda após lançamento e o cruzamento efetuado passou por Félix, mas não por Fermín, que finalizou cruzado para gigante defesa de Unai Simón. Ao contrário daquela pressão que sofreu no início, agora a equipe de Xavi conseguia rodar a bola com mais liberdade e dominava, enfim, da maneira que costuma fazer.

O Athletic só voltou a assustar aos 20 minutos, quando em velocidade criou finalização, a defesa bloqueou e sobrou para Iñaki mandar uma bomba. Novamente, Ter Stegen salvou. Logo após, o lateral-esquerdo Yuri sentiu sozinho, e Valverde teve que colocar o destro Íñigo Lekue, que atua pelas duas laterais.

Durante o jogo, algumas mudanças de posição chamaram atenção. João Félix, apesar de iniciar como o nove, aparecia pela esquerda e quem cumpria a função no comando do ataque era o jovem Fermín. No ataque do Athletic, Iñaki virou o centroavante e Gorka Guruzeta ficou como meia/ponta pela direita.

Antes com a intensidade do Athletic e em outro momento com as inversões do Barcelona encontrando espaço nas pontas, a partida ficou pouco movimentada praticamente desde os 25 minutos até o fim da etapa inicial. Um pouco mais física, contou com Romeu e Dani García advertidos com cartões amarelos e 10 faltas marcadas. Os contra-ataques pareciam ser a forma mais efetiva da equipe do País Basco. Aproveitando erro estranho de Romeu, um contragolpe mortal estava escrito com os irmãos Williams, com Iñaki recebendo do jovem Nico e batendo cruzado para boa defesa de Ter Stegen – na sequência, foi flagrado impedimento do irmão mais velho.

Em lance praticamente igual, já adentrando os acréscimos, Iñaki finalizou rente a grama e o goleiro alemão do Barça defendeu com os pés.

Com início movimento e fim sem graça, Barcelona e Athletic ficam no zero no primeiro tempo (Foto: Divulgação/Athletic Club)

Garoto Guiu marcou para dar vitória ao Barça no fim

Logo no início do segundo tempo, as inversões, que mostraram potencial para o Barcelona na etapa inicial, seguiram como um bom escape. João Félix recebeu na esquerda e serviu Ferran na direita, que limpou um marcador, mas tinha outro e acabou finalizando em cima da defesa. Depois, foi a vez do português receber boa chance, aos 10, mas quando dominou de frente para o goleiro, a bola escapou e ele dividiu forte com Simón.

Apesar dessas duas chances, o Bilbao era melhor: pressionava bem no campo de ataque, mas não conseguia finalizar com qualidade.

O Barça, por outro lado, quando chegava era um perigo – e Unai Simón mostrou porque é o goleiro titular da Seleção Espanhola. Em boa (e rara no jogo) condução de Gundogan no campo de ataque, Félix recebeu na meia-lua, dominou levando para perna direita e bateu colocado, rasteiro, para o arqueiro adversário dar um tapa na bola e na sequência bloquear o rebote de Fermín.

Depois, Xavi fez suas primeiras mudanças no time – que resultou em uma grande troca na posição dos jogadores. Na defesa, a mudança foi básica: Christensen por Ronald Araújo. Mas no ataque Yamile Yamal substituiu Romeu e entrou bem aberto pela direita. Com isso, Ferran Torres virou o falso nove (como vinha acontecendo antes desse jogo) e Fermín López se juntou a Gavi e Gundogan no meio-campo.

Já como resultado das mudanças, Fermín roubou bola no meio e deu para Félix, que carregou e serviu Yamal do outro lado. O jovem de 16 anos, sozinho e dentro da área, bateu torto, à esquerda de Simón.

Valverde decidiu mudar pouco antes de meia hora. Trocou volante por volante ao substituir Iñigo Galarreta e colocar Beñat Prados, enquanto Guruzeta deu lugar a Malcom Ares (este, precisou de menos de cinco minutos em campo para receber cartão amarelo ao puxar João Félix).

Querendo a vitória, o Barça começou a se posicionar ainda mais para frente e dando maior liberdade para seus jogadores. Cancelo, que mal apareceu pela ponta, recebeu por lá com 30 minutos, cortou para dentro e exigiu nova defesa de Unai.

Ernesto Valverde fechou suas cinco alterações promovendo Álex Berenguer e Unai Gómez nos lugares de Nico Williams e Dani García, respectivamente. Logo depois, foi a vez de Xavi fazer mais duas, tirando Baldé para entrada de Marcos Alonso e Fermín por Marc Guiu, cria de La Masia estreando hoje que precisou de 23 segundos para marcar seu primeiro gol. Guiu recebeu de João Félix ao atacar as costas da defesa do Athletic. De frente para Simón, bateu colocado, a bola ainda no goleiro, mas foi para o fundo das redes do estádio Olímpico.

Com tanta vontade em campo, Guiu sofreu cartão amarelo minutos depois ao exagerar em uma entrada.

O gol pareceu matar de vez o Athletic no jogo, que não reagiu. O Barça seguia melhor e quase ampliou em testada de Félix, defendida por Simón, destaque do jogo com intervenções decisivas. Foram mais quatro minutos de acréscimos, sem novidades no jogo.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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