Guia de La Liga 2020/21 – Getafe
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Por Daniel Souza e Guilherme Bianchini
Cidade: Getafe (Madri)
Estádio: Coliseum Alfonso Pérez (17.393)
Técnico: José Bordalás (Espanha)
Posição em 2019/20: 8º (54 pontos)
Títulos: 0
Projeção: briga por Europa League
Principais chegadas: Cucurella (ME/LE, comprado em definitivo do Barcelona), Ante Palaversa (V/MC, emprestado pelo Manchester City), Cucho Hernández (A/PD/PE, emprestado pelo Watford), Darío Poveda (A, emprestado pelo Atlético de Madrid) e Enes Ünal (A, Villarreal)
Voltaram de empréstimo: Ignasi Miquel (Z, Girona) e Jack Harper (A, Alcorcón)
Principais saídas: Vitorino Antunes (LE, Sporting Lisboa), Etebo (MC, pertence ao Stoke City), Jason (MD, pertence ao Valencia), Kenedy (ME, pertence ao Chelsea), Jorge Molina (A, Granada), Hugo Duro (A, emprestado ao Real Madrid Castilla) e Deyverson (A, pertence ao Palmeiras)
Time-base (4-4-2): Soria; Damián Suárez, Djené, Etxeita e Olivera; Nyom, Maksimovic, Arambarri (Palaversa) e Cucurella; Cucho Hernández (Enes Ünal) e Jaime Mata.
Conhecer o básico de futebol espanhol é o suficiente para concluir: o Getafe vive o momento mais consistente de sua (curta) história. Desde o retorno à Primeira Divisão, em 2017, a instituição de 37 anos de idade virou frequentadora assídua da parte de cima da tabela, graças ao grande trabalho de Pepe Bordalás. É preciso, portanto, lidar com a pressão de objetivos mais ambiciosos. A temporada 2020/21 será determinante para saber se a fase atual é o “novo normal” ou se o auge da equipe já passou.
A paralisação pela pandemia foi tenebrosa para os Azulones, que ocupavam o quarto lugar antes da disseminação do coronavírus. Com apenas uma vitória após o retorno, a equipe deu adeus ao sonho da Champions e perdeu até a vaga na Liga Europa. O melancólico fim de temporada impôs os primeiros questionamentos desde a chegada de Bordalás ao Geta. Como consequência de seus próprios feitos, não é mais tolerado o discurso de que o time briga apenas por permanência na Primeira Divisão. O sarrafo está alto, e a resposta precisa ser dada em campo.
Depois de muito sofrimento, os adversários parecem ter encontrado a fórmula para neutralizar a equipe madrilenha. Todo mundo sabe o que terá pela frente ao encarar o Getafe: 4-4-2 bem definido, marcação alta, meio-campo combativo, ligações diretas e um jogo extremamente físico. Ciente da necessidade de adaptações, o treinador até testou uma variação para o 4-2-3-1, mas ficou a nítida a carência de um meia para atuar atrás do centroavante. Mesmo assim, ainda não houve reforços com essas características para 2020/21. A única contratação para o setor foi a do croata Palaversa, de 20 anos, que chega para fazer sombra a Maksimovic e Arambarri.
No ataque, porém, as mudanças foram significativas, e indicam uma busca pelo rejuvenescimento do setor. Crucial nas últimas campanhas, o veterano Jorge Molina (38 anos) foi para o Granada após término de contrato. Décimo segundo jogador da equipe, Ángel Rodríguez (33) também pode deixar o clube a qualquer momento. As novidades são Enes Ünal (23) e Cucho Hernández (21), além do promissor Darío Poveda (23). Apesar da idade, o primeiro se encaixa no perfil de centroavante físico, com o qual Bordalás já está acostumado. Já o segundo, com velocidade e dribles, oferece uma opção que não existia.
A chegada de Cucho, mesmo por empréstimo, ilustra uma abertura do técnico a possíveis mudanças. Sem perdas significativas, o elenco é compatível com aspirações na parte de cima da tabela. Pretendido por grandes clubes, Cucurella foi comprado em definitivo do Barcelona e seguirá como escape pelo lado esquerdo. Pilar defensivo, Djené atrai o interesse do futebol inglês, mas só sairá em caso de proposta vantajosa. Alternativas não faltam para mais uma temporada competitiva. Cabe a Bordalás dar outra prova de que está na primeira prateleira do país.