Guia de La Liga 2020/21 – Barcelona
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Por Daniel Souza e Guilherme Bianchini
Cidade: Barcelona (Catalunha)
Estádio: Camp Nou (99.354)
Técnico: Ronald Koeman (Holanda)
Posição em 2019/20: 2º (82 pontos)
Títulos: 26 (último: 2019/20)
Projeção: briga por título
Principais chegadas: Pjanic (V/MC, Juventus), Pedri (ME/MEI, Las Palmas) e Trincão (PD, Braga)
Voltaram de empréstimo: Todibo (Z, Schalke), Aleñà (MC/MEI, Betis) e Philippe Coutinho (ME/MEI, Bayern)
Principais saídas: Arthur (MC/V, Juventus) e Rakitic (MC/V, Sevilla)
Time-base (4-3-3): ter Stegen; Semedo, Piqué, Lenglet e Alba; Busquets, De Jong (Riqui Puig) e Pjanic; Messi, Griezmann e Ansu Fati.
Foram semanas de tortura para o torcedor blaugrana. Não bastasse o maior vexame da história, com a humilhante goleada sofrida para o Bayern por 8 a 2, Lionel Messi registrou formalmente o interesse de ir embora. Sem a diretoria ceder um centímetro, no entanto, o craque recuou e desistiu da transferência — ao menos por enquanto. Passado o susto, o Barcelona voltou as atenções para mudanças no elenco e no comando do clube. Apesar do clamor por uma revolução, as alterações em 2020/21 devem ser bem menos impactantes. A eleição para a esperada saída de Josep Maria Bartomeu da presidência será apenas em março de 2021.
O responsável por controlar o caos nos bastidores e montar uma equipe competitiva será Ronald Koeman, ídolo culé na década de 90. Por falta de recursos, o único grande movimento na janela de transferências, até o fechamento deste guia, foi a chegada de Pjanic, em conturbada troca por Arthur com a Juventus. De resto, apostas na juventude: Pedri, meia de 17 anos do Las Palmas, e Trincão, ponta de 20 anos revelado pelo Braga. E a esperança de dias melhores está concentrada em uma dupla igualmente jovem: Riqui Puig (21) e Ansu Fati (17).
Mesmo em um cenário desfavorável, com crise dentro e fora de campo, as joias de La Masia mostraram estar prontas para brilhar no time de cima. Apesar do péssimo trabalho, Quique Setién deixou como legado o maior espaço para os dois jovens. Com as revelações pedindo passagem, as chamadas “vacas sagradas” lidam com o desafio de provar que ainda são fundamentais ao Barcelona. São os casos de Piqué, Alba e Busquets. Fiel escudeiro de Messi, Luis Suárez está de malas prontas. Outra peça-chave das últimas conquistas que estava em baixa, Rakitic selou o retorno ao Sevilla.
Com a saída do uruguaio, a pressão recai sobre Griezmann. Contratado a peso de ouro em 2019/20, o francês decepcionou na jornada inicial como jogador blaugrana. Isolado na ponta, pouco rendeu; mais centralizado, pode dar o retorno esperado, aliado à genialidade de Messi e à juventude de Ansu Fati. Em um cenário de reformulação, as portas também se abrem para as incógnitas Coutinho e Dembélé. Sem destinos viáveis por causa da crise econômica, o brasileiro e o francês viraram um peso para os cofres do clube. Cabe a Koeman encontrar uma utilidade para ambos.
Diante de tantas incertezas, a torcida culé se prende a uma possível última temporada com o maior jogador da história do clube. Um “The Last Dance” estrelado por Lionel Messi é o que leva os mais otimistas a crerem em um time vencedor. A espinha dorsal já existe: a segurança de ter Stegen; a solidez de Piqué e Lenglet; o potencial de um meio-campo com De Jong, Pjanic e Riqui Puig; e a linha de frente com Messi e cia.
Em termos de elenco, há peças suficientes para montar uma equipe competitiva, mas o maior obstáculo está nos bastidores. Ronald Koeman terá a ingrata missão de conquistar a confiança dos líderes do elenco para blindar o vestiário e criar um cenário minimamente tranquilo para botar suas ideias dentro de campo. Precisará de coragem para sustentar o crescimento dos jovens e tirar medalhões que estejam rendendo pouco.