La Liga

Getafe aproveitou expulsão de Gabriel Paulista e bateu Valencia com Mayoral decisivo

Atuando todo o segundo tempo com um a menos, o Valencia não conseguiu segurar o Getafe de Borja Mayoral

Depois de um péssimo primeiro tempo no Coliseum, o Getafe, se aproveitando da expulsão do zagueiro brasileiro Gabriel Paulista, venceu o Valencia por 1 a 0, gol anotado aos 41 minutos da etapa final pelo atacante Borja Mayoral – o nono dele em 16 rodadas de La Liga. O final do jogo foi quente, com uma expulsão para cada lado e um árbitro completamente perdido.

A vitória fez o Geta subir para oitava colocação do Campeonato Espanhol com 22 pontos, sonhando com uma vaga em competição europeia. O Valencia se manteve em décimo e pode passar para parte debaixo da tabela com os resultados da 16ª rodada.

Expulsão de brasileiro definiu a partida no segundo tempo

O Getafe entrou na partida com seis desfalques, três por lesão e incríveis três suspensos. Havia expectativa do time da casa jogar com três zagueiros com a entrada de Gastón Álvarez, mas o uruguaio exercia função como lateral-esquerdo no momento ofensivo (às vezes, na recomposição, ele fazia um trio de zaga e Jordi Martín voltava de ala). Na teoria, os dois lados jogavam no 4-4-2 e, nos primeiros minutos, até adotaram uma postura parecida de pouco jogo por dentro e muitos lançamentos.

Por jogar em casa e tendo o apoio do torcedor, os Azulones tiveram mais protagonismo nos primeiros movimentos. As tentativas buscavam, normalmente, jogadas pelo lado do campo e cruzamento para dupla de atacantes Juanmi Latasa e Borja Mayoral. Nos 46 minutos, nada aconteceu de muito relevante. O Valencia praticamente não tinha saída para atacar. Mal pôde acionar o meia Fran Pérez e apenas Dimitri Foulquier recebia a bola, só que os adversários encurtavam e o paravam com falta.

A posse da bola chegou quase a 70% do tempo nos pés do Getafe com meia hora de jogo. Irônico para um time que possuí média de 40.9% de posse em La Liga, mostrando como o visitante treinado por Ruben Baraja adotou uma postura defensiva.

Por volta dos 32, os Morcegos passaram a ficar mais com a bola e sair mais para atacar (não quer dizer, porém, que levou algum perigo à meta adversária). A primeira finalização do Valencia – e do jogo – veio em cabeceio completamente torto de Cristhian Mosquera, que subiu demais após cruzamento de Pepelu.

No último minuto, o Getafe teve seu primeiro chute: tentativa de Borja Mayoral no meio do gol, fácil defesa de Giorgi Mamard­ashvili. O fraco primeiro tempo até esquentou no fim com dois cartões amarelos aos visitantes (Gabriel Paulista e Thierry Correia). Algo que talvez explique os 45 minutos tão ruins seja a apática dos dois lados na pressão no campo de ataque, algo essencial no futebol moderno, e a nula vontade de sair jogando pelo chão, isso, claro, além da inexistente criatividade e repertório para furar o bloqueio adversário.

A etapa final, mesmo sem mudanças nos times, já deu sinais que seria diferente do primeiro tempo. Os times apostavam em ataques mais rápidos e mai vontade de marcar. Em uma dessas tentativas do Getafe, um lançamento da defesa ao ataque, ia deixando Latasa em boas condições de ter campo para correr. No entanto, Gabriel Paulista impediu o atacante de passar e, como já tinha amarelo, foi expulso pelo acúmulo de dois cartões. Baraja teve que sacrificar Fran Pérez e colocou o zagueiro Mouctar Diakhaby. Com isso, Diego López foi movido para recompor como meia pela esquerda e o Valencia atuava no 4-4-1.

Com um a mais, o Getafe começou a blitz para encurralar o adversário. O clube acumulou quatro tentativas seguidas a partir dos 10 minutos. Na melhor delas, de frente para o goleiro adversário, Martí tentou dar uma cavadinha e Mamard­ashvili defendeu – ele já tinha feito três boas intervenções antes. O Valencia passou a defender muito mal sua última linha. Mason Greewood recebeu lançamento nas costas da defesa, cortou para o meio e quase marcou.

Parecia que seria um domínio completo do Geta, no entanto, o visitante soube segurar o adversário, que, para mudar esse cenário, efetuou duas trocas ofensivas aos 25 minutos: substituiu o zagueiro Djené e o volante Luis Millia (ambos amarelados) e colocou os meias Carles Aleñá e Óscar Rodríguez. Com isso, Álvarez passou a ser o zagueiro pela esquerda ao lado de Domingos Duarte e Jordi Martí virou o lateral-esquerdo, enquanto Greenwood virou um atacante por dentro. Pouco depois, substituiu atacante por atacante: Jaime Mata por Latasa.

Mesmo com as trocas, o Getafe mostrou um nervosismo para atacar. Muito ansioso para finalizar as jogadas, cruzava de muito longe, da intermediária, ou finalizava de fora da área. Mamard­ashvili só foi trabalhar de novo com 35 no relógio, quando Mata finalizou em belo giro e o goleiro georgiano encaixou.

Querendo o empate, Baraja colocou mais um lateral-esquerdo no jogo, Jesús Vázquez, como meia pela esquerda para reforçar a marcação naquele lado. No lado da casa, o zagueiro Mitrovic entrou e, novamente, Gaston Álvarez virou lateral.

O Getafe tinha a bola, era dominante, e conseguiu furar o bloqueio, finalmente, aos 41 minutos do segundo tempo. Do meio para direita, a jogada veio nos pés de Juan Iglesias, que cruzou perfeito na marca do pênalti para o artilheiro Borja Mayoral, completamente sozinho, cabecear e dessa vez tirar Mamard­ashvili do lance. Esse foi o nono tento do atacante em La Liga. Logo na sequência do gol, Valencia teve outro expulso: Javier Guerra reclamou efusivamente com o árbitro e recebeu vermelho direto. Nos acréscimos, Duarte também foi para o chuveiro mais cedo, direto, pelo mesmo motivo de reclamação – uma bizarrice a arbitragem nos minutos finais

Não tinha mais tempo e nem força para o time visitante buscar o empate. Melhor para o vencedor do dia, o Geta de Mayoral.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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