‘As coisas não pegam nele de modo negativo’: Como Endrick, ou Bobby, virou sucesso de marketing
Ex-jogador do Palmeiras deve ser titular neste domingo (29) contra o Atlético de Madrid
Há menos de dois meses em Madri, Endrick, com apenas 18 anos, deve ser, neste domingo (29), pela primeira vez, titular do maior clube de futebol do mundo, em um jogo oficial. E não se trata de uma partida qualquer. O fenômeno deve integrar o 11 inicial do Real Madrid no dérbi da capital espanhola, contra o Atlético de Madrid.
Talvez essa ainda não fosse a hora de o brasileiro começar um jogo. Mas, diante da lesão de Mbappé e, principalmente, do desempenho que Endrick vem mostrando nos jogos e treinos, Carlo Ancelotti se vê com a chance de acelerar o processo e colocar o garoto em campo no jogo de La Liga.
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Pular etapas, aliás, não é nenhum segredo para o atacante que estreou no Palmeiras aos 16 anos e já carregou o time nas costas para uma conquista de Campeonato Brasileiro no ano seguinte, aos 17. Fora de campo, não é diferente.
— Posso até dizer que foi até mais rápido do que a gente imaginava — disse à Trivela Fábio Wolff, da Wolff Sports, gestor de imagem e marketing do jogador.
— Quando começamos o trabalho com ele, estávamos diante de um garoto de 15 anos, desconhecido, com a tarefa de fazê-lo disputar patrocínios com cantores e atores. Hoje, podemos dizer que ele é o maior case de marketing do futebol brasileiro — completa o executivo, sem muita modéstia. O que é, na verdade, bem compreensível.
O trabalho de Fábio é conseguir canalizar e direcionar algo que é muito latente. Endrick transborda carisma e habilidade para lidar com a opinião pública. Mesmo quando parece que algo não vai lhe favorecer, o jogador acaba contornando a situação.
Endrick soube capitalizar as gozações por ser fã de Bobby Charlton
Foi assim, por exemplo, com a declarada admiração por Bobby Charlton. Fábio conta que nada disso foi calculado ou passou por ele. Foi Endrick, jogando EAFC (ex-Fifa) e pesquisando em redes sociais, que descobriu o jogador inglês dos anos 1960.
A admiração logo se tornou meme. E virou gozação também entre os colegas do Real Madrid. De uma hora para outra, caras como Bellingham, Mbappé, Modric — além dos brasileiros Militão, Mbappé e Vinícius Jr. — estava chamando Endrick de Bobby.
E o que era para ser negativo, na verdade, promoveu ainda mais o ex-jogador do Palmeiras. Endrick não só achou graça, como também postou as brincadeiras dos colegas com ele — inclusive na seleção, como Lucas Paquetá, que fez o infame trocadilho “Você precisa parar com isso, Bobby, já tá ficando Charlton“.
A brincadeira ampliou o recall do jogador. Ao mesmo tempo que auxiliou sua integração no vestiário do clube merengue.
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“Marca” Endrick ganhou mais reconhecimento
Hoje, uma pesquisa do Google pelo nome de Bobby Charlton vai inevitavelmente levar a Endrick — e vice-versa. E, claro, isso amplia também as possibilidades de negócios para ele.
Endrick ter se tornado um dos porta-vozes do EAFC, ao lado de Bellingham e ninguém menos que Zinedine Zidane tem total relação com a questão “Bobby”.
— Quando o atleta é um fenômeno, ele tem essa característica, né? As coisas não pegam nele de modo negativo. Ele soube lidar bem com a brincadeira, que é uma brincadeira carinhosa — diz Fábio.
— Ele é autêntico, né? Com certeza, é essa autenticidade que acaba fazendo a diferença — afirma o executivo.