Bellingham bate no peito de novo e resolve para o Real num jogo duro com o Celta
Bellingham anotou seu quarto gol em três rodadas de La Liga, numa partida na qual Vinícius Júnior se lesionou e Rodrygo perdeu um pênalti
O Real Madrid encontrou um clima mais hostil do que o comum nesta sexta-feira, em Balaídos. O Celta de Vigo entrava em campo não apenas para buscar uma vitória em La Liga, mas também para comemorar os 100 anos de fundação do clube, completados na última quarta-feira. Os celestes fizeram uma partida valente, mesmo diante de um oponente superior. Criaram chances e podem até reclamar da arbitragem quando tiveram um gol anulado. Contudo, o Real Madrid conseguiu superar as adversidades para vencer por 1 a 0. Vinícius Júnior saiu lesionado no primeiro tempo e Rodrygo perdeu um pênalti no segundo. O protagonista merengue neste início de campanha, todavia, é Jude Bellingham e isso se reafirmou. A sequência goleadora do meia teve mais um gol, já na reta final. O jovem não fazia uma boa partida, mas cresceu depois do intervalo e possibilitou o triunfo.
Rafa Benítez não contou com o garoto Gabri Veiga, em vias de ser vendido para o futebol saudita. A força dos galegos ficava para a dupla de ataque formada por Iago Aspas e Jörgen Strand Larsen, além de Jonathan Bamba na ligação. Já o Real Madrid desta vez começava com o estreante Kepa Arrizabalaga no gol. Sem Éder Militão, Antonio Rüdiger e David Alaba continuavam na zaga. O meio-campo tinha uma trinca jovem composta por Federico Valverde, Aurélien Tchouaméni e Eduardo Camavinga. Jude Bellingham permanecia com seu papel de camisa 10, atrás dos atacantes, Rodrygo e Vinícius Júnior.
Vinícius sai logo cedo
O Celta abriu o placar logo aos três minutos, mas o lance acabou anulado pela arbitragem. Numa cobrança de escanteio, Kepa saiu de soco. A sobra ficou na entrada da área e Fran Beltrán chutou para leve desvio de Larsen, suficiente para tirar o goleiro. No entanto, o árbitro resolveu marcar uma falta de Larsen sobre Kepa – numa decisão contestável. Passado o susto, o Real Madrid conseguiu responder quando acelerou no ataque. Valverde exigiu a primeira defesa de Iván Villar, enquanto Vinícius Júnior abria a defesa com suas arrancadas. Aos dez, o camisa 7 fez uma jogadaça e o passe saiu um pouco forte para Rodrygo. O camisa 11 ainda conseguiu corrigir o lance e pediu um pênalti, desta vez ignorado pelo árbitro.
As arrancadas, porém, tiveram seus custos para Vinícius. O brasileiro sentiu uma dor muscular na coxa e precisou ser substituído. Joselu entrou no lugar aos 18. O Real Madrid demorou a se encontrar. Sólido na defesa, o Celta fazia bem seu trabalho de transição e incomodava nas chegadas. Enquanto isso, a qualidade dos merengues não ficava muito evidente. Rodrygo era quem mais tentava, mas faltava conexão. Bellingham estava um tanto quanto sumido desta vez, encaixotado pela marcação. E não que Joselu auxiliasse, errando o básico quando acionado.
O Celta teve chegadas perigosas até mais frequentes no primeiro tempo, sobretudo nos minutos anteriores ao intervalo. Aos 32, numa bola cruzada da esquerda, Oscar Mingueza fechou no segundo pau e mandou para fora. Na defesa dos celestes, Carl Starfelt era importante nos desarmes. E não valeu nada quando Joselu até conseguiu mandar para dentro, mas estava impedido. Seguia uma partida aberta, em que os galegos ainda tiveram mais um suspiro com Jonathan Bamba, aos 45. O meio-campista soltou um petardo cruzado e o tiro passou próximo da trave de Kepa.
Rodrygo falha e Bellingham resolve
O Real Madrid voltou para o segundo tempo ainda com dificuldades para impor seu domínio. Tinha chances esporádicas, como em tentativas para fora de Rodrygo e Valverde, mas era pouco. O Celta conseguia ser mais concreto, sobretudo com Larsen. O atacante teve uma cabeçada que não pegou em cheio e depois errou o alvo num lance limpo na entrada da área. Diante dos problemas, Carlo Ancelotti acionava seus veteranos. Luka Modric e Toni Kroos entraram nos lugares de Camavinga e Tchouaméni.
Aos 23 minutos, o Real Madrid ganhou a oportunidade para inaugurar o marcador. Bellingham arranjou um passe magistral, mesmo cercado, e deixou Rodrygo na cara do gol. O atacante ia driblando o goleiro Iván Villar, que o derrubou na área. Pênalti claro. Contudo, Rodrygo não foi feliz na cobrança. O atacante tentou botar no canto, mas chutou à meia altura e Villar se redimiu com uma defesaça. Balaídos explodia na comemoração e o Celta não deixava de acreditar. Os celestes quase deram o troco de imediato, numa batida de Iago Aspas que Larsen não conseguiu conectar e passou a centímetros da trave.
Não havia uma definição sobre os rumos da partida. O Celta tinha luta, mas não qualidade. E não que o Real Madrid estivesse em sua noite mais afiada, mas a entrada de Kroos garantia mais capacidade nos cruzamentos. O gol da vitória dos merengues pintou numa bola parada, aos 35. Numa cobrança de escanteio, Joselu aparou de cabeça e Bellingham fez sua estrela brilhar. O garoto mandou a testada que finalmente desamarrava o placar e coroava seu ótimo segundo tempo. Personalidade não falta ao inglês, mesmo tão jovem, e ele abafou Balaídos. A reta final da partida seria amarrada, com o Real Madrid mais interessado em administrar o resultado do que em ampliar a diferença. Extenuado, o Celta também não teria forças de salvar o jogo do centenário.
O Real Madrid não apresenta tanto brilho além de Bellingham neste início de La Liga, mas faz o suficiente para manter os 100% de aproveitamento. São nove pontos para os merengues, que podem ser igualados apenas por Valencia e Rayo Vallecano na sequência da terceira rodada. Já Bellingham desponta com seus quatro gols. O Celta se preocupa no ano do centenário. A equipe soma apenas um ponto nos três primeiros compromissos. Ainda que Rafa Benítez tenha chegado, o elenco é limitado.