Mais preocupados em não levar gols do que fazer, Atleti e Real Madrid conseguiram exatamente isso no dérbi

Previa-se antes do dérbi de Madri uma partida bastante fechada entre Atlético de Madrid e Real Madrid, é verdade, mas as duas equipes se esforçaram bastante para levar a previsão a cabo e além. Mais preocupados em não levar gols do que em fazê-los, os times protagonizaram uma partida que, se por um lado satisfez as pretensões de seus técnicos, por outro decepcionou quem esperava bons lances.
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Nenhum dos goleiros teve que trabalhar muito no primeiro tempo. O Atlético de Madrid levou mais perigo, mas em dois lances que a bola foi pela linha de fundo, ambos com João Félix. No primeiro, aos sete minutos de jogo, o Atleti puxou contra-ataque, Diego Costa lançou o português pelo alto, e o camisa 7 dominou a bola em velocidade, evitando a aproximação da zaga madridista. A finalização foi boa, sobretudo considerando o ritmo com que carregava a bola, mas passou rente à trave direita.
A segunda oportunidade de perigo, aos 39 minutos, nasceu de uma tabela de Partey com Diego Costa. O meia então serviu João Félix, que da intermediária bateu forte, perto da meta, mas mais uma vez um pouco mais à direita do que o garoto desejava.
Thomas Partey, aliás, foi o grande nome do Atlético de Madrid no primeiro tempo, participando ativamente das jogadas ofensivas e sendo o termômetro do time de Simeone. Em outra chance dos colchoneros na primeira etapa, o ganês tabelou com Trippier e cruzou baixo. Diego Costa apareceu na segunda trave, atirando-se no gramado, mas não conseguiu alcançar a bola, e ela cruzou toda a extensão da área. Em outro lance pela lateral, combinou novamente com o lateral inglês, mas foi Trippier quem cruzou. Desta vez, Courtois interceptou antes que a bola encontrasse Koke na pequena área.
Ainda que o Atleti não tenha sido lá tão criativo, o Real Madrid conseguiu fazer ainda menos no primeiro tempo. Diante da dificuldade de penetrar a defesa do rival, teve apenas duas chances dignas de menção, ambas chutes de longe de Toni Kroos. No primeiro, defesa sem problemas para Oblak. No segundo, o esloveno foi forçado a espalmar para escanteio a bola que ia perigosamente no canto esquerdo inferior do gol.
A segunda etapa teve maior escassez de oportunidades, mas também o principal lance do jogo. O Real Madrid foi apostando cada vez mais em cruzamentos de Nacho pela esquerda e em chutes de longa distância, como em lance de Bale aos dez minutos da etapa complementar. O galês, aliás, perdeu boa chance aos 12 minutos, depois de cruzamento rasteiro de Nacho, isolando por cima do gol.
Aos 30 minutos, Nacho surgiu novamente. Levantou a bola na área com capricho, e Benzema acertou uma cabeçada que mais parecia um chute. Oblak, que havia trabalhado apenas nas finalizações de Kroos no primeiro tempo, mostrou que não precisava de tanto aquecimento assim. Atirou-se com elasticidade no canto esquerdo inferior para evitar o que seria o gol da vitória do Real Madrid.
No final das contas, apesar da relativa decepção pela falta de lances de perigo, Atleti e Real saíram do Wanda Metropolitano felizes com o resultado em 0 a 0. Como admitiu o próprio Oblak após a partida, as equipes não quiseram assumir riscos. A preocupação principal era não errar e dar ao adversário a bola do jogo. De fato, pouquíssimo erraram, e o placar é que sofreu.