Quase R$ 1 bilhão em reforços não impedem Atlético de Madrid de sofrer com os mesmos problemas
Colchoneros de Diego Simeone seguem com questões defensivas a serem resolvidas após o empate com o Villarreal na estreia de La Liga 2024/25
Nova temporada, velhos problemas. É uma boa definição para explicar o que foi visto no Atlético de Madrid durante a estreia em La Liga 2024/25 nesta segunda-feira (19), no Estádio de la Ceramica, contra o Villarreal.
A equipe de Diego Simeone mostrou novamente problemas defensivos graves no empate em 2 a 2, a exemplo do que foi a tônica de 2023/24, quando sofreu 68 gols em 54 partidas, sendo 8 jogos tomando 3 ou mais gols dos adversários — incluindo na eliminação na Champions League contra o Borussia Dortmund.
Chega a ser irônico o time de um técnico conhecido por ser tão conservador sofrer dessa forma. É uma mudança que acontece com Simeone, desde meados de 2022 tentando tornar o time mais ofensivo, ao mesmo tempo que sofre para achar um equilíbrio defensivo.
Hoje, nem a estreia dos três pesados reforços Robin Le Normand, Alexander Sorloth (os dois como titulares) e Julián Álvarez (entrou aos 32 minutos do segundo tempo), comprados por 141,50 milhões de euros (cerca de R$ 848 milhões), foram capazes de bater o competitivo Submarino Amarelo.
Defesa do Atlético de Madrid bateu cabeça nos dois gols do Villarreal
O primeiro gol do time mandante é um bom exemplo dos problemas dos Colchoneros sem bola. Com 17 minutos no relógio, a equipe saltou para marcar uma forte pressão no campo de ataque. Todos de amarelo estavam marcados, então o goleiro Diego Conde decidiu explorar a linha alta do Atleti.
Um lançamento mágico do arqueiro de 25 anos chegou em Danjuma, que fez o que quis com o lento Axel Witsel, o driblando duas vezes antes de marcar de canhota em finalização que Oblak poderia ter defendido.
Já no segundo gol, quando o time de Simeone já tinha empatado, duas questões. A primeira a péssima forma que a defesa afastou um escanteio. Sobrou nos pés de Alejandro Baena, que cruzou de novo, Oblak furou um soco, Witsel tirou a cabeça da bola e Koke empurrou para o próprio gol. Um desastre.
O escanteio só aconteceu porque antes o clube de Madrid sofreu um contra-ataque com superioridade numérica dos amarelos, com Danjuma finalizando em cima de um adversário.
A questão defensiva do Atlético é claramente algo coletivo, mas as peças à disposição do técnico também são um problema.
Le Normand está no auge físico aos 27 anos, só que seus colegas de zaga hoje tinham 34 (Azpilicueta) e 35 anos (Witsel) e claramente estão abaixo do melhor. Em uma linha alta, jogar com zagueiros tão velhos não é uma boa ideia.
A gestão do clube tentou contratar Hincapié e Hancko, porém gastou tanto em outros nomes que deve se contentar com Lenglet — ou ninguém.
O ponto positivo colchonero: o ataque com naturalidade para criar
Enquanto a defesa vai mal há algum tempo, o sistema ofensivo consegue criar de forma natural, sempre atacando com muita gente e rápidas trocas de posição. Nos dois gols contra o Villarreal, a jogada saiu dos zagueiros para o setor direito antes das finalizações mortais.
No primeiro, uma triangulação linda deixou Llorente, o melhor em campo, com um tapete estendido para avançar até a área e mandar uma bomba. Conde não conseguiu segurar.
Nos acréscimos da etapa inicial, Llorente recebeu bem aberto na direita, Pablo Barrios apoiou na linha de fundo e recebeu para cruzar. Sorloth, artilheiro de La Liga pelo Villarreal na última temporada, confirmou a lei do ex de cabeça.
Jogo teve bom primeiro tempo e queda física na etapa final
Os primeiros 45 minutos foram de um futebol bem jogado, intenso e com os dois lados querendo marcar gols. Até por isso, todos os quatro tentos aconteceram no 1º tempo.
O problema foi a etapa final. Talvez ainda com o físico abaixo, os dois times caíram drasticamente de rendimento. A recomposição era falha para ambos, pior ainda a velocidade para atacar.
O Atlético de Madrid terá um bom desafio na próxima rodada, enfrentando o Girona em 25 de agosto no Metropolitano. Já o Villarreal pega o Sevilla, fora.