Espanha

Como ex-Internacional pode devolver característica essencial ao Atlético de Madrid

Volante americano-brasileiro chegará aos Colchoneros por 30 milhões de euros (R$ 192 milhões)

Um dos grandes destaques da última edição de LaLiga, o meio-campista Johnny Cardoso tem quase tudo fechado para trocar o Betis pelo Atlético de Madrid. O negócio deve ser firmado nas próximas horas por cerca de 30 milhões de euros (R$ 192 milhões), segundo o jornalista Fabrizio Romano.

Aos 23 anos, o jogador formado pelo Internacional e nascido nos Estados Unidos tem grandes chances de ser tornar um titular absoluto dos Colchoneros por preencher um antigo sonho do técnico Diego Simeone de ter um “camisa cinco”, trazendo características diferentes ao elenco atual do time de Madri.

Johnny Cardoso se destaca como primeiro volante de marcação

No Betis desde o início de 2024, Johnny rapidamente se consolidou como um titular do time como primeiro volante. Seja ao lado de Altimira, Roca, Fornals ou outro meio-campista, o brasileiro-americano era o alvo da saída de bola dos Verdiblancos e o principal “cão de guarda” da defesa.

Cardoso não é, necessariamente, um volante que cria muito com os pés. Com 28 jogos (24 como titular) no Campeonato Espanhol de 2024/25, seus números de passes certos (949, eficácia de 86.04%) não são espetaculares, assim como o de lançamentos (apenas 36 no total, 54.55% de acerto), mesmo que ele possa achar toques criativos que quebrem as linhas adversárias.

Sua principal característica, porém, é no jogo sem a posse de bola.

Intenso, o volante é dedicado e não tem medo de saltar para tentar interceptar o passe rival. Não por acaso, é o líder de interceptações no elenco do Betis (48) e o sexto na estatística em todo o campeonato. Também foi o jogador com mais desarmes no time de Sevilla (55).

Suas roubadas de final acontecem especialmente na intermediária ofensiva, setor essencial para criação e justamente o que mostrou ser uma lacuna dos Colchoneros, ele já busca acionar o colega mais próximo para atacar de forma vertical.

Johnny Cardoso em jogo do Betis contra o Atlético de Madrid
Johnny Cardoso em jogo do Betis contra o Atlético de Madrid (Foto: Imago)

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No que o ex-Internacional é bom, falta ao Atlético de Madrid

Sem a bola, o Atleti tem mostrado problemas no encaixe de marcação por dentro quando sobe a pressão. O time adversário, além de sair limpo pelo chão, encontra campo aberto para atacar e gerar uma chance clara contra o time de Simeone.

Na última LaLiga, os Rojiblancos foram a quinta pior equipe na tentativa de roubar a bola no campo de ataque (estatística chamada de “tackle”), segundo dados da plataforma “Opta”. Essa questão também apareceu no Mundial de Clubes, competição que foram eliminados na fase de grupos.

Logo na abertura da competição, foi dominado completamente pelo PSG, enquanto, apesar de vencer Seattle Sounders e Botafogo, mostrou lacunas defensivas por dentro que cederam boas chances aos adversários.

Com o que há de opções para Simeone hoje no Atlético, nem Pablo Barrios, jovem muito bom nos passes, abaixo nos desarmes, nem Koke, mais experiente e com características próximas a de Barrios, entregam o que o ex-Inter tem a oferecer no jogo sem bola e a intensidade com ela. De Paul também atua nesse setor, mas deve ser junto do brasileiro-americano.

Talvez os últimos jogadores com características mais próximas do jovem no elenco do Atlético tenham sido Thomas Partey (saiu em 2020), Lucas Torreira (2021) e Geoffrey Kondogbia (2023). Dos três, apenas o primeiro teve sucesso, tanto que, recentemente, a gestão dos Colchoneros tentou novamente contratá-lo pelo fim do contrato com o Arsenal, mas esbararam no alto salário do ganês.

— Johnny Cardoso se tornou a prioridade para preencher a lacuna deixada [no meio-campo do Atlético de Madrid] pela saída de Thomas [Partey] no verão de 2020 — escreveu o jornal “Marca” em maio deste ano.

Agora, a cria do Internacional chega com status de um jovem que ainda tem a evoluir na distribuição do jogo, forte nos aspectos defensivos e pronto para, finalmente, ser o “camisa 5” que Simeone sonha há algum tempo.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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