Espanha

Ex-galáctico do Real Madrid tem pé atrás com novos galácticos que se formariam com chegada de Mbappé

Iván Helguera, zagueiro titular naquele Real Madrid galáctico dos anos 2000, destacou o que deu errado no time e a lição para o elenco que pode se formar com Mbappé

A reunião de muitos craques em um mesmo time, apesar de bem vista pelos fãs de futebol, nem sempre dá certo nos gramados. No passado, o Real Madrid, sob presidência de Florentino Pérez, roubou todos os holofotes quando contratou, todo ano, um “galáctico”. Veio primeiro Figo, seguido por Zinedine Zidane, Ronaldo Fenômeno e, para fechar, David Beckham. Com o quarteto, que ficou completo com o inglês em 2003, nada foi conquistado. Iván Helguera, o zagueiro titular dessa equipe, passou um recado para nova geração de galácticos dos Merengues que pode ser formada a partir da chegada de Kylian Mbappé em junho desse ano.

– Pode ser [parecido o Real Madrid de Mbappé com os galácticos anteriores], o que acontece é que você tem que ver os erros que foram cometidos, houve muitos números e jogadores muito bons… mas nada foi ganho. Em Madrid é importante vencer todos os anos. É maravilhoso ter todos esses jogadores, mas é preciso saber equilibrar com um bom elenco. A vinda de Mbappé para o Real Madrid seria uma contratação impressionante e seria difícil de vencer – disse ao jornal espanhol Marca.

O Real até venceu a Champions League com Figo e Zidane em 2002 e foi campeão espanhol quando Ronaldo se juntou a dupla no ano seguinte. No entanto, ao adicionar Beckham e vender o esforçado, veloz e ótimo nos desarmes Claude Makélélé, o time perdeu a consistência defensiva. Isso porque Raúl González era titular também no ataque com o brasileiro e, basicamente, o time se dividia em dois na hora de atacar e defender. Não tinha coletivo que aguentasse a ausência de recomposição, como aponta Helguera.

– O que correu mal [no Real Madrid galáctico dos anos 2000]? O equilíbrio, muitos jogadores subiam e depois as idas e vindas não eram tão fáceis… Eu era zagueiro, era muito difícil defender com aquele tipo de jogadores. Tem que ter equilíbrio com jogadores que sobem e também descem.

O galáctico Real Madrid (Foto: Icon Sport)

Ao comparar os elencos de 2003 com o que pode ser em 2024, Helguera aponta que é muito diferente e está certo. No ataque, Mbappé estará ao lado de Vinicius Júnior, Rodrygo, Jude Bellingham e Endrick, que chega em julho. Mas não tem só isso: há Fede Valverde, Toni Kroos, Aurélien Tchouaméni, Antonio Rüdiger, Éder Militão e muito mais. Um grupo de jogadores completo sob comando do experiente e ótimo gestor de grupo Carlo Ancelotti, que não é um técnico conhecido por abrir mão da consistência defensiva.

– Nada a ver [os dois elencos]. A força física também é importante e este Real Madrid tem muito mais. Acho que não tem nada a ver, mas é por isso que digo que é preciso ter um pouco de cuidado. Mas vamos lá, deixe Mbappé vir se ele vier, seria uma contratação impressionante

A Trivela analisou como seria esse “novo” Real Madrid com Mbappé e o cenário mais provável, respeitando também o momento da recomposição, seria o 4-4-2 utilizado por Ancelotti hoje. O francês entraria na vaga de Rodrygo para ser uma dupla de ataque ao lado de Vinicius Júnior, tendo Bellingham como meia pela esquerda e Valverde pela direita – em uma ideia mais ofensiva e, talvez “galáctica”, o Rayo jogaria no lugar do uruguaio. Assim manteria a boa dupla de volantes Tchouméni e Toni Kroos e o momento defensivo seria respeitado com Vini ou o inglês recompondo pelo lado esquerdo.

No entanto, tudo isso é “futurologia” e apenas quando Mbappé chegar saberemos como Ancelotti montará o Real.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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