Espanha

Clube espanhol proíbe torcedores de comer petisco tradicional em estádio e o motivo é curioso

Elche anunciou decisão à torcida em comunicado oficial, pedindo apoio coletivo para ser um exemplo de sustentabilidade

A cultura das arquibancadas tem suas peculiaridades ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, saborear um espetinho ou um amendoim faz parte da tradição do futebol. Na Espanha, o Elche proibiu seus torcedores de comerem um petisco muito tradicional dentro do seu estádio.

Em comunicado oficial, o time de LaLiga 2 anunciou que a venda e consumo de sementes de girassol não é mais permitida no Manuel Martinez Valero. A medida contra as “pipas” — como o petisco é conhecido na Espanha — já entrará em vigor no próximo jogo do Elche em casa.

Como justificativa, o clube espanhol alegou que “o consumo excessivo de sementes de girassol” ocasionou em problemas nas instalações, como falta de higiene. Além disso, o Elche reforçou seu compromisso “com a sustentabilidade e o respeito pelo meio ambiente”.

Por que Elche baniu sementes de girassol?

Estádio Manuel Martinez Valero, do Elche Foto: (Imago)
Estádio Manuel Martinez Valero, do Elche Foto: (Imago)

Na Espanha, as sementes de girassol são um petisco comum dos torcedores durante partidas de futebol. Entretanto, como é preciso descascar as pipas antes de consumi-las, os fãs necessitam quebrá-las com os dentes e cuspir os restos, cujo descarte é feito no chão.

O Elche explicou como as cascas das sementes de girassol afetam negativamente o estádio.

  • Entopem ralos e encanamentos
  • Danificam as arquibancadas
  • Afetam a pintura e o acabamento de diversas superfícies
  • Aumentam os custos de limpeza e manutenção
  • Atraem infestações de pombos e ratos
  • Colocam em risco a saúde das arquibancadas

Segundo a nota do clube de LaLiga 2, os esforços da equipe de limpeza não são suficientes para remover completamente os resíduos de cada jogo. “As cascas das sementes de girassol também contribuem para a erosão do piso de concreto e o acúmulo de detritos em áreas de difícil acesso”, completa o Elche.

Apesar dos “piperos” serem um costume do futebol nacional, o clube espanhol reforçou que a restrição não é para punir os torcedores, mas sim “preservar o Manuel Martinez Valero nas melhores condições possíveis”.

— Apelamos à responsabilidade coletiva para manter o estádio como um exemplo de civilidade, respeito, limpeza e orgulho verde e franco.

Portanto, a partir do próximo dia 10, às 13h30 (horário de Brasília), no jogo entre Elche x Levante, pela 39ª rodada da segunda divisão, as sementes de girassol não farão mais parte do Manuel Martinez Valero.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

A ‘guerra' contra as pipas não é novidade

Mestalla, estádio do Valencia Foto: (Imago)
Valencia fez algo parecido no Mestalla Foto: (Imago)

Dois anos antes do Elche, o Valencia declarou “guerra” contra as pipas por motivos semelhantes. À época, os Morcegos proibiram a venda de sementes de girassol no Mestalla, porém, liberou o consumo do petisco no estádio.

Para não acabar com os piperos, o Valencia incentivou os torcedores a levarem suas próprias sacolas para descartas os restos das sementes de girassol corretamente. A medida visava inibir o crescimento de roedores no Mestalla.

Mais do que isso, o Valencia apontou que as máquinas utilizadas para limpar as cascas das pipas estavam causando “poluição sonora”, o que virou motivo de reclamação para os moradores do entorno do estádio.

Sementes de girassol Foto: (Imago)
Elche proíbe venda e consumo de petisco tradicional do futebol espanhol Foto: (Imago)
Foto de Matheus Cristianini

Matheus CristianiniRedator

Jornalista formado pela Unesp, com passagens por Antenados no Futebol, Bolavip Brasil, Minha Torcida e Esportelândia. Na Trivela, é redator de futebol nacional e internacional.
Botão Voltar ao topo