Destaque da Copa América, Rodrigo de Paul sela negócio para fortalecer meio-campo do Atlético
O meia de 27 anos retorna à Espanha com o moral de um dos principais jogadores da Serie A e do campeão da Copa América
Dois dias depois de ser o craque da final da Copa América, com uma contribuição decisiva ao primeiro título da Argentina em 28 anos, Rodrigo de Paul concretizou a sua transferência para o Atlético de Madrid, completando um fim de semana bastante proveitoso ao todo-campista que comeu a bola pela Udinese no Campeonato Italiano.
A notícia não pegou de surpresa ninguém que vinha acompanhando o noticiário e o timing deixa claro que as partes estavam apenas esperando o fim da competição continental para oficializar o reforço pedido por Diego Simeone para reforçar o seu meio-campo.
De Paul, 27, retorna à Espanha cinco anos depois de sua fraca passagem pelo Valencia como um jogador de lado de campo errático. Formado pelo Racing, fez apenas 44 jogos em duas temporadas pelos Ches antes de se mudar para a Itália e se transformar em um dos melhores meias da Serie A com a camisa da Udinese.
Foi centralizando o seu jogo até se fixar como um meio-campista de fato que tem qualidade tanto nos quesitos defensivos quanto nos ofensivos, o que se encaixa como uma luva na maneira de jogar do Atlético de Madrid, que prioriza um forte sistema de marcação, mas precisa que os jogadores do setor mais importante também sejam capazes de criar quando têm a bola.
De Paul não apenas cria como finaliza, com nove gols e nove assistências em 36 partidas pela Udinese. Pode não parecer tanto em um vácuo, mas ele participou diretamente de 18 dos 42 gols marcados pela 14ª colocada do Campeonato Italiano. Foi o terceiro jogador da liga com mais passes para finalização (média de 2,3), o terceiro com mais cruzamentos (2) e o que mais driblou (3,4).
Complementará o capitão Koke, recuado para primeiro homem após a venda de Thomas Partey, em um meio-campo que também teve Marcos Llorente e Thomas Lemar em muitos dos jogos da campanha campeã espanhola. Polivalente, Llorente também pode ser usado como meia-atacante ou pelo lado direito, dependendo do que Simeone estiver buscando para cada jogo.
O setor também conta com Geoffrey Kondogbia, Héctor Herrera e Saúl Níguez, alvo de fortes rumores de que estaria de saída do Atlético de Madrid nesta janela de transferências e que não serão aplacados pela contratação de mais um jogador para a sua posição.
“Estou muito feliz”, afirmou ao site oficial do Atlético de Madrid. “Chego ao campeão de La Liga e sei da responsabilidade que isso carrega. É um grande passo na minha carreira como jogador. Além do momento em que chegou, depois de ganhar a Copa América. Isso me dá mais força para cumprir todas as expectativas. Sou um apaixonado por futebol, e também pela minha passagem pelo futebol espanhol, conheço muito bem o Atlético”.
“Estou muito feliz por poder trabalhar com Simeone. Primeiro pela qualidade que tem como treinador, um dos melhores. Eu amo o futebol, eu o vivo no dia a dia, e ser treinado por um treinador do calibre de Simeone é um privilégio. Também dá orgulho de ser um compatriota, gosto de ser comandado pro ele porque nasci o vendo jogar com a camisa da seleção argentina”, completou.
Pedido antigo de Simeone, De Paul chega ao Atlético de Madrid maduro, no auge de sua carreira, com contrato de cinco temporadas, e cheio de moral após ser um dos principais jogadores da Argentina campeã da Copa América. Deu a assistência para o gol decisivo de Ángel di María, deixou Messi na cara do gol e impressionou pelo seu trabalho defensivo, o principal mérito da equipe contra o Brasil.
O Atlético de Madrid foi muito esperto em encaminhar o negócio antes que De Paul ficasse super-valorizado pelas suas atuações na Copa América e agora conta com um excelente reforço para o seu time, que já era bem bom – campeão espanhol, afinal de contas.