Após rápida deterioração de relações, Isco rescinde contrato com o Sevilla
Contratado como estrela ao fim do seu contrato com o Real Madrid, o meia de 30 anos durou apenas quatro meses e meio no Ramón Sánchez Pizjuán

As relações entre Isco e Sevilla se deterioraram rapidamente e, apenas quatro meses e meio depois dele ser contratado sem taxa de transferência ao fim do seu contrato com o Real Madrid, o jogador de 30 anos está livre no mercado. A rescisão do vínculo de dois anos com o clube da Andaluzia foi confirmada nesta quarta-feira, após uma série de problemas extracampo que começaram com a saída do técnico Julen Lopetegui, o principal entusiasta do seu futebol.
Isco deixou o Real Madrid após nove temporadas, cinco títulos europeus e três do Campeonato Espanhol. Estava livre para escolher o seu destino e optou por reencontrar o técnico Julen Lopetegui, com o qual teve seu melhor rendimento na seleção espanhola. Ele foi o centro do time nos dois anos que antecederam a Copa do Mundo da Rússia, embora, na hora H, tenha sido comandado por Fernando Hierro no torneio porque Lopetegui foi demitido por ter acertado com o Real Madrid.
Isco assinou por duas temporadas, com um salário base relativamente baixo e bônus de desempenho, que não devem ser atingidos por causa do péssimo começo de temporada do Sevilla, que ganhou apenas duas das 14 primeiras rodadas de La Liga. Durante esse período de baixa, Isco parecia uma das poucas ilhas de qualidade na equipe. Seu rendimento começou a cair desde a demissão de Lopetegui, no começo de outubro. Jorge Sampaoli continuou apostando em seu futebol, mas sem o mesmo protagonismo dado pelo seu antecessor.
Alguns casos começaram a minar a confiança do clube em Isco, a começar pelo duelo contra o Rayo Vallecano, ao qual Isco chegou pendurado com quatro cartões amarelos. É acusado de não ter feito muita questão de evitar o quinto, que gerou uma suspensão automática para o clássico contra o Betis na rodada seguinte. Segundo o Marca, ele também fez gestos para o banco de reservas de que não estaria em condições físicas ideais para enfrentar o Velarde pela primeira rodada da Copa do Rei. Entrou em campo mesmo assim e foi substituído aos 15 minutos do segundo tempo.
Os problemas maiores vieram depois da reapresentação do Sevilla para a retomada do futebol de clubes após a Copa do Mundo. De acordo com o portal Relevo, Isco teve uma forte discussão com o diretor de futebol Monchi diante do elenco. Teria dito que acertou com o Sevilla por confiar em Lopetegui, e não no dirigente. Ele também perdeu sessões de treinamento na última semana alegando problemas físicos que não foram confirmados pelos médicos do clube. A possibilidade de ir embora em janeiro começou a ser especulada na imprensa espanhola.
“O Sevilla chegou a um acordo com Isco Alarcón para terminar seu contrato. O meia chegou ao clube durante o último verão sem taxa de transferência após sua passagem pelo Real Madrid. Isco fez 19 jogos pelo Sevilla, sendo 12 em La Liga, seis na Champions League e um na Copa do Rei. Seu único gol saiu contra o Copenhague. Ele também deu três assistências. O clube gostaria de desejar sorte para Isco em seu futuro”, escreveu o Sevilla em nota oficial.
A derrocada da carreira de Isco foi acelerada. Formado pelo Valencia, destacou-se no Málaga de Manuel Pellegrini entre 2011 e 2013, antes de ser contratado pelo Real Madrid como um dos maiores potenciais talentos do futebol espanhol naquela época. Começou sendo um jogador importante. Durante os primeiros cinco anos, se não foi sempre titular, era um dos mais utilizados do elenco, geralmente contribuindo com gols e assistências, e disputou quatro finais de Champions League, como reserva nas duas primeiras, contra o Atlético de Madrid, e titular diante de Juventus e Liverpool.
O seu papel começou a ficar menor depois da Copa do Mundo da Rússia, na qual fez todos os quatro jogos da Espanha. A perspectiva era boa porque trabalharia sob o comando de Lopetegui, que acabou durando apenas alguns meses no Santiago Bernabéu. Perdeu espaço com Santiago Solari e foi relativamente resgatado por Zidane ao retornar aos merengues. Aquela foi a primeira temporada no Real Madrid em que disputou menos de 40 jogos. Sua minutagem baixou de 2.000 minutos e despencou desde então, até ficar apenas 407 minutos em campo, espalhados em 17 jogos, na última campanha sob o comando de Carlo Ancelotti.
A saída do Real Madrid era esperada quando seu contrato terminou e, novamente, a reunião com Lopetegui não deu tão certo quanto se esperava. Agora sem contrato, e com o Wolverhampton ativo no mercado de transferências, pode tentar novamente na Premier League. A queda no seu rendimento físico não é um bom indicativo de que dará certo, e o destino também não parece muito fã do seu relacionamento com o novo técnico dos Lobos.