Espanha

Morata: ‘Eu jogava para evitar críticas e tirar nota seis. Agora, estou feliz’

Capitão da Espanha, Morata parece finalmente estabelecido no Atlético de Madrid e faz uma ótimo começo de temporada

Para um centroavante que mesmo em seus piores momentos foi muito útil, Álvaro Morata tem uma carreira curiosa. Desde subiu das categorias de base do Real Madrid, nunca passou mais de duas temporadas seguidas no mesmo clube, emprestado para cá, vendido para lá, emprestado de novo, vendido de novo. O momento atual é bom, no começo do seu quarto ano com a camisa do Atlético de Madrid, e, segundo ele, tudo tem a ver com confiança.

Na época um jogador periférico de elenco, Morata foi vendido pelo Real Madrid à Juventus em 2014 e teve um papel muito importante na campanha vice-campeã europeia. Em 2016, o Chelsea apresentou uma proposta irrecusável de € 66 milhões e levou os seus serviços. Como muitos outros centroavantes, não se firmou em Stamford Bridge e foi contratado pelo Atlético de Madrid, primeiro por empréstimo, e depois em definitivo.

Logo em seguida, teve outro período de dois anos cedido temporariamente à Juventus. Retornou ao Civitas Metropolitano em 2022 e marcou 15 vezes em 45 partidas por todas as competições na última temporada, nem sempre sendo titular. Agora está em alta, com 12 gols em 15 jogos – sete em 11 rodadas de La Liga – e começando regularmente.

– Acredito que é uma questão de confiança. Joguei muitas partidas seguidas como titular e estou bem, tanto no meu clube quanto aqui – disse, em entrevista antes da seleção espanhola fechar sua campanha nas Eliminatórias para a Eurocopa de 2024 contra a Georgia neste domingo – Agora estou feliz e antes eu me preocupava com muitas coisas que escapavam do meu controle, mas acredito que meu clube está funcionando bem e aqui temos um grande ambiente. Isso deixa tudo mais fácil.

– Espero que seja o meu ano e que eu possa fazer todos os gols possíveis, aqui e no meu clube, mas, como disse outras vezes, se tiver que passar toda a temporada sem marcar para ganhar a Eurocopa ou qualquer título com o Atlético, assino agora mesmo. Temos um bom time com o Atlético para brigar por tudo e aqui temos que ser otimistas porque duvido que qualquer seleção queira enfrentar a Espanha – afirmou o capitão da Espanha desde março.

Jogava para não errar

Atacante de movimentação e alto nível de trabalho, Morata tem várias qualidades, mas, em seus piores momentos, foi frequentemente motivo de chacota por incríveis gols perdidos e um excesso de impedimentos. Segundo ele, outro motivo que o ajudou a melhorar o seu futebol foi começar a ficar mais impermeável aos comentários externos.

– Durante muito tempo, joguei para evitar as críticas, para tirar nota seis, passar de ano e passar despercebido. Por isso, às vezes foi mais difícil para mim. Não tenho que me justificar. Eu tento fazer o melhor possível. Aprendi que tem que haver uma linha intermediária. Já fiz mais ou menos gols, mas nenhum companheiro ou treinador pode dizer que não dei tudo que tinha. Tento ler e ver o menos possível e penso apenas em aproveitar minha família e treinar todos os dias como se fosse o último – encerrou o atacante de 31 anos.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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