Song confirma que Onana foi afastado por motivos disciplinares: “O time à frente do indivíduo”
Titular na estreia contra a Suíça, o goleiro foi barrado do empate por 3 a 3 com a Sérvia nesta segunda-feira
O técnico da seleção camaronesa, Rigobert Song, cobrou respeito e disciplina ao explicar porque barrou o goleiro André Onana para o jogo contra a Sérvia e afirmou que ele ainda pode ser reintegrado se seguir as regras. A agência de notícias AFP havia citado uma fonte da seleção dizendo que o afastamento era por motivos disciplinares, o que foi confirmado pelo comandante.
A decisão de Song tinha potencial de ser um ponto de discussão mais inflamado porque o substituto de Onana, Davis Epassy, falhou no segundo gol da Sérvia, marcado por Sergej Milinkovic-Savic com um chute fraco da entrada da área no fim do primeiro tempo. Camarões, porém, buscou o empate por 3 a 3, e deu mais moral para o treinador explicar por que havia barrado o goleiro da Internazionale.
“Ele é um jogador muito importante, mas estamos em uma competição e meu papel é colocar o time à frente do indivíduo”, disse Song, em entrevista coletiva após a partida, segundo a Reuters. “Ele é um dos melhores goleiros da Europa. Não é sobre suas atuações, mas você tem que preservar o time. Talvez nós precisássemos de um sinal forte. É um grande risco que corri, mas sou o pai dessas crianças, então tenho que tomar riscos e decisões”.
Segundo o Marca e o jornalista italiano Fabrizio Romano, as divergências começaram porque Song cobrou um estilo de reposição mais tradicional do goleiro, que prefere sair jogando assumindo mais riscos com passes curtos. Romano acrescentou que Onana decidiu ir embora da Copa do Mundo, mas Song disse em sua coletiva, de acordo com a Reuters, que ele ainda pode voltar: “Vamos ver se ele continua. Vamos ver se ele volta a cumprir as regras”.
Criado na base do Barcelona, Onana sempre foi um goleiro muito talentoso que virou titular do Ajax ainda jovem e contribuiu para que os holandeses chegassem às semifinais. Em fevereiro de 2021, sua carreira sofreu um baque ao ser suspenso por um ano por ter, segundo ele, ingerido inadvertidamente uma pastilha para retenção de líquidos que pertencia à esposa e falhar um exame antidoping.
Ele acabou cumprindo apenas nove meses de punição. Retornou aos gramados em novembro daquele ano, justamente pela seleção camaronesa, e fez defesas importantes em jogos decisivos das Eliminatórias Africanas contra Malaui e Costa do Marfim. Foi titular na Copa Africana de Nações e nos playoffs classificatórios contra a Argélia. A volta coincidiu com o fim do seu contrato com o Ajax, que não foi renovado. Saiu sem taxas de transferências para a Internazionale, pela qual foi titular nas sete rodadas anteriores à paralisação.