Copa do Mundo

O que o último Alemanha x Argentina ensina sobre a final da Copa?

Os torcedores que lotaram a Commerzbank Arena não sabiam de nada, mas estavam assistindo a uma prévia da final da Copa do Mundo. Em agosto de 2012, Alemanha e Argentina se enfrentaram em Frankfurt, no primeiro encontro desde a goleada germânica nas quartas de final do Mundial de 2010. O Nationalelf, no entanto, vinha da decepção nas semifinais da Euro e Löw abria espaços para mudanças. Enquanto isso, Sabella consolidava a ofensividade da equipe com Messi e companhia. A Albiceleste atropelou o Nationalelf por 3 a 1, com show do camisa 10.

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A Alemanha entrou em campo naquela partida com um time diferente daquele que jogará no Maracanã. Hummels, Müller, Klose, Khedira, Boateng e Özil foram titulares, ainda que os três últimos em posicionamento diferente. O esquema tático era o 4-2-3-1, que sofreu algumas adaptações para se tornar o 4-1-4-1 que deu tão certo nos últimos dois jogos. E a equipe que controlava o jogo dependia muito da intensidade de seus pontas. Tanto que o melhor em campo pelo Nationalelf foi Marco Reus – um craque que perdeu a Copa de 2014.

Do outro lado, Sabella moldava a Argentina que deu tão certo nas Eliminatórias. O time titular era bem parecido com o atual – Federico Fernández e Fernando Gago, que perderam lugar durante a Copa, além de José Ernesto Sosa. Já a tática do primeiro tempo foi diferente, no 4-4-2, com Messi e Higuaín livres para atacar. Contra essa formação, a Alemanha dominou a posse de bola, mas abriu o caminho para os sul-americanos quando Zieler cometeu pênalti e foi expulso. Messi perdeu a cobrança, mas a afirmação albiceleste viria na segunda etapa.

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Sosa deu lugar a Agüero. E as triangulações entre os homens de frente no 4-3-3, apoiados por Di María vindo de trás, destruiu a Alemanha. Era outro Messi, o do auge do Barcelona, que fez talvez a sua melhor partida pela seleção. A intensidade do ataque foi fundamental para botar os alemães na roda. A derrota por 3 a 1 ficou até barata, por algumas chances desperdiçadas pelos argentinos – Höwedes diminuiu no fim, em lance originado de um cruzamento. Nem a entrada de Kroos, Götze e Schürrle no segundo tempo ajudou muito.

Dois anos depois, o reencontro. A Alemanha se consolidou desde então, sobretudo durante a Copa, quando Löw passou Lahm para a lateral direita e acertou o meio-campo. Já a Argentina não é tão voraz, embora continue com grande capacidade técnica. Conhecidos que certamente se resguardarão para o reencontro. Os alemães sabem da necessidade de jogarem mais compactos para não darem tantas brechas na recomposição, o que fez a vitória dos rivais daquela vez. Assim como os argentinos já presenciaram a qualidade no passe e o perigo no jogo aéreo. Um prólogo do jogaço no Maracanã.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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