Copa do Mundo

A novidade que a Copa pode trazer ao futebol: o quarto substituto na prorrogação

Poucas vezes uma Copa do Mundo foi tão emocionante. Mas também poucas vezes foi tão desgastante. As cinco prorrogações nas oitavas de final igualaram o recorde que tinha sido estabelecido ainda em 1938, outros tempos do futebol. A intensidade tem sido marcante na maioria das partidas. E isso sem contar o sol forte que muitas vezes castiga os jogadores, sobretudo nos jogos das 13 horas. Não à toa, o Grupo de Estudos Técnicos da Fifa está cogitando uma mudança sensível nas regras para os próximos Mundiais: acrescentar mais uma substituição nas partidas, somente na prorrogação.

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Um dos que apoiam a iniciativa é Gerard Houllier, ex-técnico e que hoje faz parte do grupo da Fifa – está no Brasil para acompanhar a Copa, inclusive. “É uma boa ideia. Somente na prorrogação. Talvez se alguém estiver machucado, por que não? Os substitutos são uma parte importante do jogo, por renovar as energias e a atitude dos times. Quase um quarto dos gols dessa Copa foi marcado nos últimos 15 minutos do jogo”, declarou Houllier. O projeto deverá ser encaminhado à International Board, que decide as mudanças nas regras do futebol.

E, de fato, os jogadores que têm saído do banco de reservas estão sendo mesmo decisivos na competição. São 29 gols anotados por reservas até as oitavas de final, já um recorde na história do torneio – em 2006, a então melhor marca, tinham sido 25. Muitos desses tentos ainda foram decisivos, como o de Romelu Lukaku contra os Estados Unidos ou o de Klaas-Jan Huntelaar contra o México. Uma importância notável dos substitutos.

Há até quem seja contrário à nova regra, afirmando que poderia beneficiar as seleções mais fortes, por contarem com elencos melhores – e, da mesma forma, clubes mais ricos, se a determinação for expandida para o resto do futebol. No entanto, olhando para a maneira como a Copa tem se desenvolvido, ter um substituto a mais nas prorrogações só tende a aumentar o gás, e a emoção. Afinal, os dois lados teriam suas chances de mudança. Pelo menos neste ponto, a Fifa parece se encaminhar para uma decisão acertada.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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