Copa do Mundo

Koulibaly doará o troféu de melhor em campo por Senegal à família de Bouba Diop, o saudoso herói de 2002

"Vocês sabem, somos Senegal, não temos medo de ninguém. Há muitos times que não querem jogar contra nós"

A vitória de Senegal sobre o Equador seria repleta de referências a Papa Bouba Diop. O herói da abertura da Copa de 2002, autor do gol na vitória sobre a França, faleceu há exatos dois anos, vítima de uma doença degenerativa. E as homenagens foram amplas nesta terça, dos torcedores aos jogadores. O momento mais marcante aconteceu quando Kalidou Koulibaly, que fazia referência ao número 19 da camisa de Bouba Diop em sua braçadeira de capitão, anotou o gol que determinou o triunfo por 2 a 1. Segundo o zagueiro, familiares do saudoso ídolo mandaram vídeos de incentivo para os Leões da Teranga. Em retribuição, ele enviará de presente o troféu que ganhou ao ser eleito o melhor em campo.

“Foi um jogo especial para nós, numa data especial. O aniversário da morte de Papa Bouba Diop… Quero agradecer à família dele, porque vi todos os vídeos que fizeram para nós e isso nos motivou muito. Isso fez a gente se sentir bem. É por isso que o troféu de melhor jogador vou dar a eles. Porque é realmente graças a eles que estamos aqui hoje”, comentou Koulibaly. “Foi um dos jogos mais importantes da minha carreira. Marcar meu primeiro gol pela seleção depois de 67 jogos é um prazer, especialmente na Copa do Mundo. É um sonho de criança”.

Sobre o jogo, Koulibaly avaliou que a postura do Equador não surpreendeu: “Esperávamos o jogo como aconteceu, analisamos bem. Sabíamos que é uma equipe que põe muita intensidade e agressividade no jogo. Queriam partir para cima do nosso time, mas estamos acostumados com isso, jogamos na África. Somos campeões africanos, estamos acostumados a esses duelos. Sabíamos que responderíamos em campo, conseguimos com aquele primeiro gol. Depois do empate, tudo era possível. O placar era favorável para eles, tínhamos que vencer”.

Além disso, o zagueiro salientou como seu time funciona melhor sob pressão: “Senegal é melhor quando está contra a parede. Hoje vimos verdadeiros leões em campo. Estou feliz e orgulhoso por esse time, porque mostramos coisas boas. Agora temos que nos preparar para as oitavas de final. Este é apenas o começo, não comemore, não fique feliz. Acho que fizemos algo bom, mas isso é apenas o começo”.

Por fim, o capitão de Senegal comentou a sequência da competição. Ele afirma que os Leões da Teranga são um adversário para se temer, mesmo que a Inglaterra pinte em seu caminho.

“O campeão africano precisava avançar nesta rodada. Vindo aqui, o primeiro objetivo era passar a fase de grupos, conseguimos. Agora vai começar outra competição”, finalizou. “Quer seja a Inglaterra ou qualquer outra seleção, faremos de tudo para vencer o jogo. Vocês sabem, somos Senegal, não temos medo de ninguém. Há muitos times que não querem jogar contra nós. Cabe a nós manter o foco, a humildade”.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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