Japão comete o crime no grupo da morte, arranca virada contra Espanha e se classifica em primeiro
Após sair perdendo, Japão consegue uma virada relâmpago no segundo tempo e não só se classifica, como termina em primeiro no grupo da morte

O Japão conseguiu uma virada incrível diante da Espanha, pelo Grupo E da Copa do Mundo, e conseguiu algo impressionante: se classificou em primeiro lugar em um grupo com Espanha e Alemanha. A vitória por 2 a 1 do Japão veio de modo improvável, saindo atrás no placar, conseguindo a virada nos primeiros minutos do segundo tempo e, assim, chegou a seis pontos, deixando a Espanha com quatro. Os espanhóis correram sérios riscos, porque a Costa Rica chegou a virar o jogo contra Alemanha, resultado que a eliminaria, mas os alemães viraram novamente e venceram.
Escalações
O técnico Hajime Moriyasu mais uma vez mudou o time. Montou uma linha de cinco defensores na defesa, fazendo Junya Ito e Yuto Nagatomo como laterais sem a bola, liberados para atacar com a bola. No meio-campo, Hidemasa Morita foi mantido, mas desta vez ao lado de Ao Tanaka, titular na estreia e que voltou ao time. No ataque, Takufusa Kubo voltou ao time titular, assim como Daizen Maeda.
Na Espanha, Luis Enrique tinha falado que não ia poupar jogadores, mas ele rodou o elenco. César Azpilicueta voltou ao time no lugar de Dani Carvajal e Aymeric Laporte deixou o time para a entrada de Pau Torres. Na lateral esquerda, Jordi Alba foi poupado para a entrada de Alejandro Balde. O meio-campo foi mantido inteiro. O ataque, porém, trouxe mais mudanças: Marco Asensio e Ferran Torres ficaram no banco, com a entrada de Nico Williams e Álvaro Morata.
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Primeiro tempo: Tiki-taka e vantagem da Espanha
O cenário esperado para o jogo se confirmou, com a Espanha ficando com uma enorme posse de bola contra os japoneses, que se armaram defensivamente e tentariam o contra-ataque. Algo, aliás, que não aconteceu no primeiro tempo. Embora tenha começado bem, com uma ou outra chegada ao campo de ataque, o que se viu foram os espanhóis tocando bola no campo de ataque.
Nem demorou para o placar ser aberto. Nico Williams recebeu pela direita, acionou Gavi, que cruzou, a bola rebateu e sobrou para Williams novamente, que tocou de lado para César Azpilicueta. O lateral cruzou perfeitamente para a área e encontrou a Álvaro Morata, que cabeceou com precisão: 1 a 0 para a Espanha, aos 11 minutos.
Como antes do jogo, o que víamos em campo era a Espanha tocando bola, sem muita pressa e sem muita agressividade também. O time espanhol terminou o primeiro tempo com 78% de posse de bola, com 14% para o Japão e 8% em disputa.
Segundo tempo: loucura e virada do Japão
Os dois times vieram com mudanças no segundo tempo e o impacto foi praticamente imediato. Ritsu Doan, um dos que entraram rapidamente conseguiu mudar o jogo. O Japão pressionou a saída de bola da Espanha, Junya Ito dividiu no alto com Alejandro Balde, a bola ficou com Ritsu Doan, que ajeitou e soltou uma bomba de fora da área, que o goleiro Unai Simón não conseguiu segurar. Falha da Espanha que custa o gol de empate.
Logo depois, o Japão assustou. Em jogada de Ritsu Doan pela direita, ele chuta cruzado para a área, Kaoru Mitoma se jogou para cruzar a bola e Ao Tanaka completou para o gol vazio. Inicialmente, a bola parecia ter saído e que o gol seria anulado. Só que após uma longa revisão no VAR – e sem nenhuma imagem nos replays mostrados claramente que a bola entrou. O árbitro confirmou o tento: 2 a 1 para o Japão. A torcida do Japão comemorava a virada.
Tudo isso neste jogo foi combinado com a loucura do outro jogo do grupo. A Costa Rica virou sobre a Alemanha, o que fazia com que não só a Alemanha fosse eliminada, mas a Espanha também. Pouco depois, porém, a Alemanha empatou, resultado que mantinha a Espanha classificada, ainda que em segundo lugar.
O Japão, a essa altura, se fechava na defesa, pronta para tentar matar o jogo em um contra-ataque. Luis Enrique colocou jogadores ofensivos do banco, como Ferran Torres, Marco Asensio e Ansu Fati, mas não foi o bastante. A Espanha tocava, tocava, tocava, mas não chegava a lugar nenhum.
O apito final fez com que a felicidade explodisse no banco do Japão, além das arquibancadas. Não era um episódio de Supercampeões, era Copa do Mundo e a vida real: o Japão venceu as duas grandes potências europeias no seu grupo, chegou a seis pontos e está nas oitavas de final da Copa do Mundo, pela terceira vez na sua história, depois de 2002, jogando casa, e 2010.
Ficha técnica
Japão 2×1 Espanha
Local: Estádio Khalifa International, em Doha
Árbitro: Victor Gomes (África do Sul)
Gols: Ritsu Doan, Ao Tanaka (Japão), Álvaro Morata (Espanha)
Cartões amarelos: Ko Itakura, Shogo Taniguchi, Maya Yoshida (Japão)
Cartões vermelhos:
Japão: Shuichi Gonda; Ko Itakura, Maya Yoshida e Shogo Tanigushi; Junya Ito, Hidemasa Morita, Ao Tanaka (Wataru Endo) e Yuto Nagatomo (Kaoru Mitoma); Daichi Kamada (Tekehiro Tomiyasu), Daizen Maeda (Takuma Asano) e Takefusa Kubo (Ritsu Doan). Técnico: Hajime Moriyasu
Espanha: Unai Simon; César Azplicueta (Daniel Carvajal), Rodri, Pau Torres e Alejandro Baldé (Jordi Alba); Sergio Busquets, Gavi (Ansu Fati) e Pedri; Nico Williams (Ferran Torres), Álvaro Morata (Marco Asensio) e Dani Olmo. Técnico: Luis Enrique.